G1
Publicada em 20/11/2020 às 15h02
A Geórgia vai certificar nesta sexta-feira (20) o resultado destas eleições presidenciais. Mais cedo, as autoridades anunciaram que já tinham certificado a vitória de Joe Biden, mas depois voltaram atrás e disseram que o procedimento ainda será feito até o fim do dia. O democrata teve a vitória confirmada nesse estado após recontagem finalizada na quinta-feira.
A certificação, geralmente um procedimento apenas burocrático, atribui oficialmente os 16 delegados do Colégio Eleitoral que deverão depositar os votos a favor do democrata em 14 de dezembro. Com isso, o presidente eleito passa a ser o primeiro democrata a vencer no estado desde Bill Clinton, em 1992.
Com a confirmação do resultado, o democrata chega a 306 delegados no Colégio Eleitoral, contra 232 do atual presidente, que não conseguiu se reeleger, segundo projeção da Associated Press.
Segundo números oficiais da recontagem, Biden venceu Donald Trump por 12.284 votos de vantagem. É uma redução em relação à apuração inicial, de 14.156 votos.
Isso ocorreu por dois motivos: 496 votos foram contados erroneamente e também porque mais de 5 mil cédulas eleitorais foram encontradas pelas autoridades durante o procedimento.
"Trabalhando como engenheiro ao longo da minha vida, tenho vivido sob o lema: números não mentem", disse o secretário de Estado da Geórgia, o republicano Brad Raffensperger.
A pequena diferença em relação aos números divulgados anteriormente reforçam um padrão nas recontagens eleitorais americanas: na grande maioria das vezes, os resultados não mudam.
A recontagem ocorreu porque a apuração dos votos na Geórgia terminou com uma diferença muito pequena, de apenas 0,28 ponto percentual para Biden, o que dá direito a Trump de pedir a recontagem.
Como a diferença se manteve abaixo de 0,5 ponto percentual, Trump ainda terá a chance de pedir recontagem. Neste caso, porém, o procedimento ocorreria eletronicamente.
Caminho difícil para Trump
O resultado representa mais um revés para o presidente derrotado, que vem tentando reverter a vitória democrata nos tribunais — até agora, sem sucesso. Trump tem inclusive criticado autoridades da Geórgia, como o governador Brian Kemp e o secretário de Estado Brad Raffensperger, ambos republicanos.
Raffensperger chegou a denunciar republicanos próximos a Trump, como senador Lindsey Graham, por sofrer pressão para que interferisse na recontagem de votos para favorecer o presidente derrotado. O parlamentar negou qualquer intenção de intervir no processo.
O Partido Republicano continua de olho na Geórgia porque o estado terá em janeiro segundo turno na eleição para senador. São duas cadeiras em jogo e, caso os republicanos percam ambas as votações, o Partido Democrata dominará o Senado por uma margem mínima: seriam 50 assentos para cada partido, o que daria à vice-presidente eleita Kamala Harris teria sempre o direito ao voto de minerva.
Os republicanos ainda tentam se movimentar em dois estados que deram vitória ao democrata: Michigan, onde os trumpistas pressionam fiscais e parlamentares para mudar o resultado, e Wisconsin, estado no qual Trump desembolsou US$ 3 milhões para pedir recontagem dos votos em condados altamente favoráveis a Biden.
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