G1
Publicada em 23/11/2020 às 14h33
Autoridades chinesas estão testando milhões de pessoas, impuseram bloqueios e fecharam escolas após a descoberta de vários casos de coronavírus transmitidos localmente em Xangai, Tianjin e Manzhouli.
Medidas drásticas foram implementadas nas três cidades, apesar do baixo número de novos casos em comparação aos Estados Unidos e outros países que sofrem com novas ondas de infecções.
A Comissão Nacional de Saúde relatou nesta segunda-feira (23) dois novos casos de transmissão local em Xangai nas últimas 24 horas, elevando o total para sete desde sexta-feira (20).
Os dois infectados são contatos próximos de um funcionário do aeroporto internacional de Pudong que foi diagnosticado com Covid-19 no começo de novembro.
Após a descoberta, autoridades coletaram 17.719 amostras de funcionários do aeroporto entre a noite de domingo (22) e a madrugada desta segunda. O plano é testar outras pessoas próximas se mais casos forem detectados.
Tianjin e Manzhouli
Em Tianjin, os profissionais de saúde coletaram mais de 2,2 milhões de amostras de moradores do distrito de Binhai após a descoberta de cinco casos de transmissão local na semana passada.
As autoridades locais fecharam um jardim de infância, transferiram todos os professores, familiares e alunos para um espaço de quarentena centralizado e isolaram o complexo residencial dos cinco infectados.
Em Manzhouli, cidade com mais de 200 mil habitantes, autoridades de saúde locais estão testando todos os residentes após dois casos serem registrados no sábado (21).
Todas as escolas e locais públicos foram fechados e reuniões públicas foram proibidas no município.
Casos de Covid na China
Especialistas e funcionários do governo alertam sobre a possibilidade de o vírus se espalhar durante o inverno. Recentes surtos mostram que ainda há o risco, apesar de o novo coronavírus ser amplamente controlado na China.
O país registrou um total de 86.442 casos e 4.634 mortes desde que o vírus foi detectado pela primeira vez na cidade de Wuhan no fim do ano passado.
A China tem recorrido a uma abordagem pesada de lockdowns e aplicado testes em massa sempre que novos casos de transmissão local são encontrados, fechando escolas e hospitais e bairros inteiros.
Estratégia 'draconiana'
A abordagem do país para controlar a pandemia tem sido criticada por ser draconiana, mas internamente a China se gaba do seu sucesso.
“No mundo inteiro, apenas a China tem capacidade de chegar a zero [casos]. Outros países não têm essa capacidade", afirmou Zeng Guang, epidemiologista-chefe do Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças em em setembro. "Para eles controlarem a primeira onda da epidemia é difícil".
"É a maneira mais economicamente eficaz de se prevenir epidemias. Se você não fizer isso, o problema ficará mais incômodo", afirmou Guang. "Use uma mão mais pesada e chegue a zero, então as pessoas se sentirão tranquilas".
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