ESTADOS UNIDOS Enfermeira diz que imigrantes detidas nos EUA tiveram úteros retirados em cirurgias irregulares Publicada em 16/09/2020 às 09:14 Autoridades migratórias e parlamentares dos Estados Unidos disseram nesta terça-feira (16) que vão apurar uma denúncia sobre cirurgias irregulares em detentas em um centro para imigrantes clandestinos no estado americano da Geórgia --as mulheres teriam sido submetidas a retiradas completas ou parciais de seus úteros. Uma enfermeira que trabalhava no local foi quem expôs o caso. Segundo essa denunciante, identificada como Dawn Wooten, um ginecologista fazia histerectomias (retirada do útero por intervenção cirúrgica ) em massa nas detentas. Além disso, o centro, localizado na cidade de Irwin, se recusava a aplicar testes do novo coronavírus nos imigrantes detidos no local. Wooten relatou que as detentas eram encaminhadas a ginecologistas ao reclamarem de cólicas ou pedirem por métodos contraceptivos. Nem sempre as decisões médicas eram compreendidas pelas mulheres. "Muitas delas disseram que não entendiam o que estava sendo feito com elas. Ninguém explicava", relatou a enfermeira. O teor inteiro da denúncia não foi divulgado, mas parlamentares do Partido Democrata tiveram acesso ao documento e também anunciaram uma investigação sobre o caso. A presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi, repudiou o caso. "Se for verdade, as condições horríveis descritas na denúncia — incluindo alegações de histerectomias em massa feitas em imigrantes vulneráveis — são uma violação assustadora dos direitos humanos", disse Pelosi, em nota. A agência Reuters falou com autoridades migratórias dos EUA na terça-feira, e elas afirmaram que uma agência federal também deverá averiguar o que aconteceu. Autoridades negam acusação A diretora médica do Serviço de Alfândegas e Imigração (ICE) dos EUA, Ada Rivera, negou irregularidades e disse que o centro na Geórgia só fez dois procedimentos do tipo desde 2018, sempre com aprovação após exames. Bandeiras americanas em um muro privado na fronteira entre Estados Unidos e México em Ciudad Juárez. — Foto: Jose Luis Gonzalez/Reuters Além disso, o ICE disse em nota que um procedimento como histerectomia "jamais seria feita sem a vontade da paciente" sob custódia das autoridades americanas. Fonte: G1 Leia Também Enfermeira diz que imigrantes detidas tiveram úteros retirados em cirurgias irregulares Ministério Público fiscaliza cumprimento de condições de trabalho de profissionais da saúde em hospitais Índia registra mais de 5 milhões de casos de Covid-19 Coluna Simpi – Adiamento do leilão do 5G acirra discussões no Brasil Sebrae renova compromisso com a educação de Rondônia Twitter Facebook instagram pinterest