Sérgio Pires
Publicada em 12/01/2021 às 08h44
MESMO COM EVENTUAIS RISCOS, NÃO HÁ NENHUMA SOLUÇÃO PARA TODOS, A NÃO SER A VACINAÇÃO EM MASSA
Não há esperança além das vacinas. Se elas não funcionarem, a curto e médio prazos, boa parte da Humanidade corre sério risco de ser extinta pelo vírus assassino. Não podemos ignorar que estamos entre a cruz e a espada. Caso optarmos pela vacina, no desespero da salvação de milhões de vidas, corremos riscos (e isso é real, nada tem de político e ideológico, mas apenas científico), de que, em tempos que ainda virão, as reações em alguma parte, dos que foram imunizados, podem ser as mais variadas, inclusive as piores possíveis. A verdade que é uma espécie de escolha de Sofia, em que, seja qual for a decisão tomada, há riscos imensos. O raciocínio lógico nos coloca, então, numa posição em que precisamos decidir pela lei das probabilidades. Sem as vacinas, pode ser o caos.
Com elas, há chances reais de que boa parte dos que podem ser infectados, possam ser salvos e não contaminem milhares e milhares de outras pessoas, principalmente os que estão no grupo de risco. O que se pode afirmar com segurança é que, mesmo com toda a palhaçada ideológica e partidária, envolvendo discussões pueris de inúmeras autoridades, do Presidente da República a alguns Governadores; de membros do Congresso a componentes do novo partido político nacional, o Partido do Supremo Tribunal Federal, as vacinas vão chegar e serão aplicadas.
Aqui mesmo em Rondônia, elas chegam no final do mês, ao menos para atender o pessoal que atua na saúde pública, prioridade das prioridades, junto com os mais velhinhos. A partir de fevereiro, caso não haja mais nenhum obstáculo médico ou científico, começarão a chegar mais e mais vacinas. Dentro de alguns meses (que não se sonhe que tudo se resolverá em poucas semanas), certamente a pandemia, tanto por aqui, como no nosso país e no mundo, começará a retroceder, embora vá levar anos até que o vírus seja totalmente contido.
O que precisamos agora é de um pouco de bom senso (essa sim, seria uma pandemia saudável para todos nós!), principalmente daqueles que deveriam nos passar orientações seguras e maior tranquilidade, mas também da população, porque parte dela aderiu ao absurdo debate ideológico em torno da doença e das vacinas.
Essa abjeta discussão sobre o próprio umbigo, demonstrando claramente a fragilidade moral e social de grande parte dos nossos representantes, pode aumentar o caos, ao invés de diminuí-lo. Precisamos agora ouvir a Ciência, a Medicina, os que defendem com unhas e dentes a solução vacinal, porque ela já o foi em dezenas de outras epidemias. Chega de conversa fiada. Precisamos de ação e precisamos agora! Que venha, então, a vacinação em massa. Até agora, é a única chance que nos restou, mesmo com alguns riscos, para sobrevivermos à essa praga que veio da China.
SANTO ANTÔNIO SUPERLOTADO POR MORTOS DA COVID
Não são só os hospitais e as UTIs que caminham para a lotação total. O Cemitério de Santo Antônio, o maior de Porto Velho, também chegou ao seu limite. Dos quase 950 mortos pela Covid 19 na Capital, desde maio, mais de 750 foram ali enterrados. Superlotado, a Prefeitura determinou a abertura de mais 50 covas, das quais, até o final de semana – porque não se computaram ainda os enterros entre o sábado, o domingo e a segunda-feira – pelo menos 18 delas já tinham sido utilizadas. Uma reportagem da SICTV/Record, divulgada nos principais programas jornalísticos da emissora, deixou o telespectador arrepiado – e muito assustado – com o que viu. Nela, há ainda a informação de que praticamente não há como abrir novas sepulturas no Santo Antônio, a tal ponto da Prefeitura já estar procurando outro local para começar a enterrar vítimas do vírus. Neste final de semana e na segunda-feira, a Covid matou mais 27 pessoas, totalizando agora, no Estado, desde maio, nada menos do que 1.926 rondonienses, que perderam a vida para a doença. O Boletim 267 da Sesau, desta segunda-feira, anunciou que o total de casos registrados no Estado chega a 102.518 com 85.902 recuperados e 376 leitos hospitalares ocupados.
