A sétima edição do Startup Day foi realizada neste sábado (22). O evento, totalmente online, foi mais uma iniciativa do Sebrae para incentivar o ecossistema de inovação e estimular o debate sobre empreendedorismo no país. Ao longo do dia, a programação recheada de especialistas contou com a participação de pessoas de todo território brasileiro. A abertura do Startup Day teve a participação do presidente do Sebrae, Carlos Melles; do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, e do coordenador de Empreendedorismo Inovador e Novos Negócios do ministério da Economia, Rafael Wandrey.
O presidente do Sebrae abriu o sétimo Startup Day elogiando seu caráter democrático. “Nós, do Sebrae, estamos muito felizes por conectarmos tantas pessoas e instituições que acreditam na inovação e contribuem para a realização desta iniciativa. Estamos focados na digitalização dos pequenos negócios, assim como na modernização do ambiente de inovação brasileiro. O Startup Day demostra nosso empenho em fomentar e entusiasmar a criação e o desenvolvimento de startups no nosso país. Espero que vocês aproveitem muito a programação”, declarou Melles. Ele destacou a aprovação recente do Marco Legal das Startups, que trará mais segurança para o ecossistema, e agradeceu o apoio dos Ministérios da Economia, da Tecnologia, da Cidadania e demais parceiros.
O ministro Marcos Pontes incentivou o público a participar ativamente do Startup Day ao longo do dia, além de ressaltar a importância de aplicar os aprendizados em suas rotinas de negócios. “Participem, apliquem e convidem aqueles que ainda não conhecem o Startup Day. Esse evento tão envolvente com todos os atores do ecossistema de inovação brasileiro”, disse. O coordenador Rafael Wandrey observou como esse tipo de evento impulsiona a inovação: “Neste ano vamos bater o recorde de startups aceleradas, graças a iniciativas como o Startup Day, o Inovativa, entre tantas outras. Agora temos o Marco Legal das Startups que, sem dúvidas, trará mais segurança jurídica para negócios inovadores. O nosso objetivo é transformar o Brasil em um dos maiores polos de tecnologia e empreendedorismo no mundo”.
No primeiro painel do Startup Day, Carol Paiffer, fundadora da Atom Investimentos, sócia do Instituto Êxito de Empreendedorismo e jurada do programa Shark Tank Brasil, deu uma aula sobre investimentos. Segundo a especialista, o mercado de investimentos está em alta, com cada vez mais pessoas aplicando dinheiro em negócios e na bolsa de valores. “Há basicamente dois tipos de investimentos os de renda fixa e os de renda variáveis. O retorno está geralmente atrelado aos riscos que você está disposto a correr. Se quer ter mais retorno, precisa correr mais riscos. Em um curto período, o Brasil passou de 300 mil investidores na bolsa de valores para mais de 3 milhões, é uma tendência em ascensão”. A especialista também deu dicas de como conseguir um investidor para seu negócio: “Quando se trata de receber investimentos, é necessário ter um pitch com números na ponta da língua. É preciso estar alinhado ao perfil de investidor que você deseja. Ninguém gosta de ouvir que qualquer tipo basta, seu sócio/investidor precisa perceber que vai ganhar dinheiro com você”.
Marco Legal das Startups
O Marco Regulatório das Startups foi tema do painel mediado pelo analista de Políticas Públicas do Sebrae, Gabriel Rizza, com a presença do secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, Paulo Alvim e o presidente da Associação Brasileira das Startups (ABStartups), Felipe Matos. Rizza mostrou panorama de como o texto do Marco Legal das Startups começou a ser criado. “O Marco é fruto de uma grande discussão para estimular produtos e serviços inovadores, facilitar investimentos, melhorar o ambiente de negócios, além de propor a mudança da relação do estado com as startups. O processo começou em 2019, com grupos de trabalho discutindo quais eram os principais pontos, depois foi feita uma consulta pública. Assim, consolidaram o texto que foi aprovado no Congresso para melhorar o tratamento dispensado às startups brasileiras”, relembrou.
Para Alvim, o trabalho feito antes da aprovação no Legislativo, com a participação de diversas instituições do setor público e privado, foi fundamental para a evolução do Marco Legal das Startups. “Mais de 80 instituições já vinham conversando sobre a necessidade de se ter um texto que tratasse as startups com suas especificidades. Em 2019, o MCTI e o ME se uniram para dar voz a esses debates culminando na aprovação. Também já existia uma discussão no parlamento, isso criou uma facilidade para a aprovação. Mesmo com alterações que sofreu, o Marco é um avanço para as startups brasileiras, tem um caráter transformador, irá produzir novos e mais postos de trabalho. Vamos aumentar o número das startups brasileiras com essa nova legislação”, afirmou.
Felipe Matos destacou que o Marco Legal é apenas o começo de tudo que precisa ser feito em favor da inovação. “Sem dúvidas, a provocação anterior fez diferença na aprovação do Marco. No entanto, o nosso ambiente regulatório ainda precisa ser muito melhorado, quando se trata de políticas públicas para o ecossistema de inovação. Independentemente de qualquer coisa, ter uma regulação é um grande marco, com perdão pelo trocadilho. O reconhecimento das figuras das startups para a economia do país é um avanço. Porém texto ainda é tímido, precisamos seguir avançando nesse sentido”, observou o presidente da ABStartups.
Oportunidades na Amazônia
O último painel do Startup Day foi dedicado às oportunidades de negócios inovadores na Amazônia. O encontro moderado pelo diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, teve a presença da CEO da Amazônia Hub, Kaline Rossi, da CEO da Manioca, Joanna Matins, e do gerente de Inovação do Sebrae, Paulo Renato Cabral. As duas empresas revelaram que tiveram crescimento dos seus resultados, mesmo com a pandemia.
“As oportunidades no território amazônico são gigantes. O segredo é o empreendedor ter um foco no que vai investir. Na Manioca, por exemplo, nosso grande objetivo é conectar os produtos da Amazônia com o mercado, tornando a floresta cada vez mais próxima de todo Brasil. A Amazônia tem sabores muito gostosos, nós trabalhamos para levar isso para o Brasil e para o mundo”, indicou Joanna. Kaline, da Amazônia Hub, disse ser essencial a sustentabilidade da biodiversidade, da cultura e do tempo amazônico. “Amazônia tem suas particularidades, é uma terra única, conhecemos suas dores e os amores. Trabalhar com produtos da floresta exige esse cuidado com todos os ativos que ali existem. Gerar negócios e manter a floresta em pé é fundamental. Na Amazônia Hub temos mais de 50 tipos de produtos, nos dedicamos a conectar isso com o país”, contou e empreendedora.
O programa Inova Amazônia foi apresentado por Paulo Renato, de acordo com o gerente, a iniciativa estimula a inovação na floresta de maneira sustentável. “Existe um desejo, uma curiosidade, um interesse pelos produtos dessa região. Mas como pessoas que moram longe podem saciar essas vontades? Através do Inova Amazônia, o Sebrae vai capacitar empreendedores para que tenham oportunidade de explorar um negócio na Amazônia de forma sustentável, orientando a geração de negócios mantendo a floresta preservada”, declarou.
Bruno Quick encerrou o Startup Day refletindo sobre o trabalho que o Sebrae desenvolve para incentivar a inovação de maneira sustentável. “Aproximar ciência e inovação do mundo dos negócios é um dos objetivos desse evento. Ao falar de inovação pensamos na quebra de barreiras, de paradigmas e nada melhor do que ter a Amazônia como referência de oportunidades para inovar. Na mesma proporção que o território oferece riquezas, ele apresenta desafios no sentido do desenvolvimento sustentável. Inovação e sustentabilidade não se fazem sozinhos, é por isso que o Sebrae reúne diversos atores do ecossistema de inovação para tratar do assunto. Com o Inova Amazônia teremos mais uma grande oportunidade de fomentar o empreendedorismo, respeitando a biodiversidade da região”, finalizou o diretor.
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