AFEGANISTÃO Malala exorta a coligação global para proteger mulheres afegãs Publicada em 26/08/2021 às 16:23 Malala, que sobreviveu em 2012 a um atentado perpetrado pelos talibãs por defender a educação das mulheres, declarou-se "muito preocupada e exausta" perante a escalada autoritária no Afeganistão, depois de o Presidente do país ter abandonado o país e o grupo extremista ter tomado o poder. "Toda a gente tem medo, toda a gente está preocupada", disse a ativista durante um evento 'online' organizado por uma empresa de investimento brasileira. Apesar de considerar que os talibãs poderão estar "ligeiramente mais moderados" do que quando governaram o país entre 1996 e 2001, a Nobel da Paz indicou que as mensagens que chegam do país asiático são, até agora, "de sinal contrário" e "não claras". "A mensagem dos talibãs é muito vaga, ainda não está muito claro. Houve um compromisso quanto aos direitos das mulheres, de acesso à educação e ao trabalho, mas estão todos muito assustados à espera do que vai acontecer", disse Malala, acrescentando que mantém contacto com líderes mundiais e ativistas para ajudar a retirar cidadãos afegãos do país em segurança. "É uma situação complicada, mas estamos a fazer tudo o que é possível para protegê-los e retirá-los do país, em especial aos grupos de maior risco", assegurou. A ativista instou os países a porem de lado "o egoísmo" e a abrirem as suas fronteiras para acolher os afegãos ameaçados pelo regime talibã, facultando abrigo, proteção e acesso à saúde e à educação. Pediu igualmente que mais países se envolvam nas operações de retirada de civis do Afeganistão, que decorrerão até 31 de agosto, e ofereçam "instalações seguras", para que as pessoas possam chegar ao aeroporto de Cabul sabendo que deixarão o país de forma segura. "Mas como os voos são muito difíceis, as pessoas também deveriam encontrar segurança atravessando as fronteiras com o Turquemenistão, o Irão, o Paquistão ou a China", comentou. Em tempos de conflito, prosseguiu Malala, a educação torna-se "mais necessária que nunca", pelo que a comunidade internacional não pode "permitir que aconteçam coisas sem ajudar". "Não acreditamos em promessas verbais, precisamos de ver ações concretas. É muito importante que os Governos dos países vizinhos [do Afeganistão] se unam numa coligação para proteger as pessoas e os seus direitos", sustentou. "A negação dos direitos já aconteceu no passado. Como confiar nas mesmas pessoas que já negaram os direitos da população?", indagou. A Nobel também revelou que, há duas semanas, enquanto os talibãs tomavam o poder no Afeganistão, ela estava a recuperar da sua sexta cirurgia desde que, há nove anos, foi baleada na cabeça pelo grupo radical islâmico, o que a impediu de continuar a lutar pela educação das meninas. "Os talibãs tentaram silenciar-me, e a melhor resposta que poderei dar é continuar a erguer a voz para defender o direito das meninas a estudar", concluiu. Fonte: Notícia ao Minuto - Portugal Leia Também Malala exorta a coligação global para proteger mulheres afegãs Após 16 anos, Merkel vai deixar poder com prestígio em alta no exterior Governo italiano debate plano para ajudar povo do Afeganistão Austrália registra pela primeira vez mais de mil contaminações por Covid-19 Comitiva de piscicultores e representantes da Federação de Indústria do Pará realizam visita técnica em Rondônia Twitter Facebook instagram pinterest