Corte na véspera de Natal: Energisa vê Rondônia como terra provinciana de bananas, sem autoridades e longe das leis

Porto Velho, RO – O caso narrado pelo advogado e ex-secretário municipal na gestão Mauro Nazif, Ricardo Fávaro Andrade, é sintomático: ele demonstra claramente como a Energisa SA vê o Estado de Rondônia.

Enxerga-o, diga-se de passagem, como terra provinciana povoada por bananas onde não há autoridades nem leis que possam repelir suas ações execráveis, paralelas à ordem vigente.

E de certa forma, é preciso admitir, tem seu fundo de razão se a análise for feita de maneira fria e objetiva.

Oras, se qualquer representante da sociedade rondoniense sair da linha, sendo, claro, um reles mortal trabalhador diuturno e pagador de impostos, certamente recairá sobre ele todo o peso avassalador da Justiça. Muitas vezes com julgamentos acelerados e direitos ao contraditório e ampla defesa mitigados.

Lado outro, quando o assunto é a concessionária dos serviços públicos de energia elétrica, a rigidez institucional usada para o homem comum se torna frouxidão de ofício.

No canal oficial do YouTube, a Energisa contratou um humorista para tirar sarro da cara do consumidor, mandando as pessoas chuparem sorvete para “não esquentar” e sugerindo ainda que o clima é que dá causa ao aumento nas tarifas.

E TAMBÉM:
Energisa sugere ao consumidor chupar sorvete para não esquentar a cabeça enquanto bancada de Rondônia discute DNA da revisão tarifária

É mais do que constrangedor, é vergonhoso.

Um acinte!

A CPI instalada na Assembleia Legislativa (ALE/RO) também não foi suficientemente significativa se a ideia era coibir as tacanhas investidas da empresa contra o povo.

A despeito das solicitações de medidas administrativas, cíveis e criminais, especialmente contra André Luís Cabral Theobald, diretor-presidente da Energisa Rondônia, que lava as mãos e mantém o comportamento inaceitável de seus comandados.

RELEMBRE
CPI da Energisa pediu ao MP de Rondônia e ao MPF providências cíveis, administrativas e criminais contra o diretor André Theobald

Já a situação exposta por Ricardo Fávaro demonstra de maneira ainda mais aterrorizante: aqui realmente é uma região propícia ao cometimento de crimes para conglomerados de grande porte.

Os atores que podem provar o contrário estão inertes por ora: Ministério Público (MP/RO), Ministério Público Federal (MPF/RO) e o próprio Poder Judiciário.

Cortar a energia de alguém na véspera de Natal é barbárie, baixeza, coisa de gente sem escrúpulo algum, ainda mais se o relato do advogado estiver correto em outro aspecto: o cidadão em questão sequer detinha dívidas tarifárias. Nem o Grinch seria tão vil. 

Até quando vigorará o escárnio?
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CONFIRA A POSTAGEM DE RICARDO FÁVARO: