AJUDA HUMANITÁRIA Rússia e China vetam prorrogação de ajuda transfronteiriça da ONU à Síria Publicada em 11/07/2020 às 09:20 Rússia e China vetaram nesta sexta-feira uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para prorrogar a ajuda humanitária transfronteiriça à Síria, a horas de a autorização em vigor expirar naquele país em guerra. Segundo diplomatas, o texto, apresentado ao Conselho pela Alemanha e Bélgica, obteve 13 votos favoráveis entre os 15 países do grupo, mas foi rechaçado devido ao veto de Moscou e Pequim, o segundo em três dias. Este foi o 16° veto russo e o 10° da China ligado à Síria desde o começo da guerra naquele país, em 2011. Qualquer resolução do Conselho pode ser rechaçada pelo voto contrário de um dos membros permanentes do grupo: China, Estados Unidos, França, Rússia e Reino Unido. O dispositivo transfronteiriço da ONU, que existe desde 2014, permite levar ajuda humanitária aos sírios sem necessidade da aprovação de Damasco e expira esta noite. China e Rússia haviam se oposto esta semana a um texto da Alemanha e Bélgica que propunha a prorrogação por um ano da autorização para a ajuda transfronteiriça através de dois pontos na fronteira entre Síria e Turquia: em Bab al-Salam, que se comunica com a região de Aleppo, e em Bab al-Hawa, que dá acesso à região de Idlib. Em janeiro último, a Rússia, maior aliado da Síria, já havia reduzido de quatro para dois o número de pontos de entrada naquele país e limitado a autorização para seis meses, em vez do acordo anual que vigorava até então. A Rússia argumenta que mais de 85% da ajuda entregue à Síria passa por Bab al-Hawa e que, portanto, o outro acesso poderia ser fechado. O Conselho de Segurança rejeitou anteontem um texto apresentado por Moscou com suas propostas, que obteve quatro dos nove votos necessários para ser aprovado. - 'Golpe devastador' - Após a rejeição à proposta russa, Alemanha e Bélgica, membros não-permanentes do conselho e responsáveis pelo aspecto humanitário do expediente sobre a Síria, apresentaram um novo rascunho, submetido hoje a votação. Como concessão a Moscou, o mesmo concordava em prorrogar a autorização de ajuda transfronteiriça por seis meses, em vez de um ano, mantendo, porém, os dois pontos de acesso atuais ao território sírio. "Sabemos que a medida correta é que os dois postos de fronteira no noroeste permaneçam abertos, para que alcancem a maior quantidade possível de sírios que precisam de ajuda humanitária", disse anteontem à AFP a embaixadora americana na ONU, Kelly Craft. Rússia e China argumentam que a autorização da ONU viola a soberania da Síria e que a ajuda poderia ser canalizada de forma progressiva, através de autoridades sírias, à medida que estas recuperassem o controle dos territórios. Após o novo veto, diplomatas consideram que ainda é possível alcançar um compromisso entre Rússia, Alemanha e Bélgica, embora a autorização expire hoje. A ONG Oxfam advertiu que deter a ajuda transfronteiriça representaria "um golpe devastador para milhões de famílias sírias que dependem dessa assistência para receber água potável, alimentos, atendimento de saúde e abrigo". David Miliband, presidente da ONG International Rescue Committee, denunciou em comunicado "um dia negro" para os sírios com o novo veto da Rússia e China, que classificou de "vergonha". Fonte: AFP Leia Também Rússia e China vetam prorrogação de ajuda transfronteiriça da ONU à Síria Mais de 70 pessoas são detidas após manifestações violentas contra gestão da pandemia Facebook proíbe conteúdos que promovem "terapia de conversão" Obras de infraestrutura iniciarão no bairro Santo Antônio População é alertada durante pit stop sobre perigos de queimadas Twitter Facebook instagram pinterest