PROVIDÊNCIAS Alibaba demite executivo acusado de cometer estupro em viagem de trabalho Publicada em 09/08/2021 às 15:18 A maior empresa de comércio eletrônico da China, Alibaba, disse nesta segunda-feira (9) que demitiu um executivo acusado de abuso sexual e se comprometeu a reforçar sua política contra assédio depois que uma funcionária acusou a empresa de abafar sua denúncia de agressão. A funcionária, que não teve a identidade revelada, foi a público no último sábado (7) com uma publicação na rede interna da empresa detalhando a suposta agressão sexual cometida por seu gerente e um cliente durante uma viagem de negócios, de acordo com reportagens da mídia local. Seu relato, publicado em um PDF de 11 páginas, passou a circular na internet e provocou uma forte reação na rede social chinesa Weibo. Ela disse que foi obrigada a beber álcool, que seu gerente a agrediu sexualmente em um quarto de hotel enquanto ela estava embriagada e que ela também foi molestada pelo cliente enquanto seu gerente fazia vista grossa. A funcionária disse que a empresa não levou o assunto a sério quando relatou a agressão, e que lhe foi dito que o suspeito não seria demitido da empresa, de acordo com seu post. Em um memorando do presidente-executivo do Alibaba, Daniel Zhang, tornado público nesta segunda, ele disse que o acusado – que trabalha na unidade de negócios varejo local – confessou "atos íntimos" com a funcionária enquanto ela estava embriagada. Zhang disse que o executivo foi demitido porque cometeu grave violação da política da empresa. Ele também não teve sua identidade revelada. "Se ele cometeu estupro ou indecência que viole a lei, isso será determinado pelas autoridades", disse Zhang. Dois outros executivos, o presidente da unidade de negócios varejo local e o chefe do departamento de recursos humanos da unidade, se demitiram ao assumir a responsabilidade por não terem tratado o caso corretamente. "Quando o funcionário relatou um ato horrendo como estupro, eles não tomaram decisões oportunas nem tomaram as medidas apropriadas", disse Zhang. "Como tal, eles precisam assumir a responsabilidade como líderes". A chefe de recursos humanos do Alibaba, Judy Tong, também recebeu um demérito em seu registro interno da empresa, pois o departamento de recursos humanos "não prestou atenção e cuidado suficientes ao nosso pessoal", segundo o presidente-executivo da empresa. No memorando, Zhang se comprometeu a agilizar a formação de uma política contra assédio sexual que tenha "tolerância zero para má conduta sexual". Ele também disse que haverá treinamentos na empresa sobre a proteção dos direitos e interesses dos funcionários, e que será estabelecido um canal dedicado de denúncia que permitirá que os empregados apresentem uma denúncia caso se sintam assediados. A empresa disse domingo que estava trabalhando com a polícia para investigar o incidente. As autoridades de Jinan disseram em uma publicação na rede social Weibo que estava investigando um caso envolvendo violência contra uma uma funcionária do Alibaba. O Alibaba foi criticado pela mídia estatal chinesa por tomar medidas somente depois que a vítima foi a público. "O público está perguntando por que a empresa foi lenta em responder ao incidente que ocorreu em 27 de julho", disse um editorial do Global Times. "O Alibaba não pôde oferecer uma resposta que satisfizesse a opinião pública por essa inação". O escândalo acontece apenas alguns meses depois que reguladores chineses aplicarem uma multa recorde de US$ 2,8 bilhões ao Alibaba por comportamento anticompetitivo. O governo local tem reprimido o setor tecnológico após anos de crescimento desenfreado do mercado. O movimento global #MeToo contra o assédio sexual também cresceu nos últimos anos na China, com acusações feitas contra vários acadêmicos, um âncora de TV e celebridades, embora as condenações sejam poucas e muito dispersas. SAIBA MAIS: A verdadeira origem da hashtag 'Me Too', usada no Twitter por mulheres que sofreram violência sexual Em um caso recente, a celebridade Kris Wu foi presa em Pequim por suspeita de estupro, depois que um influente chinês o acusou de forçar meninas a beber álcool e depois agredi-las sexualmente. Em 2018, o fundador da empresa de comércio eletrônico JD.com, Richard Liu, foi preso nos EUA, acusado de estuprar uma universitária chinesa. Posteriormente, os promotores americanos não apresentaram queixa contra ele. Fonte: Associated Press Leia Também Negociação nuclear deve garantir 'direitos' do Irã, diz Raisi a Macron Belarus: um ano após eleição contestada, EUA impõem novas sanções contra Lukashenko Criança hindu é presa por blasfêmia após fazer xixi em biblioteca islâmica Banco da Amazônia disponibiliza linha de crédito para agricultores trabalhar com manejo florestal sustentável Pagamentos com cartões crescem 52% no segundo trimestre de 2021 Twitter Facebook instagram pinterest