Rondoniadinamica
Publicada em 20/11/2020 às 10h20
Porto Velho, RO – Saber perder é importantíssimo para quem respira os ares da liberdade política proporcionada pela democracia.
Por isso, imprescindível que, justamente em 2020, com o avanço do universo paralelo de loucuras histriônicas ganhando as redes sociais com tons de veracidade, a turba derrotada deveria, mais do que nunca, se abster de alimentar teorias conspiracionistas.
Isto tudo sob pena de colocar todo um sistema debaixo de suspeitas infundadas numa clara intenção de tumultuar os resultados. Em suma, caso essas alegações ensandecidas prosperassem – não irão –, o dia 15 de novembro teria de deixar de existir no mundo eleitoral em todos os rincões do Brasil, não só em Porto Velho.
O movimento choroso encabeçado por um casal famoso na política, hoje só um casal normal após os resultados de 2018-20, demonstra que o ser humano está disposto a todo tipo de birra institucionalizada para manter-se no poder, inclusive mentir para os “amigos” jurando de pés juntos ter votado neles, levando essas declarações às últimas consequências, inclusive em entrevistas à imprensa local.
A realidade pode ser difícil de absorver, mas é visceral e tem de ser encarada: a turma da lamentação não tem voto, e é só o voto que faz com que determinados cidadãos sejam mantidos ou alçados a cargos eletivos. E é só o voto, ou melhor, a falta dele, que tira da vida pública os tipos indesejáveis, especialmente quando não correspondem à expectativa do povo.
É isso. Nada mais.
A dança das cadeiras é mortal, porém quem toca e para a música é a sociedade, logo espernear vergonhosamente em torno do fórum apenas realçará o lado arruinado dos maus perdedores.
Quem reforçou o caráter vexatório desse tipo de expediente foi o Folha do Sul Online quando reportou a decisão do juiz eleitoral de Vilhena, Vinícius Bovo de Albuquerque Cabral.
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LEIA DECISÃO: juiz eleitoral de Vilhena rejeita contagem de votos e aconselha candidatos a aprenderem com a derrota
O magistrado rejeitou recontagem de votos no município e aproveitou para aconselhar os postulantes sobrepujados: eles devem aprender a lidar com a derrota.
“Parece-me mais que, ao invés de aceitarem a derrota e com ela aprenderem, buscam desacreditar o trabalho sério, ético e profícuo realizado por esta Justiça Especializada”, sintetizou Bovo à ocasião.
Ir à lona pode ser horrível, e é compreensível, principalmente quando se concebe o déficit entre o “toda minha família votou em você” e o resultado da urna.
Entretanto, a perda verdadeira e crucial é a da dignidade, quando se abre mão da honradez com objetivo exclusivo de conturbar os fatos intencionando vencer a todo custo via “tapetão” com choradeira e gritaria.
Esta sim é uma derrota irreversível.
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