Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 16/11/2020 às 10h14
A escolha do futuro prefeito de Porto Velho ocorreu sem novidades, para quem acompanha o dia-a-dia da política. Dos 14 candidatos somente cerca de meia dúzia tinham condições de disputar o segundo turno. Também foi antecipado, que seria inevitável e somente três teriam condições reais de “brigar” por uma nova eleição. Também não foi surpresa a dianteira de o prefeito Hildon Chaves (34,01%), do PSDB), que está concorrendo à reeleição. Nem a disputa pelo segundo lugar entre a vereadora Cristiane Lopes (14,32%), do PP e o advogado Vinícius Miguel (13,36%), do Cidadania. Tudo dentro da normalidade. O problema é que Hildon, não deveria enfrentar tantas dificuldades em se reeleger disputando o segundo turno com Vinícius, como se previa dias antes das eleições, mas agora, ele terá uma missão hercúlea com Cristiane, porque a tarefa será bem mais difícil.
A vitória no segundo turno em Porto Velho será da organização e de muito trabalho. E um fator muito importante, que alertamos desde o início da campanha, quando analisando o quadro na capital tínhamos a certeza, que Hildon estaria no segundo turno, não se sabia com quem, dúvida que foi se dissipando com a chegada do dia da votação, pois somente com a abertura das urnas se tem o resultado real. E na ocasião também foi comentado que Hildon, sabedor que estaria no segundo turno deveria manter uma campanha equilibrada no primeiro turno e o que é mais importante, já iniciar as negociações para a próxima eleição.
Quem fechará com quem? A média é que ao menos 30% a 40% das lideranças de campanha dos principais candidatos perdedores acompanhem seus dirigentes partidários, os demais se dividem. Por isso é fundamental fazer uma campanha sem agressões no primeiro turno, quando se tem certeza que passará para o segundo, como demonstrava todos os quadros preliminares na capital, para não conflitar com os demais candidatos, que devem ser adversários, não inimigos políticos, pois vai precisar deles na etapa seguinte.
Quem o deputado federal e presidente regional do PSB, Mauro Nazif vai apoiar? E o senador e presidente do diretório estadual do PDT Acir Gurgacz e seu grupo dará o seu aval?
A mesma pergunta é feita para ex-governador Daniel Pereira, presidente do Solidariedade no Estado. Ele e seu grupo lançaram o coronel Ronaldo Flores que somou 7,62% dos votos válidos. Com quem Daniel e Flores estarão no segundo turno? O Avante do deputado estadual Jair Montes, que teve o advogado Breno Mendes com votação expressiva, para quem enfrentou eleições atípicas praticamente sem debates e que obteve 11,50% dos votos válidos vai apoiar quem? Com Montes tem o governador Marcos Rocha e seu grupo, que fechou questão no primeiro turno com Breno. Para onde irão?
E o ex-deputado federal Lindomar Garçon, do Republicanos, que mais uma vez foi derrotado somando, apenas 5,49% dos votos bons. Provavelmente assinou seu “atestado de óbito” na política que não tem mais espaços para “papagaios de pirata”. As redes sociais e os sites eletrônicos, principais veículos de comunicação do momento não permitem mais políticos vazio de propostas e sem compromisso com os interesses da maioria da população. Seu apoio será favorável ou terá efeito âncora?
O candidato do MDB, apesar da forte militância do partido, que, ainda está entre os maiores e mais importantes do país, Williames Pimentel, ex-secretário de Saúde (Estado e Porto Velho) está entre as decepções das eleições na capital. Chegar ao segundo turno seria quase um milagre, mas receber, apenas 3,73% dos votos válidos é frustrante. Talvez desista da política-eleitoral e volte para a área de saúde, onde sempre foi muito competente.
O PT ficou dentro do esperado. Sem espaço na mídia e com o partido “queimado” desde a cassação da ex-presidente Dilma Rousseff o ótimo candidato Ramon Cujui somou 3,22% dos votos computados. Para quem disputou uma eleição com mais 13 (sem pilhéria) candidatos, boa parte deles com históricos políticos, nem todos respeitáveis é importante ressaltar, Ramon pode ser considerado um vencedor com a oitava posição. Tinha um ótimo plano de governo, é uma pessoa preparada, mas não conseguiu transmitir suas qualidades ao eleitor pode falta de tempo e espaço na mídia. Mas é um nome considerável para o futuro.
A expectativa fica para o próximo dia 29, quando o eleitor de Porto Velho terá que enfrentar aas urnas pela segundo vez neste ano difícil, de coronavírus, que provocou muitos óbitos pelo planeta e escolher quem comandará a capital a partir de 2021: Hildon ou Cristiane?
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