Sérgio Pires
Publicada em 09/02/2021 às 08h00
CHEGOU A NOVA CEPA AINDA MAIS DESTRUIDORA. E TEMOS VACINAS PARA APENAS 3 POR CENTO DA POPULAÇÃO RONDONIENSE
Boas notícias para alguns poucos, péssimas notícias para a imensa maioria. A chegada de mais 36.600 doses da vacina Coronavac (nove mil para Porto Velho), certamente é daquelas novidades que fazem bem, no meio desse cenário de tanta doença, tantos perigos, tantas mortes. Não há como negar que isso é o que se chama boa notícia. Pelo menos para algo em torno de mais 18 mil e 300 rondonienses, considerados entre os grupos de risco, que tomarão as duas doses da vacina salvadora. O problema é o outro lado da moeda. E que lado! Além do número cada vez maior de contaminados, internados, de leitos de UTIs superlotados e de muitas vidas perdidas (foram mais 23 óbitos nesta segunda-feira), agora apareceu mais uma cena forte, nesse filme de terror que todos estamos vivendo.
A Secretaria de Saúde rondoniense confirmou, nesta segunda, que as amostras enviadas ao Instituto Osvaldo Cruz, para análise, captaram uma nova e agressiva cepa do coronavírus. Ela foi encontrada primeiro em Manaus, na loucura em que se transformou aquela cidade, inclusive sem oxigênio dos hospitais, mesmo o Estado tendo recebido mais de 8 bilhões de reais e a Prefeitura manauara mais de 2 bilhões de reais para o combate à Covid 19. Por aqui, felizmente, não houve desvios, nem compras superfaturadas, nem aquisição de respiradores em lojas de vinho, mas, mesmo assim, a doença continua crescendo e apavorando.
A nova cepa, que ja foi detectada também em outros Estados brasileiros e em outros países, é extremamente agressiva, ataca ferozmente e pode matar uma pessoa em poucos dias. Há uma torcida geral para que as vacinas que estão começando a serem utilizadas, possam também, ao menos, diminuir a fúria de ataque dessa nova forma do corona.
A verdade é que está cada vez mais longe de contermos a doença, sem o uso das vacinas. Estamos ainda muito longe da imunização de ao menos parcela importante da população, o que poderia começar a fazer regredir o mais terrível mal que assola a Humanidade, desde pelo menos 150 anos. Para se ter ideia, com os números de contaminados e mortos explodindo, apenas 3 milhões e 600 mil brasileiros já foram vacinados e, desses, só menos de 33 mil também receberam a segunda dose. Em Rondônia, os quatro lotes que já chegaram (no domingo veio o último dessa série, com 36.600 doses), somando-se tudo, não será possível imunizar mais que 50 mil pessoas com as duas doses.
Com uma população beirando os 1 milhão e 700 mil, esse número, quando atingido, significará apenas menos de 3 por cento do total de rondonienses. O percentual daqui é o semelhante à média nacional. Com a chegada da nova cepa, precisamos apressar a imunização, antes que parte de cidades brasileiras se transformem em cemitérios.
EMPRESÁRIOS RONDONIENSES VÃO COMPRAR 60 MIL DOSES DA OXFORD
O investimento será de cerca de 4 milhões e 500 mil reais. Um grupo que representa a iniciativa privada, a partir de uma ideia do empresário César Cassol, absorvida por entidades como o Grupo Pensar Rondônia, liderado por Chico Holanda, entre outros, está negociando a compra de pelo menos 60 mil doses da vacina Oxford. O governo federal já autorizou este tipo de negociação com os laboratórios que vendem a Oxford, com a exigência que metade das doses, ou seja, 30 mil delas, sejam entregues ao Ministério da Saúde, para serem distribuídas país afora. As 30 mil doses que ficarão nas mãos do grupo de empresários que vai comprá-las, servirá para imunizar pelo menos 15 mil pessoas, com duas doses cada. A compra está sendo negociada também por vários grupos empresariais e até Prefeituras, como a de Porto Velho, mas também de Ariquemes, entre outras cidades. As vacinas são negociadas a 7 dólares e 90 centavos a dose; 15 dólares e 80 as duas doses individuais. Aos valores atuais, a média de cada dose ficaria em 75 reais. Os líderes da campanha pela compra pelo setor empresarial, acham que, a partir do fechamento do pedido, as vacinas chegariam em 30 dias. O pagamento é feito apenas na entrega. As 30 mil doses seriam utilizadas nas empresas e em quem mais os empresários quisessem e as que irão para o governo, poderiam ficar parte em Rondônia ou não, dependendo de decisão do Ministério da Saúde.