A DOENÇA É PROPORCIONAL À IRRESPONSABILIDADE QUE CAMPEIA
Em Rondônia – e Porto Velho especialmente – a falta de vergonha na cara e de responsabilidade de milhares de pessoas, determinou novo fechamento de parte do comércio, bares, boates e outros locais públicos. Aliás, não somos únicos. Pelo contrário. Pelo país inteiro, esse desprezo pela própria vida e pela vida alheia é demonstrado todos os dias, mas principalmente nos finais de semana, com festas de pequenas multidões, amontoamentos nas praias, funk com apoio da bandidagem nas favelas e por aí vai. A nova fase da doença, que, desde maio, já matou mais de 203 mil brasileiros e caminha para 2 mil mortes em Rondônia, tende a piorar cada vez mais, já que a falta de espírito solidário e de respeito até com familiares idosos e doentes (muitos deles morrem porque seus parentes, filhos e netos levam a doença para dentro de casa), pode piorar ainda mais. Já há previsões de um colapso no atendimento de hospitais em todo o país, coisa, aliás, que estamos perto de chegar. Os cemitérios estão sendo ampliados para receber tantos mortos. Se grande parte da população não respeitar as regras de segurança e os cuidados para impedir que a doença se dissemine ainda mais, em breve viveremos no caos, ao menos até que as vacinas comecem a proteger parte da população.
NÃO PARECE UM ACORDO FEITO ENTRE MAFIOSOS?
Mais uma vez, estamos expostos à vergonha, à negociata, ao mau caratismo na política. O candidato que vem com o apoio da oposição ao governo para o comando da Câmara, o deputado Baleia Rossi, fez um acordo espúrio com os partidos de esquerda: investigar o presidente Bolsonaro, por pretensos crimes que ele está cometendo e preparar o processo de impeachment dele. Uma vergonha! Baleia teria topado, mas depois deu uma entrevista à Folha de São Paulo negando tal acordo criminoso. Foi desmentido pela presidente nacional do PT, Cleisy Hoffmann, uma dessas excrescências que ainda sobrevivem na política brasileira. Ela escreveu no seu twitter: “dar respostas a crimes do Executivo é o ítem 3.6 do compromisso de Baleia Rossi com a oposição. Inclui analisar denúncias de crimes do presidente da República, mesmo que não haja acordo para aprovar impeachment. Ao negar o que tratamos e fechar essa possibilidade, Baleia perderá votos no PT”. Ou seja, não interessam os graves problemas do país, a pandemia, a crise econômica, nada. O vital é defenestrar Bolsonaro, como se ele fosse o mesmo tipo de ladrão que os petistas colocaram no poder. Lamentável!
ROCHA ANUNCIA VACINA PARA TODOS, MAS SEM OBRIGATORIEDADE
Embora descansando por alguns dias, o governador Marcos Rocha não deixa de usar as redes sociais para mandar seus recados. O fez essa semana, sobre a vacinação. O texto publicado é o seguinte: “ordenei a compra de mais de 1 milhão e 200 mil seringas (que já estão no almoxarifado) de forma antecipada para junto com as doses recebidas não faltar vacina para os rondonienses que desejarem. Somado a isso, nos preparamos com uma das melhores redes de frio do Brasil para armazenar as doses. Afirmo que ela será: de graça; não obrigatória; disponível para todos os que desejarem, seguindo as etapas; apenas as autorizadas pela Anvisa”. Rocha aproveitou para parabenizar o Presidente da República, “pela postura em pontuar que todos os Estados e Municípios receberão a imunização de forma simultânea, igualitária e proporcional à população”. Lembrou ainda que “fomos o único Estado a comprar um Hospital (de alvenaria) no período da Covid-19. Além disso, temos umas das menores taxas de letalidade no país; um dos maiores índices de testagem por habitante (possivelmente, a melhor do país); primeiro lugar em transparência das informações e gastos públicos (reconhecido internacionalmente por esse feito) e que disponibilizou o direito ao tratamento precoce de forma direta”. E concluiu: “trabalho sério entrega resultados de verdade!”.
