Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 05/02/2021 às 15h29
Numa altura em que aumentam os protestos contra o golpe de estado militar, a página da rede social Facebook da Liga Nacional para a Democracia ((NLD, na sigla inglesa), liderada pela chefe do Governo destituído, Aung San Suu Kyi, indicou que quase 300 políticos do partido criaram uma comissão para liderar os trabalhos no Parlamento.
Numa carta dirigida às Nações Unidas e à comunidade internacional divulgada nas redes sociais, a Liga apela à imposição se sanções económicas e comerciais aos militares envolvidos no golpe de estado, que contam com vastas empresas lucrativas.
A Liga prometeu agir "no melhor interesse do povo e na essência da democracia".
O acesso à rede social Twitter ficou restrito hoje à noite em Myanmar, adiantou, entretanto, a organização não-governamental de fiscalização da Internet NetBlocks
"O Twitter agora está restrito a #Myanmar em vários servidores de acesso", anunciou o NetBlocks, acrescentando que a interrupção começou por volta das 22:00 locais (14:30 em Lisboa), com os utilizadores de todo o país a confirmarem que a plataforma está inacessível.
O Parlamento, saído das eleições de novembro, deveria ter efetuado na passada segunda-feira a primeira sessão plenária, quando os militares anunciaram a tomada do poder, por um ano, prenderam os deputados, embora já vários tenham sido libertados.
Está ainda por se perceber se as declarações feitas pelos deputados terão efeitos práticos.
Vários países já condenaram o golpe militar, tendo os Estados Unidos ameaçado com sanções económicas.
A resistência aos militares tem vindo a ganhar força desde o golpe de estado, visto internacionalmente como um "chocante revés" no país do sudeste asiático, que estava a progredir significativamente, embora de forma desigual, em direção à democracia após décadas de regime militar.
O mais recente político a ser detido foi Win Htein, um membro sénior do partido de Suu Kyi.
Suu Kyi e o pPesidente Win Myint também estão em prisão domiciliar, tendo sido acusados de delitos menores, vistos por muitos como apenas uma justificação legal para sua detenção.
Hoje, nas maiores manifestações registadas no país desde o golpe de estado, centenas de estudantes, bem como de professores, ocuparam várias das principais artérias de várias cidades do país para exigir aos militares que devolvam o poder aos políticos democraticamente eleitos.
A oposição ao golpe começou inicialmente com pessoas a bater em tachos e panelas às janelas em Rangum, a maior cidade do país, a coberto da escuridão, para evitar serem detetados pelas forças de segurança.
No entanto, as manifestações estão a ser cada vez mais expressivas e visíveis, com estudantes e profissionais de saúde na "linha da frente".
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