G1
Publicada em 18/01/2021 às 09h13
As autoridades penitenciárias israelenses anunciaram no domingo (17) que começaram a vacinar todos os seus prisioneiros contra a Covid-19, incluindo os palestinos. A decisão ocorre após vários pedidos da Justiça, de ONGs e das autoridades palestinas.
O ministro israelense de Segurança Pública, Amir Ohana, sugeriu recentemente que os prisioneiros não fossem vacinados, apesar do lançamento da campanha de vacinação em todo o país. Uma medida que o procurador-geral Avichai Mandelblit chamou de "ilegal", segundo a imprensa local.
Autoridades palestinas e ONGs pediram a Israel que vacinasse os 4.400 palestinos detidos nas prisões israelenses. Desse total, 250 contraíram a Covid-19, segundo dados da organização Clube de Prisioneiros Palestinos.
Israel aprova vacina da Moderna contra a Covid-19
No domingo, as autoridades penitenciárias israelenses indicaram em um comunicado que 20 presos foram vacinados com a primeira dose do imunizante, mas não especificaram se eram israelenses ou palestinos.
ONGs pedem imunização
O Clube de Prisioneiros Palestinos, por sua vez, disse em nota que três detentos palestinos receberam a vacina. Anteriormente, as autoridades haviam declarado que "após a vacinação da equipe (...), as vacinações dos detidos começarão nas prisões". De acordo com uma porta-voz da administração penitenciária, "isso abrange todos os prisioneiros, sem distinção".
A ONG Human Rights Watch pediu a Israel no domingo que estendesse a campanha aos detidos palestinos e afirmou que o país também tinha a "obrigação", segundo o direito internacional humanitário e como uma potência "ocupante", de "fornecer" vacinas aos 2,8 milhões de palestinos que vivem na Cisjordânia ocupada e aos 2 milhões de palestinos na Faixa de Gaza, um território sob bloqueio israelense.
Acordo secreto
Até o dia 13 de janeiro, cerca de dois milhões de israelenses, de um total de nove milhões de habitantes, haviam recebido a primeira dose da vacina Pfizer/BioNTech. A campanha de vacinação no país começou em 19 de dezembro.
O país teria pago mais do que o preço de mercado para garantir um fornecimento suficiente da vacina. O Ministério da Saúde de Israel não quis comentar o assunto.
O premiê Benjamin Netanyahu, em campanha para as eleições legislativas de 23 de março - e que deve comparecer em breve ao seu julgamento por corrupção -, afirma que suas negociações com os laboratórios Pfizer e Moderna permitirão vacinar toda a população de Israel com mais de 16 anos até o final de março.
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