OS “DIMENOR FOGEM TRANQUILAMENTE, PULANDO O MURO
Em plena manhã da segunda-feira, enquanto carros iam e vinham pela avenida Rio de Janeiro, alguns menores infratores que cumprem medidas judiciais no Centro do Menor, na maior moleza, pulavam tranquilamente o muro, sem qualquer oposição. Tranquilos, desciam até a calçada, pulando do muro que não serve para segurá-los dentro do local onde deveriam ser “ressocializados”. Vários motoristas que passavam pelo local, fizeram vídeos, mostrando a fuga de pelo menos quatro garotos. Não se sabe se os fugitivos – pelo menos três deles já teriam sido recapturados pela Polícia Militar – estão ou não entre os mais perigosos que cumprem as famigeradas “socioeducativas” em estabelecimentos que, quase sempre, jamais reeducam ninguém, mas servem sim como uma pré universidade do crime. O Centro do Menor, na Capital, está localizado perigosamente ao lado de uma escola (Orlando Freire) com dezenas de alunos. Um dia, pode acontecer uma tragédia. Mas, é claro, alguma medida para transferir o local de detenção dos marginais ”dimenor” só será tomada depois de acontecer algo terrível. Afinal, estamos no Brasil e não num país sério.
BOTIJA DE GÁS: QUASE 10 POR CENTO DE UM SALÁRIO MÍNIMO
A gasolina começa, célere, a andar na direção dos 5 reais por litro. O óleo diesel, caminha, mais rápido ainda, para os 4 reais. E a botija de gás de 13 litros, aquela que a maioria das famílias utiliza para cozinhar, bate nos 100 reais. Há alguma coisa de podre neste reino, onde o produto sai do fornecedor com um preço razoável e, sobrecarregado de impostos, chega ao consumidor custando praticamente o dobro. O próprio presidente Bolsonaro já disse que tem que baixar o preço dos combustíveis, mas não têm como fazê-lo sem a parceria dos governos estaduais, principalmente, onde alguns deles cobram ICMS abusivo, encarecendo muito para o pobre brasileiro comum, que já ostenta o título de um dos maiores pagadores de impostos do mundo, com retorno pífio de tudo o que gasta para sustentar a obesidade mórbida das estruturas de governo, nas três esferas de poder. Ora, uma botija de gás custar para o consumidor algo perto de 10 por cento do salário mínimo, é alguma coisa inacreditável e absurda. E nem dá para trocar o fogão a gás pelo fogão a lenha, porque daí o Ibama multa...
PENA DE MORTE A CRIME IDÊNTICO AO REGISTRADO AQUI
No ano passado, uma mulher foi brutalmente assassinada em Porto Velho. Grávida, teve sua barriga aberta e o bebê sequestrado. Crueldade e terror. Os envolvidos estão presos, devem cumprir longas penas, mas terão, no decorrer delas, uma série de benefícios, inclusive o que lhes permitirá liberdade após cumprirem um sexto das condenações. Crime idêntico foi cometido pela americana Lisa Montgomery, em 2004. Ela matou uma grávida, abriu a barriga da vítima, retirou o bebê e o sequestrou. A diferença começa na pena: nesta semana, Lisa será a primeira mulher em 70 anos a ser executada com uma injeção letal, no estado de Indiana. A pena capital pode ser exagerada, mas um crime terrível como esse mereceria pelo menos uma pena perpétua. Mas não aqui no Brasil, onde facínoras são tratados quase como vítimas, enquanto suas vítimas apodrecem embaixo da terra. Até quando a sociedade brasileira suportará tantos benefícios a criminosos?
PERGUNTINHA
Você entendeu claramente quando começará a vacinação no Brasil, depois da esclarecedora entrevista do Ministro da Saúde, dizendo que ela iniciará no Dia D e na Hora H?
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