José Luiz Alves
Publicada em 23/12/2020 às 08h00
Espaço merecido...!
Volta e meia, às vezes até com certa freqüência, analistas, produtores rurais e mesmo aqueles que nunca cultivaram em pé de mandioca e sabem diferenciar um tomate de uma melancia, soltam seus palpites acentuando que o Brasil só não quebrou nesta pandemia por que o agronegócio segurou as pontas. Exagero à parte existe um quê de verdade na participação do campo no processo econômico e social de norte a sul, bem como a força do produtor rural que municiado pelas novas tecnologias, respeitando os protocolos impostos pela crise do coronavirus, prosseguiu na sua jornada produzindo alimentos para abastecer os grandes centros urbanos.
O ano de 2021, mesmo com o sistema financeiro, bancos e cooperativas com as torneiras abertas para financiar o agronegócio, os analistas mais conservadores sustentam que vivenciaremos momentos complicados. A cargo de desemprego no Brasil, anda batendo na casa dos 15 milhões de trabalhadores, enquanto no campo os números variam entre 10 e 12 mil profissionais qualificados com carteira assinada e sustento garantido. Portanto, o produtor rural preserva o seu espaço merecido e reconhecido, se diga de passagem.
Em Rondônia, o atraso no período das chuvas de uma maneira ou de outra afetou o setor produtivo, principalmente a soja e milho cultivares que dependem de uma janela de tempo relativamente curto, pois, a legislação ambiental tem que ser respeitada. Na região Sul do Estado, a projeção é de uma queda em torno de 8 a 10% na produção de soja e milho. Porém aqui no perímetro do município de Porto Velho, a produção de grãos vem conquistando espaços importantes, as precipitações pluviométricas colaboraram com os lavoureiros.
Produzir grãos na região de Porto Velho, com o sistema portuário do Rio Madeira oferecendo condições de trafego normal para as embarcações, vem se tornando um atrativo pelas distâncias a serem percorridas com as cargas das lavouras até o porto. Um exemplo prático, uma carga de soja partindo do Cone Sul do estado até a capital gasta algo beirando 800 quilômetros pela BR 364. À produção mais distante aqui no município de Porto Velho queima no máximo, 300 quilômetros economizando tempo e combustível até o sistema portuário com destino ao mercado externo.
Agora a conversa vai ser outra...!
O Colégio Eleitoral Americano, confirmou a vitória de Joe Bedin, com posse marcada para 20 de janeiro de 2021. A grande pergunta é como vai se comportar o relacionamento diplomático brasileiro diante das propostas do governo que assume a maior potência do planeta no próximo ano? O cidadão medianamente esclarecido sabe que os Estados Unidos, não vão quebrar acordos comerciais com o Brasil, o que seria desastre político e econômico para os dois lados.
O nó da questão é como a conversa vai rolar, nos meios diplomáticos e comerciais, entre as duas nações, isso ficou claro desde os discursos de Joe Bedin na campanha eleitoral, voltando sua oratória para a devastação e preservação na Amazônia, assim como a preservação ambiental. Ainda é cedo, mas os produtores rurais na Amazônia, devem se manter atentos, pois na área preservacionista, os gringos vão atacar com força, criando dificuldades.
Baixando...!
Pois é, depois que os consumidores passaram optar pela carne de frango, suíno e peixes, arroba do boi gordo recuo em Rondônia, alcançando R$ 229,50 a vista e R$ 231,50 com 30 dias para pagar, uma queda de 9,57%. Em todo o território nacional o recuo no valor da arroba girou em torno de 3,2%. Nas grandes redes de supermercados em Rondônia, existe um estoque elevado do produto.
Vai começar
Os grandes produtores de soja em Rondônia, principalmente no município de Porto Velho, começam ajustar os equipamentos para iniciar a colheita da oleaginosa, a partir de 10 de janeiro de 2021. Nas lavouras estendidas às margens da BR 364 em direção ao Acre, o verde das folhas e vagens em crescimento começa a ceder espaço para o amarelo dos grãos do produto granando alcançando o ponto de ser colhido. Na continuidade vem o plantio de arroz e do milho safrinha, o movimento no campo não pode parar.
Em alta...!
Enquanto os grandes produtores rurais têm gordura para queimar, os pequenos e médios, neste ano que está findando conseguiram a liberação de R$ 9 milhões, junto ao Banco do Povo, aqui em Porto Velho, beneficiando 2.200 famílias, atendendo uma média de 3 pessoas por projeto aprovado. Segundo Manoel Serra, presidente da instituição com apoio do governo do estado, mesmo em período de pandemia as metas foram cumpridas.
Balanço positivo
Para o Diretor Técnico do Sebrae, Samuel Almeida, mesmo diante de uma pandemia que sacudiu o planeta, em 2020, os resultados daquela instituição foram positivos aprovando todos os projetos em parcerias com o governo do estado e órgãos federais. Para 2021, entre outros projetos o Sebrae, em junho realizará a Feira do Empreendedor Rural e Urbano, aqui em Porto Velho que será transmitido ao vivo e online.
A ponte empacou...!
A inauguração da ponte sobre o Rio Madeira na Ponta do Abunã, pelo visto não será entregue ao tráfego em 2020. Parece que ali têm caveira de burro enterrada, que não permite a conclusão das obras. Enquanto, isso os empresários de Rondônia e Acre que necessitam da BR 364, continuam pagando valores absurdos pela travessia nas balsas.
Até a próxima
Semana passada por um problema técnico não produzi a coluna, mas já estamos de volta firme que nem palanque em banhado, pronto para enfrentar 2021, já que remando contra maré atravessamos 2020. Boas festas!
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2020/12/agronegocio-salvou-o-brasil-rondonia-comeca-se-ajustar-para-colheita-da-soja-a-inauguracao-da-ponte-sobre-o-rio-madeira-na-ponta-do-abuna,93154.shtml