G1
Publicada em 20/11/2020 às 14h25
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, mostrou seu apoio nesta sexta-feira (20) à ministra do Interior, Priti Patel, acusada de praticar assédio moral contra assessores do governo. Um relatório chegou a ser produzido com denúncias contra a titular da pasta, mas foi descartado por Johnson.
"O primeiro-ministro confia inteiramente na ministra do Interior e considera que este assunto está encerrado", disse o governo britânico em um comunicado.
Johnson sustentou que, como nenhuma reclamação havia sido registrada anteriormente, a ministra do Interior não poderia ter noção das dimensões de suas atitudes. Patel reconheceu ter se excedido e pediu desculpas.
"Sinto muito que meu comportamento no passado magoou algumas pessoas", disse ela em nota. "Eu reconheço que sou bastante direta e que às vezes me frustro."
O relator da denúncia, Sir Alex Allan, deixou o cargo que ocupava como assessor especial do governo após a decisão do primeiro-ministro. Partidos de oposição acusam Johnson de dar "carta branca" a atitudes condenáveis como o bullying e o assédio moral.
Caso Patel
A ministra do Interior, Priti Patel, começou a ser investigada de praticar bullying contra assessores ainda em março, após reclamações dos trabalhadores. Johnson pediu então que um relatório fosse feito para que ele pudesse considerar alguma sanção à chefe da pasta.
O relatório produzido por Sir Alex Allan apontou que Patel não cumpriu com o código ministerial, que exige respeito e profissionalismo dos funcionários em todas as relações de trabalho, seja com parlamentares ou servidores civis.
"Assediar, praticar bullying ou manter qualquer outro tipo de comportamento discriminatório, não importa onde aconteça, não condiz com o código ministerial e não pode ser tolerado", disse o relatório.
Essa não foi primeira vez em que Patel se envolveu em algum tipo de desconforto. Em 2017 – sob a gestão de Theresa May –, ela se demitiu após a descoberta de que a ministra tinha mantido reuniões em segredo com altos funcionários de Israel.
No mesmo ano, o então titular do Ministério da Defesa, Michael Fallon, deixou o cargo depois de ser acusado de assédio sexual.
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