Rondoniadinamica
Publicada em 20/02/2021 às 09h54
Porto Velho, RO – A competência do Corononavírus (COVID-19/SARS-CoV-2) está muito além da capacidade das autoridades constituídas em promover a vacinação da população brasileira.
Em Rondônia, já são 2.667 pessoas mortas exclusivamente por causa da pandemia; isto representa, só em 2021, com exatos 50 dias apenas, 850 óbitos, exatamente 17 vidas perdidas para cada 24 horas desde o 1º de janeiro.
Um exercício reflexivo possível seria imaginar o seguinte panorama: com esse total, sem contar reservas, daria para formar pelo menos 77 times de futebol, só para se ter ideia do quão atroz tem sido a batalha com a doença.
Infelizmente, o fato de a imunização da sociedade ter se transformado em instrumento político acentuando ainda mais a cisão entre o governo federal e o Instituto Butantan, que é um órgão vinculado à Secretaria Estadual de Saúde do Governo do Estado de São Paulo, corrobora para o arrastamento do procedimento não só na unidade gerida por Marcos Rocha, sem partido, mas em todo o Brasil.
Em suma, o desdobramento da picuinha entre João Doria (PSDB), governador de São Paulo, e o presidente da República Jair Bolsonaro, é fatal, corrosivo à humanidade de maneira geral.
Aliás, Rocha, que se orgulhava – e ainda se orgulha –, na campanha de ser amigo íntimo Bolsonaro, enfim, aparentemente não consegue usufruir dessa relação refletindo positivamente seus efeitos aos habitantes sob sua incumbência diretiva.
O próprio senador Confúcio Moura, do MDB, considerado um dos padrinhos eletivos do atual regente do Palácio Rio Madeira, deixou claro em seu blog particular não ser necessário esperar o imbróglio cessar.
O emedebista não diz com todas as letras, mas em seu texto soa claramente a preocupação a respeito da letargia do ministro Eduardo Pazuello, titular da Saúde, e, sem citar o chefe do Executivo estadual, dá lições sobre o que poderia – e deveria –, ser feito.
“O Consórcio de Governadores da Amazônia Legal deve negociar imediatamente a compra de vacina, de onde tiver, pelo preço de mercado ou até mesmo acima, como fez Israel. Qualquer preço da vacina fica mais barato que o bloqueio comercial pela pandemia. Deve-se abrir crédito, avalizado pelo Tesouro Nacional para os governadores. O Tesouro não é tesouro coisa nenhuma. Porque o nosso Tesouro não tem dinheiro”, diz o congressista mostrando os caminhos abertos para qualquer estadista trilhar. Mas, como o próprio nome diz, é necessário ser estadista para fazê-lo.
Todas as peças no tabuleiro estão, aparentemente, conservando a ideia de que a montanha virá a Maomé, e não o contrário, como deveria ser.
Agora, na última sexta-feira 19, 44 existências se esvaíram, todas levadas pelo Coronavírus, e a toada das novas cepas não dá tempo para análises profundas ou grandes esperas.
As vacinas, não importam fabricantes e/ou distribuidoras, precisam ser disponibilizadas em massa, urgentemente. E para ontem!
O anúncio de que até o dia 02 de março, talvez, e é um talvez rigorosamente maiúsculo, o estado tenha mais 40 mil doses para imunizar as pessoas não surge exatamente como notícia boa, e isto a despeito de os professores serem incluídos no rol prioritário.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) diz que em até 2020 Rondônia contava com população aproximada de 1,8 milhão de pessoas.
Isto quer dizer, sobremaneira, que pouco mais de 2% de toda essa gente terá acesso à vacina. É muito, muito pouco, irrisório.
E no jogo de empurra-empurra, ou seja, de culpar o Marcos Rocha, ou o Fernando Máximo, ou o Doria, ou o Bolsonaro, ou o Pazuello, ninguém, no fim das contas, se responsabiliza por absolutamente nada e o placar da morte continua virando dia após dia.
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