Rondoniadinamica
Publicada em 14/11/2020 às 09h15
Porto Velho, RO – Nas eleições de 2018, o candidato Coronel Marcos Rocha, hoje sem partido, mas à época no PSL, incorporou as nuances vocais de um papagaio: não passava um minuto onde quer que fosse sem falar o nome do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Despido de quaisquer credenciais significativas, especialmente nas fileiras da Polícia Militar de Rondônia (PM/RO), de onde é egresso, usou e abusou do discurso simbiótico com a nítida intenção de chegar ao ápice da estratégia conhecida como “se colar, colou”.
Colou...
Rocha foi alçado ao cargo de governador de Rondônia com 530.188 votos, chegando à margem de 66,34% do total no segundo turno daquele pleito. Expedito Júnior, do PSDB, adversário direto do militar, ficou com 33,66%, representando 269 mil votos.
Enfim, uma “lavada”.
Chegando ao poder, as primeiras providências do governador-papagaio foi nomear esposa como secretária de Ação Social (SEAS/RO) e arrumar emprego também para a ex-mulher na Policlínica Oswaldo Cruz (POC), contrariando, diametralmente, suas posições falaciosas sobre a “velha política”.
Além de arrumar conforto à família no Palácio Rio Madeira, no primeiro ano de mandato, um pouco mais para ser mais exato, Rocha “torrou” mais de cem mil reais do dinheiro da população com diárias, fato checado pela Agência Aruana.
Antes disso, ainda na condição de candidato, plagiou o Plano de Governo do PSDB quando a legenda tucana lançou o nome de Aécio Neves à corrida pelo Palácio do Planalto em 2014.
Também como postulante, o chefe do Executivo inventou uma história sobre supostos propineiros que tentaram “comprá-lo” enquanto ele, na condição de secretário de Educação durante a gestão de Dr. Mauro Nazif (PSB), teria rechaçado todas as investidas.
Quando contou a mentira, esqueceu de pensar numa forma de justificar o fato de ser policial e não ter dado voz de prisão aos hipotéticos corruptores cujos nomes até hoje ele não revelou: e não revelou certamente porque jamais existiram.
Quando cobrado por Expedito Júnior em um dos debates, soltou a pérola:
“Estava com o pé operado. Às vezes acontece...”.
Voltando à gestão, seu governo tentou, sem sucesso, censurar clássicos da literatura brasileira na rede estadual de educação; e, falando em PM/RO, o próprio ex-comandante Ronaldo Flores deixou claro que Rocha mentiu ao descumprir compromissos salariais firmados com a Corporação.
Hoje, Marcos Rocha faz proselitismo político ao lado de um pastor-candidato, dizendo, entre outros absurdos lançados contra a política de modo geral, que cristão não deveria votar na esquerda por uma série de motivos estapafúrdios, inclusive de princípios, moral, ética, etc.
Rocha não contou à audiência que ele próprio, na história recente, inclusive, serviu a um governo de esquerda na condição de secretário de Educação municipal na gestão Mauro Nazif.
Nazif, como mencionado acima, é do PSB. PSB quer dizer: Partido Socialista Brasileiro. Aliás, o lema da legenda do deputado federal é nada mais nada menos do que “Socialismo e Liberdade”.
Marcos Rocha foi secretário na administração que seguiu à risca essas diretrizes. E não há nada de errado nisso. O único problema é a sanha do mandatário do Rio Madeira em contar lorotas e ignorar o passado com nítidas intenções politiqueiras, nada mais.
Em suma, o atual governador é o contrassenso encarnado, a digital espúria da política do vale-tudo, a mentira que anda, respira e abraça.
E foi essa a escolha que o eleitor fez há dois anos.
E escolheu assim porque o cidadão simplesmente mencionava outro nome que, à ocasião, explodia em popularidade: o de Jair Bolsonaro.
Foi um voto por simbiose, não pensado. Foi um voto sem identidade, um cheque em branco, o sangue sem DNA.
É por isso que o eleitor, já com o exemplo desastroso em prática, tendo plenas condições de avaliar no mundo real o espantalho que elegeu por não raciocinar direito acerca da importância de apertar o “verde”, fará diferente amanhã (15).
O cidadão escolherá o candidato por quem ele é, não por quem diz representar. Escolherá por convicção, de maneira não-passional. Porto Velho precisa do comando de alguém que possa responder por ele e que não terceirize as responsabilidades.
Na dúvida, lembre-se de 2018 e faça um bom uso do voto consciente.
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