Folha do Sul/Rildo Costa
Publicada em 03/03/2021 às 09h59
Embora ainda seja cedo para cravar uma previsão, ao que parece a região de Cerejeiras poderá ter mais uma supersafra de soja em 2021.
A expectativa positiva de agora, com 50% da colheita já realizada, é um alívio para os produtores, que viveram seus piores dias na atividade no início do plantio. O atraso das chuvas preocupou agricultores e empurrou a semeadura para o penúltimo e último mês do ano do ano passado. Só lembrando que, em tempos normais, a soja começa a ser semeada no Cone Sul por volta do dia 20 de setembro.
Por causa deste atraso nas chuvas, a safra de agora tinha tudo para ser desastrosa. Mas, até o momento, os resultados apresentados estão sendo positivos.
O produtor Claudiney Demarco, de Cerejeiras, é um dos que estão otimistas. “O primeiro talhão colhido superou as expectativas. Mas ainda não dá para dizer que se será uma safra igual ou maior que a anterior”, disse o produtor.
Em outra propriedade, de uma família pioneira na agricultura, também em Cerejeiras, os resultados dos primeiros talhões colhidos vão de 55 a 65 sacas de soja por hectare. Por causa desta variação, ainda não dá para fazer uma previsão mais acertada do montante final de produção.
Em mais duas propriedades no município cerejeirense, o FOLHA DO SUL ONLINE apurou números positivos. Em uma delas, os primeiros talhões colhidos renderam 76 sacas de soja por hectare na média. Em outra – atípica, é verdade – a produção foi de 85 sacas.
O engenheiro agrônomo Hugo Dan, do Centro de Pesquisas Agropecuárias (CPA), antiga AgroFarm, empresa que atua na região de Cerejeiras, diz que o resultado desta safra poderá ser positivo. “As expectativas de colheita neste ano não eram muito boas. Tivemos um período longo de variabilidade de chuvas, com pouca chuva no início do plantio. As plantas, com isso, passaram por um estresse hídrico muito severo. Mas quando as chuvas começaram a se regular, a soja recuperou e passou a apresentar uma produção boa”, diz o agrônomo.
Ainda de acordo com Hugo Dan, a oleaginosa poderá até ter sido beneficiada por certa dimensão de falta de chuva. “A soja tem esta característica: ela se dá bem com até certo nível de estresse hídrico e acaba, depois, produzindo mais do que em condições normais. Por isso, pode ser que tenhamos uma safra igual ou até superior ao do ano passado”, disse o agrônomo.
Além da força regeneradora da natureza mencionada acima, outra variável também pode contribuir para uma safra de soja positiva na região de Cerejeiras neste ano: os investimentos do produtor na atividade.
Segundo o agrônomo do CPA, os aportes tecnológicos feitos nas lavouras e os programas de incentivo por parte de entidades do setor ajudam a elevar a produtividade do grão. “O produtor fez investimentos no solo, o que ajuda muito num ano difícil como este. A Copama, através do programa Copama+10, também fez investimentos em pesquisa e assistência técnica para os produtores no desenvolvimento de novas cultivares adaptadas à região, o que também conta muito para elevar o volume de produção de soja na região”.
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