JH Notícias
Publicada em 26/12/2020 às 10h00
Na manhã de quinta-feira (24), o Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) apresentou, durante coletiva de imprensa, o plano de imunização da vacinação contra o coronavírus no Estado. Na ocasião, o secretário da Sesau, Fernando Máximo, explicou como ocorrerá o processo de distribuição, dando destaque à Rede de Frio do Estado. Como ainda, informou a aquisição de mais R$ 1 milhão de seringas, como uma forma de prevenção, a fim de garantir que não faltem instrumentos para atender os rondonienses.
De forma antecipada, o governador, coronel Marcos Rocha determinou a compra de seringas, com isso, o Estado possui aproximadamente 700 mil unidades em estoque. O Ministério da Saúde (MS) também disponibilizará os instrumentos, mas pensando além, o Governo, por meio da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) resolveu adquirir um estoque ainda maior.
É importante mencionar que Rondônia tem aproximadamente 1.8 milhão de habitantes em Rondônia, como a imunização sucederá em duas doses, serão necessárias, pelo menos, 3.6 milhões de seringas com aumento de mais 10%, em caso de necessidade. “O importante é quando as vacinas chegarem, a gente não perca tempo. As seringas estão disponíveis e vamos vacinar tão logo chegue”, explica Máximo.
Ivo Barbosa, coordenador estadual de imunização da Agevisa se fez presente durante a apresentação, fornecendo apoio ao secretário de Estado da Saúde. Em promoção à acessibilidade e garantindo a inclusão da comunidade surda, a coletiva ainda contou com interpretação de Língua Brasileira de Sinais (Libras).
VACINAS A SEREM ADQUIRIDAS
Por definição, a vacina é uma preparação biológica que fornece imunidade ativa (organismo produz a defesa), diferentemente do medicamento ou soro que é passivo (a defesa já está pronta). As vacinas podem ser feitas de vírus atenuado, inativado, material genético em outros vírus e RNA mensageiro.
Com relação à vacina contra o coronavírus, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, pontua que, desde o início da pandemia, muitos laboratórios e cientistas começaram a pesquisa e, em tempo recorde, apresentaram várias vacinas, algumas já encaminhadas e outras ainda em fase de teste. As principais no mercado são a Sinovac, que será produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo; Astrazeneca/Oxford, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro; Jhansen, Pfizer e Moderna.
A Sinovac utiliza a tecnologia do vírus inativado para causar imunidade ativa, Astrazeneca/Oxford e Jhansen utilizam material genético em outro vírus, Pfizer e Moderna utilizam RNA mensageiro, além de contar com características peculiares. A Pfizer, que está mais avançada no mundo, exige armazenamento e transporte a cerca de 70 graus celsius abaixo de zero, a moderna exige 20 graus celsius abaixo de zero.
Para o secretário da Sesau, as duas possuem condições inviáveis, sobretudo quando saem dos grandes centros para ir às regiões de difícil acesso, como comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas. “São vacinas que já estão sendo disponibilizadas, mas a gente entende que a logística é muito difícil para ser aplicada no Brasil, cujo o país contém dimensões continentais de populações de necessidades diferentes”, explica, deixando claro, que as mais prováveis a serem adquiridas são as vacinas Sinovac, do Instituto Butantan e Astrazeneca/Oxford, da Fiocruz.
Cumpre ressaltar que a compra das vacinas é feita pelo MS, o qual distribui aos estados. De acordo com a Sesau, qualquer vacina será comprada desde que passe por todos os trâmites, seja aprovada e regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão de controle, a fim de que sejam adquiridas vacinas de qualidade, com eficácia e segurança à população.
DISTRIBUIÇÃO DAS VACINAS
Depois de adquirir as vacinas validadas pela Anvisa, o MS começará a atuar na logística, que conta com a parceria de empresas áreas privadas, que se disponibilizaram, como ainda a cooperação da Força Aérea Brasileira para que as vacinas sejam transportadas com segurança e rapidez, nos 26 estados federativos e no Distrito Federal.
Chegando no Estado de Rondônia, as vacinas sairão do aeroporto em caminhões refrigerados e serão armazenadas em três grandes câmaras frias, na Rede de Frio, em Porto Velho. Depois de completamente armazenadas, serão distribuídas para as Regionais de Saúde, além de Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Rolim de Moura, Cacoal e Vilhena, de forma bem organizada, armazenada e na temperatura correta.
Em seguida, as Regionais de Saúde vão distribuir aos 52 municípios, de acordo com cada Regional, e entregue às prefeituras, em especial às Secretarias Municipais de Saúde, que agora sim, a partir deste momento, assumirão a execução da imunização aos rondonienses.
ETAPAS DE VACINAÇÃO
A vacinação acontecerá em quatro fases, determinada pelo MS, com previsão para a primeira semana de março.
Fase 1: Profissionais de saúde, idosos acima de 75 anos e pessoas entre 60 e 75 anos que estão internados em asilos e instituições psiquiátricas.
Fase 2: Pessoas entre 60 e 74 anos que não estão internados em asilos e instituições psiquiátricas.
Fase 3: Cardiopatas, diabéticos, hipertensos, transplantados, pessoas com câncer, anemia falciforme e outras doenças.
Fase 4: Professores, funcionários de escola, profissionais de Segurança Pública, forças armadas, forças acessórias, apenados, funcionários do sistema prisional, quilombolas, moradores de rua e portadores de deficiência.
Até conseguir atingir toda a população, de acordo com Fernando Máximo, dependerá de uma logística maior, onde primeiro deve ter a vacina fabricada, depois regulamentada pela Anvisa. Para ele, é preciso continuar tomando os devidos cuidados, usando máscara, lavando as mãos com água e sabão e higienizando com álcool 70%. A pandemia está quase no fim, mas ainda não acabou, portanto é muito importante que todos zelem pela Saúde Pública.
“Importantíssimo a gente lembrar que a pandemia não acabou, o vírus está à solta, infelizmente muita gente sendo contaminada, outras pessoas ficando em estado grave, e infelizmente alguns acabam indo a óbito. Estamos perto, mas ainda não temos a vacina, então, não é motivo para relaxar. Cuidem-se e pensem nas pessoas que estão adoecendo, falecendo, como também as vagas de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) que estão se esgotando. Vamos fazer a nossa parte como brasileiro e cidadão do Estado de Rondônia”, conclui o secretário de Estado da Saúde
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