DENGUE Pesquisadores alertam para a importância da participação da população no combate ao Aedes aegypti Publicada em 04/09/2020 às 13:13 A transição da estação seca para a chuvosa na Amazônia agrava um velho problema de saúde pública: a dengue, que figura entre as principais arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. A doença pode ser facilmente confundida com o coronavírus, pois apresenta sintomas semelhantes como “febre, dores de cabeça e no corpo, dentre outros” aponta o diretor clínico do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem/RO), Dhélio Batista Pereira. Num cenário mais delicado, em que o mundo corre contra o tempo para vencer a batalha da Covid-19, doenças como dengue, zika e chikungunya merecem igual atenção, pois todas são transmitidas por um único mosquito, que vem constantemente se adaptando a novas realidades em espaços urbanos. Larvas do mosquito Aedes aegypti na fase aquática Tradicionalmente associado ao lixo doméstico, o Aedes aegypti já demonstrou a sua capacidade de reprodução nos mais variados ambientes, desde que tenha o mínimo de água acumulada. Genimar Rebouças Julião, pesquisadora em Saúde Pública, coordena estudos sobre o vetor no Laboratório de Entomologia da Fiocruz em Rondônia, alerta que “uma simples tampinha de refrigerante pode ser um criadouro” para o Aedes. Em sua fase aquática, as larvas popularmente conhecidas como cabeça-de-prego podem se tornar mosquitos adultos em poucos dias, se não houver a eliminação adequada desses criadouros. Por isso, a pesquisadora reforça a necessidade de um maior envolvimento da população para eliminar os possíveis criadouros, “em poucos minutos, o morador pode percorrer o seu quintal observando vasos de plantas, caixas d’água, pneus abandonados, e, durante o período de chuvas, até mesmo caixas de gordura e fossas, pois rapidamente o inseto deposita seus ovos nesses locais”. Genimar destaca que a participação da comunidade é fundamental para combater a proliferação do Aedes, e chama a atenção, inclusive, para o uso indiscriminado de inseticidas que tornam esses mosquitos resistentes, ou seja, “é preciso fazer um rodízio do tipo de inseticida empregado no controle vetorial, e aliado a isso um trabalho em conjunto entre moradores, poder público e investimento em pesquisas para o enfrentamento da dengue”. AUMENTO DE CASOS E ORIENTAÇÕES Dados da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) apontam que Rondônia registrou, no período de janeiro a agosto deste ano, 2.970 casos de dengue. Comparando com o mesmo período do ano passado, o Estado contabilizou 530 diagnósticos para a dengue, o que representa um aumento de 460%. Os casos de zika tiveram crescimento de 35%, e os de chikungunya reduziram cerca de 28% em relação a 2019, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Agevisa no dia 01 de setembro. Dhélio Batista alerta que neste momento, em que a principal recomendação continua sendo o distanciamento social por conta da Covid-19, é importante tomar alguns cuidados quanto aos possíveis sintomas da dengue, que podem variar de leves e brandos a mais agressivos como dor abdominal e queda de pressão, podendo provocar consequências mais graves e até mesmo a morte. Vale lembrar que a automedicação, embora seja uma prática comum, não é o melhor caminho. Em casos de agravamento dos sintomas, a principal orientação é procurar atendimento médico e uma boa hidratação pode reduzir as chances de evolução para quadros mais severos. Fonte: José Gadelha/Secom Leia Também Pesquisadores alertam para a importância da participação da população no combate ao Aedes aegypti Melhorias na infraestrutura dos aeroportos estaduais garantem aptidão para voos regulares em Rondônia Justiça determina que BB em Rondônia mantenha, em home office, funcionários que coabitam com pessoas do grupo de risco Detran promove treinamento prático de direção defensiva para servidores em Rondônia Ausência de comunicação de aborto legal à polícia não deve impedir atendimento à vítima, alerta MPF Twitter Facebook instagram pinterest