G1
Publicada em 21/11/2020 às 10h18
A Justiça Federal converteu para preventiva, nesta sexta-feira (20), a prisão de um ex-deputado federal e estadual do Ceará. Ele havia sido preso em flagrante na manhã desta quinta-feira (19), com R$ 2 milhões em espécie que estavam guardados em caixas de aparelhos de televisão.
A Polícia Federal não revelou o nome do ex-deputado preso, mas afirma que a prisão ocorreu na mesma empresa do chefe de organização onde foram cumpridos mandados na primeira fase da operação KM Livre, em 2016. Nesse ano, a Polícia Federal achou mais de R$ 6 milhões em uma empresa de Adail Carneiro.
Adail carneiro também é ex-deputado estadual do Ceará e ex-deputado federal pelo Ceará, cargos já ocupados pelo homem apontado como o chefe da organização criminosa. O G1 tenta contato com a defesa de Adail Carneiro desde a quinta-feira, mas as ligações não são atendidas.
A prisão ocorreu durante a operação KM Livre, na quinta-feira, que investiga desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro.
O dinheiro foi encontrado em uma empresa operada pelo ex-deputado que, segundo a investigação, é o chefe da organização criminosa. O ex-deputado foi preso por lavagem de dinheiro e teve a prisão convertida para preventiva após representação feita pela Polícia Federal do Ceará.
Ex-deputado do Ceará é preso em flagrante com R$ 2 milhões de origem suspeita
Conforme a PF, o ex-deputado é o principal investigado na operação KM Livre. Segundo a PF, o investigado será encaminhado ao sistema prisional do estado.
De acordo com a Polícia Federal, o esquema já movimentou cerca de R$ 600 milhões em licitações públicas. A PF informou que havia repasse de verbas públicas para as contas das empresas que utilizavam 'laranjas' para participarem de um mesmo certame, forjando uma concorrência fictícia.
Processos licitatórios
“Durante esses quase 20 anos, três empresas têm vencido os processos licitatórios da prefeitura”, na contratação de aluguéis de veículos, disse o delegado Joelson.
Segundo ele, “por conta dos contratos, havia repasse de verbas públicas para as contas das empresas e identificamos que havia o saque em espécie. Essa empresa utilizava ‘laranjas’ para participarem de um mesmo certame, forjando uma concorrência fictícia. Uma delas vencia a licitação e era celebrado o contrato de locação de veículos”, explica.
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