A POLÍTICA CONTINUA NA PAUTA, MESMO DURANTE A PANDEMIA
A pandemia segue firme, mas a política também. A um ano e dez meses da eleição de 22, as peças do tabuleiro se mexem. Uma delas é o prefeito reeleito de Porto Velho, Hildon Chaves. Ele tem planos para o próximo pleito e já está definido que, quando chegar a hora, deixa a Prefeitura para seu vice, o jovem Maurício Carvalho. Hildon poderá concorrer ao Governo, mas só o fará se não for cumprido o acordo que ele tem com Marcos Rogério, o senador do DEM que o apoiou na reeleição e conta com 100 por cento do apoio de Hildon e de pelo menos parte importante do PSDB, para sua batalha em direção ao Palácio Rio Madeira. A segunda opção é disputar a única cadeira ao Senado, que ficará vaga no final do ano que vem, quando se encerra o mandato do pedetista Acir Gurgacz. Durante o último final de semana, o Prefeito da Capital, acompanhado de nomes importantes do PSDB, percorreu o Cone Sul do Estado. Está conversando e buscando eventuais apoios para o futuro próximo.
GUERRA AO VÍRUS CONSOME TODO O TEMPO DE ROCHA, DIZEM ALIADOS
Quem não está gostando nada do que considera uma antecipação da campanha, por parte de futuros adversários, é a turma palaciana e os aliados de Marcos Rocha. O que se ouve é que o Governador, envolvido até o pescoço na guerra ao coronavírus, não tem tempo para fazer política. O problema que assola seu Estado tem consumido todas as suas forças e seu tempo. Enquanto seus adversários estão se mexendo, o Governador, que é candidatíssimo à reeleição, dedica praticamente todas as suas ações para administrar e para criar frentes de atuação contra a Covid 19, é o resumo do que comentam seus aliados. Mesmo obras importantes que estão sendo realizadas e até entregues, não têm faturado politicamente, por causa da prioridade total à questão da pandemia. Um caso concreto é a Estrada do Belmont, uma obra esperada há mais de 30 anos, que já está entregue e que não foi inaugurada. No interior, isso também tem ocorrido. Por enquanto, pelo menos, os adversários do governante rondoniense saem em vantagem, buscando acordos para futuras candidaturas.
MAIS UM PASSO PARA A VOLTA DA MARIA FUMAÇA À EFMM
O professor e historiador Aleks Palitot começa a semana com notícias muito boas. Não só para ele, um apaixonado pela Estrada de Ferro Madeira/Mamoré, mas para toda a comunidade porto velhense e rondoniense. Dois eventos o fizeram comemorar. No primeiro deles, ao receber a visita do deputado federal Léo Moraes, foi informado da liberação de recursos na ordem de 7 milhões de reais, que virão de emenda do jovem parlamentar, para obras de recuperação dos trens e dos trilhos, para a futura volta do passeio turístico com a Maria Fumaça, que tanto sucesso fez há poucos anos atrás. Outra boa nova veio de um encontro do vereador com o prefeito Hildon Chaves. Palitot foi informado que há grande interesse da Prefeitura em ver o trenzinho funcionando, tão logo haja condições técnicas. O maior empecilho é um trecho de cerca de 400 metros que sucumbiu com a enchente histórica de 2014. Estudos já estariam sendo feitos – e outros ainda o serão – para que, dentro do possível, a Maria Fumaça volte a levar turistas da Praça da EFMM até a Igreja de Santo Antônio e até mais adiante, até Teotônio. Dinheiro já tem...
