PROJETO PILOTO Governo lança edital de projeto para reduzir letalidade infantojuvenil Publicada em 23/09/2020 às 14:37 O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou hoje (23) edital para implementação de projeto-piloto voltado à redução da violência e de homicídios de crianças e adolescentes no país por meio da busca ativa escolar e redução da evasão escolar. A iniciativa é em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que vai destinar R$ 10 milhões para a contratação de seis entidades parceiras. O escopo do projeto e a íntegra do edital, contendo as instruções para o encaminhamento das propostas, está disponível nos sites do ministério. Para o secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Maurício Cunha, apesar dos avanços oriundo dos 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) [http://conteudo.ebc.com.br/agencia/2020/eca_30anos/eca30anos.html], o Brasil tem um “quadro gravíssimo” de violência contra esse público, que precisa ser combatido e superado. Durante a abertura do Fórum Nacional sobre Letalidade Infantojuvenil, que acontece hoje e amanhã (24) de forma virtual, Cunha apresentou o edital do projeto e os números de homicídios infantojuvenil. “Os homicídios são apenas o capítulo final de uma longa história de violações e privações de direitos de crianças e adolescentes. Essa violência contra o público jovem provoca uma verdadeira tragédia nacional”, disse, destacando que, desde 2012, a taxa de homicídios de adolescentes é mais alta que a da população geral. De acordo com o secretário, o Relatório Violência Letal Contra as Crianças e Adolescentes do Brasil revela que mais de 689,6 mil crianças e adolescentes morreram por acidente de transporte, suicídio e homicídio, entre 1980 e 2013. E crianças e adolescentes negros morrem, proporcionalmente, quase três vezes mais do que brancos. Os homicídios são a principal causa do aumento dessas mortes por causas externas. Os assassinatos representam cerca de 2,5% do total de mortes até os 11 anos e têm um crescimento acentuado na entrada da adolescência, aos 12 anos, quando causam 6,7% do total de mortes nessa faixa etária. Entre as mortes aos 14 anos, 25,1% são por homicídio, percentual que atinge 48,2% na análise dos óbitos aos 17 anos. O Brasil é o país em que, em números absolutos, mais morrem adolescentes vítimas de homicídios em todo o mundo, com aproximadamente 10 mil mortes por ano. Cunha apresentou ainda dados de um estudo de 2016, da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que concluiu que a educação é o passo inicial para a redução dos homicídios. A estimativa é que há uma redução de 2% na taxa de homicídios dos municípios para cada 1% a mais de jovens entre 15 e 17 anos nas escolas. E é esse o objetivo do programa que será construído a partir do edital lançado nesta quarta-feira. De acordo com Cunha, as ações requerem intervenções multisetoriais e integradas. Por isso, além da prevenção à evasão escolar, o projeto deverá trabalhar para o fortalecimento do elo comunidade, família e escola e com ações para promoção de cultura de paz. “Queremos privilegiar nessa experiência o papel das famílias e fortalecimento das suas competências protetivas. Não existe infância protegida sem famílias fortes”, disse o secretário. Fonte: Agência Brasil Leia Também Governo lança edital de projeto para reduzir letalidade infantojuvenil ANP realiza mais de 7,4 mil fiscalizações no semestre Operação da PF apura desvios no SUS de mais de R$ 2 milhões SUS abre consulta pública sobre uso de medicamento para o coração Ministro da Economia diz que reforma deve ter tributos alternativos Twitter Facebook instagram pinterest