G1
Publicada em 05/02/2021 às 14h49
O governo da Rússia anunciou nesta sexta-feira (5) a expulsão de diplomatas da Suécia, Alemanha e Polônia sob a acusação de que eles teriam participado de protestos considerados ilegais contra a prisão do líder opositor, Alexei Navalny.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse, em um comunicado, que as ações dos diplomatas foram "inaceitáveis".
A chanceler alemã, Angela Merkel, condenou a expulsão, que chamou de "injustificada", em uma entrevista coletiva. Ela falou com jornalistas depois de uma reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron, quem também lamentou as expulsões.
O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Zbigniew Rau, convocou o embaixador polonês na Rússia para consulta, e disse esperar que o país reverta a decisão de expulsar o diplomata que atuava em São Petersburgo.
Uma porta-voz da diplomacia sueca disse à agência de notícias Reuters que é falsa a acusação de que um servidor do país tenha participado das manifestações.
Nesta sexta, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, recebeu o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, em Moscou, para discutir a relação entre os países depois da prisão de Navalny.
É possível que a União Europeia, que condena a prisão do líder opositor, aplique sanções contra a Rússia, assim como já anunciaram os Estados Unidos.
No entanto, Borrell disse, em entrevista coletiva após a reunião, que não há nenhuma proposta dos países membro do bloco nesse sentido até o momento.
Também depois da reunião, Lavrov chegou a comentar que a União Europeia é um "parceiro que não se pode contar".
Outro julgamento de Navalny
Navalny, condenado no início da semana a mais de 2 anos de prisão por violar uma liberdade condicional, passa por um novo julgamento nesta sexta.
O advogado já havia sido condenado em 2014 a três anos e meio de prisão, e chegou a cumprir doze meses da pena em casa, segundo a agência russa de notícias RT.
Entretanto, na terça-feira (2), um tribunal da Rússia entendeu que o principal opositor de Vladimir Putin não se apresentou regularmente ao Serviço Penitenciário Federal.
O ativista foi preso em 17 de janeiro assim que desembarcou na Rússia, após passar meses na Alemanha se recuperando de um envenenamento pelo agente químico novichok.
Navalny, que se contaminou com a substância em agosto na região russa da Sibéria, acusa o governo Putin de estar por trás da tentativa de envenenamento. O presidente nega.
A decisão foi anunciada dois dias depois de um dos maiores protestos da história contra Putin e contra a detenção do líder oposicionista terminar em mais de 5 mil prisões na Rússia.
Mesmo com a tentativa do governo russo de desmobilizar a manifestação, com prisões de aliados de Navalny e fechamento de estações de metrô em Moscou, milhares foram às ruas da capital do país.
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