CADA UM COM SUA VERDADE: TRAGÉDIA DENTRO DA TRAGÉDIA
A cada dia que passa, a politização sobre a tragédia do Coronavírus, do tratamento precoce ou não e da campanha nacional de vacinação, comprova que vivemos num país dividido, onde não importa a tragédia de milhões de famílias, mas sim que se imponha a vontade de grupos e as ideologias. É algo extremamente triste se ver discursos, alguns baseados no ódio e no desrespeito a opiniões alheias, inclusive dividindo cientistas e médicos, que deveriam estar sempre unidos na busca do tratamento, da vacina, da cura, da vida. Dependendo de que lado está – à esquerda, no centro, à direita – essa posição se sobrepõe a tudo. E ai de quem achar que determinada posição não é a verdadeira! Há dezenas de casos comprovados de sucesso do tratamento preventivo, reconhecido inclusive pela famosa Revista Americana de Medicina, mas isso não tem valor para quem quer impor sua verdade. De outro lado, todos os que não aceitam o tratamento o são por comunistas ou antibolsonaristas e essas besteiras sem fim. É mais uma tragédia dentro da tragédia. O caso das vacinas segue na mesma catilinária. Que povinho!!!
REPETEM-SE OS ASSALTOS À LUZ DO DIA, EM PLENO CENTRO
Vai virar atração turística, com data e horário para se assistir! Isso mesmo. A sucessão de assaltos na saída de bancos em Porto Velho, por total falta de segurança, vai se tornar um destaque nacional. Mais um, em que seremos lembrados não pelas coisas boas que temos, mas por esse tipo de más notícias. A cada quinzena e, por incrível que pareça, em muitos casos no mesmo banco, assaltantes esperam empresários que carregam grandes quantias em dinheiro e os atacam, como se aqui fosse a Casa da Mãe Joana, onde criminosos podem agir em plena luz do dia, na rua, no centro da cidade, sem serem importunados. Afora isso, certamente as investigações lá na frente vão esclarecer, como os assaltantes sabem, com tantas certezas, o dia, o horário e quanto em dinheiro poderão levar, quando atacam suas desavisadas vítimas. Mais uma ação dessas, no meio da manhã, foi registrada nesta segunda, em mais uma agência do Sicoob. Certamente a polícia está trabalhando muito nos casos (presume-se que em total sigilo) porque, até agora, não se sabe absolutamente nada sobre o andamento das investigações, suspeitos e outros detalhes. Esperemos os resultados finais, que, sem dúvida, esclarecerão tudo!
HADDAD, BOULOS, CIRO: NENHUM DELES ASSUSTA BOLSONARO
Agora vai! Finalmente, depois de longa espera, o quase sepulto Partido dos Trabalhadores anunciou seu candidato à Presidência da República. Democraticamente escolhido pelo voto único e poderoso do ex presidente Lula, ainda solto, Fernando Haddad foi a grande surpresa apresentada ao eleitor brasileiro, entre piadas e risos da grande maioria. Mesmo com todo o aparato da mídia nacional; dos maiores artistas de todos os tempos do país; de sindicatos desesperados com o que poderiam enfrentar com Bolsonaro no poder; com toda a oposição unida em torno de si, Haddad perdeu fácil. Mesmo tendo ido à missa e a cultos (comunista convicto, teve que enfrentar esse sacrifício), junto com sua então candidata à vice, Manuela D´Ávila) Haddad jamais empolgou na campanha. Foi para o segundo turno contra Bolsonaro sem qualquer chance de vitória, mesmo com um pacote de pesquisas mentirosas o apontando com uma votação que ele sequer chegou perto, na hora da realidade das urnas. A esquerda vem com Haddad e com o invasor de prédios Guilherme Boulos, uma figura que, fora de São Paulo, tem tantos eleitores quanto a torcida do América do Rio de Janeiro e com o tresloucado Ciro Gomes. Contra eles, Bolsonaro não precisa sair de casa para se reeleger. Seus adversários mais fortes, contudo, devem vir de partidos de centro.
PERGUNTINHA
Você culpa o Governo, os impostos absurdos, a Petrobras, o dólar, as distribuidoras, os postos de gasolina ou tudo isso, pelos abusivos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha?
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