CRISE Governo etíope afirma que supervisionará distribuição da ajuda humanitaria em Tigré Publicada em 11/12/2020 às 15:21 O governo etíope confirmou nesta sexta-feira (11) sua intenção de coordenar a entrega de ajuda humanitária no Tigré, em meio a um confronto com a comunidade internacional, que há várias semanas reclama o acesso a essa região do norte da Etiópia. O Tigré, onde 600 mil habitantes - entre os quais 96 mil refugiados - já dependiam totalmente de ajuda alimentar antes do início do conflito, está praticamente isolado do mundo desde o início, em 4 de novembro, de uma operação militar para remover as autoridades regionais dissidentes. O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2019, anunciou em 28 de novembro a tomada da capital regional, Mekele, e o fim dos combates. Poucos dias depois, as Nações Unidas se congratularam por terem obtido do governo etíope o acesso humanitário irrestrito à região do Tigré. A organização não conseguiu, porém, implementar o acordo, enquanto o governo etíope afirma constantemente a autoridade e a soberania sobre seu território. Na tarde de quarta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou um novo acordo "para missões conjuntas de avaliação". Não houve reações do governo etíope. Nos últimos dias, o governo tem lutado para demonstrar sua capacidade de entregar ajuda por conta própria. Nesta sexta-feira, por exemplo, o gabinete do primeiro-ministro anunciou que o Estado tomará a decisão sobre o tipo de ajuda distribuída e as zonas a que se destinava. "A entrega da ajuda faz parte de um quadro de coordenação sujeito à autoridade do governo federal", escreveram os serviços de imprensa do primeiro-ministro em um comunicado. O texto acrescenta que, para garantir que "os agentes estejam protegidos ao operar em um ambiente perigoso, o acesso será coordenado em consulta com o governo federal". Este esclarecimento reflete o fato de que, no domingo, forças pró-governo abriram fogo contra uma equipe das Nações Unidas encarregada de avaliar a situação de segurança em Tigré. As autoridades etíopes afirmaram que a equipe teria "forçado controle" em uma área aonde "não deveria ir". Fonte: AFP Leia Também Governo etíope afirma que supervisionará distribuição da ajuda humanitaria em Tigré Putin diz não ver fundamentos para investigação do caso Navalny Cuba quintuplicará salário mínimo como parte da reforma monetária Santander é condenado a pagar R$ 2 milhões por danos morais coletivos e está proibido de demitir funcionários acometidos de doença ocupacional Brasil vence prêmio Fóssil do Ano por 'calar sociedade civil' e 'desproteger povos indígenas' Twitter Facebook instagram pinterest