PRISÕES PREVENTIVAS Justiça mantém prisão dos quatro prefeitos de Rondônia e ex-deputado investigados pela PF em esquema de propina Publicada em 28/09/2020 às 12:36 A Justiça de Rondônia negou o pedido de habeas corpus e manteve as prisões preventivas dos quatro prefeitos e do ex-deputado investigados na Operação Reciclagem, que apura crimes contra a administração pública. Os cinco políticos foram presos na última sexta-feira (25) pela Polícia Federal (PF) por integrarem um esquema de propina. Segundo apurou a reportagem da Rede Amazônica, as prefeitas Gislaine Clemente (de São Francisco do Guaporé) e Glaucione Rodrigues Neri (de Cacoal) estão dividindo a mesma cela no quartel da Polícia Militar de Ji-Paraná (RO). Já os prefeitos Luiz Ademir Schock (de Rolim de Moura) e Marcito Pinto (de Ji-Paraná) dividem outra cela no mesmo prédio. Junto deles está o ex-deputado Daniel Neri (marido de Glaucione), que foi preso na mesma ação da PF. Na sexta-feira, após as prisões dos prefeitos e do ex-deputado, foi levantado a possibilidade de transferir os cinco suspeitos à capital Porto Velho. Mas a Justiça de Rondônia decidiu por manter o grupo preso no quartel da PM em Ji-Paraná. A reportagem apurou que os políticos investigados serão interrogados pela PF nesta segunda-feira (28). Também deve ser marcado uma reunião com os advogados dos prefeitos e do ex-deputado. Operação Reciclagem Segundo o delegado Flori Cordeiro de Miranda Júnior, da PF, a investigação da operação Reciclagem começou em dezembro de 2019, após um empresário que prestava serviços às prefeituras delatar sobre um esquema de propina. O denunciante relatou, à época, que uma das prefeituras teria condicionado o pagamento de uma dívida com um prestador de serviço ao repasse de propina. Diante disso ele decidiu denunciar a fraude e delatou os outros três municípios que adotavam a mesma prática de corrupção. No dia 25 de setembro foi deflagrada a operação Reciclagem e a PF cumpriu quatro mandados de prisão preventiva contra chefes da administração pública. A prefeita Gislaine Clemente (MDB) - conhecida como Lebrinha e filha do deputado estadual Lebrão - foi presa na sede da prefeitura de São Francisco. Já em Cacoal a polícia prendeu Glaucione Rodrigues Neri (MDB) e o marido dela, Daniel Neri. O casal foi filmado recebendo dinheiro de propina, conforme revelou o Jornal Nacional. No mesmo dia, o prefeito de Rolim de Moura foi preso. Luiz Ademir Schock (PSDB) também é suspeito de participar do esquema. O prefeito Marcito, de Ji-Paraná, foi preso na sede da administração municipal, o palácio Urupá. Ele foi levado à viatura sem algema. Propina filmada Em outro vídeo entregue à justiça de Rondônia, a prefeita Lebrinha também aparece colocando maços de dinheiro dentro de um pacote. Segundo investigação, o dinheiro das imagens é oriundo de propina. Afastamento das funções Além dos mandados de prisão, a Justiça determinou o afastamento das funções públicas dos prefeitos e o bloqueio de ativos que ultrapassam R$ 1,5 milhão, valor que, em tese, teria sido recebido de forma ilícita. "Na verdade, nós estávamos sentindo que isso iria se alastrar mais. É bem possível que mais pessoas teriam se envolvido em um ciclo sem fim. O pagamento sempre foi em dinheiro vivo, de notas de R$ 50 e R$ 100. A frequência (do pagamento) era imediatamente anterior ao dia do vencimento ou posterior ao pagamento com o recado de que, se não houvesse o pagamento, não teria mais", declarou em entrevista coletiva na tarde desta sexta o delegado Flori Cordeiro Miranda Júnior, em Ji-Paraná. Na sexta-feira, a PF apreendeu um montante de R$ 256 mil, sendo R$ 10 mil em Ji-Paraná, R$ 26 mil em São Francisco do Guaporé e R$ 220 mil em Rolim de Moura. A corporação estima que as joias apreendidas em Rolim de Moura durante a operação cheguem perto dos R$ 5 milhões, mas o valor ainda será avaliado. Um vídeo também mostra o deputado estadual Lebrão recebendo dinheiro que seria de propina (dinheiro que seria para a filha Lebrinha), porém o parlamentar não foi preso por ter foro privilegiado. Também foram cumpridos 12 de mandados de busca e apreensão, com 22 equipes e envolvimento de cerca de 80 policiais federais nas quatro cidades. O nome da operação, Reciclagem, faz referência ao ramo de atividades da empresa envolvida no caso e na origem dos recursos ilícitos. O Tribunal de Justiça que cuida do caso decretou sigilo nas investigações. Fonte: Fábio Diniz/Rede Amazônica Leia Também Prefeitura faz 15.º convocação de processo seletivo para contratação de profissionais da saúde Londres rejeita pressão para retirar proposta de lei controversa EUA ameaçam fechar embaixada no Iraque se continuarem ataques José Mujica diz que deve deixar Senado uruguaio em breve MPF de Rondônia deflagra inquérito para investigar supostas irregularidades praticadas pela Santo Antônio Energia Twitter Facebook instagram pinterest