TRAGÉDIA Terremoto no Haiti: pessoas dormem na rua com medo de mais desabamentos Publicada em 17/08/2021 às 16:10 Com falta de alimentos, água potável e vagas nos hospitais depois do terremoto que atingiu o sudoeste do Haiti no sábado (14), o país ainda enfrenta o medo de novos desabamentos, em meio à chegada da tempestade tropical Grace. "A situação está muito difícil. Muitas casas estão destruídas e tantas outras estão a risco", disse o padre Louis Merosné, em Anse-à-Veau, em entrevista por telefone à RFI. "Estamos à espera da tempestade que foi anunciada, mas ninguém quer entrar em casa por medo de tudo desabar." "As pessoas dormem a céu aberto e se perguntam como vão fazer com essa chuva. Não temos tendas para oferecer, nem abrigos provisórios. Essa é a nossa necessidade número um, junto com comida e água potável”, afirmou. O padre relatou ter “um pouco de estoque” de alimentos, que costuma doar aos pobres. Mas, segundo ele, a comida terá chegado ao fim em no máximo três dias. "As estradas não estão totalmente danificadas. A maioria dos mantimentos se encontra na capital Porto Príncipe e para vir de lá, é preciso passar por Martissant, uma zona onde há guerras entre gangues. Não há segurança e todo mundo tem medo de atravessar essa área”, salienta o religioso. Sem água potável Em Pestel, 90% das casas foram destruídas pelo terremoto de magnitude 7,2, cujo epicentro ocorreu a cerca de 160 quilômetros da capital haitiana. “Não temos mais nada, nem produtos básicos. Estamos esperando a ajuda humanitária”, disse o prefeito de Pestel, Guy Amorse-Marcelin. "Não temos água potável, porque todos os reservatórios e cisternas desabaram. Sobrou apenas uma água coletada das chuvas em maio”, afirmou. "O hospital mais próximo fica muito longe do centro da cidade e estamos cheios de feridos precisando de atendimento." Mais de 1.400 mortes já foram confirmadas pela tragédia. As equipes de resgate ainda buscam desaparecidos possivelmente presos nos escombros, mas a cada hora que passa, a esperança de encontrar sobreviventes diminui. No vilarejo de Marceline, num cenário de completa destruição, Bertha Jean Louis, 43 anos, observa a própria casa e da sua mãe desabadas. “Alguém precisa nos ajudar a encontrar uma casa, só isso. Depois, saberemos nos virar. Estamos acostumados: cultivaremos a terra e viveremos disso”, disse ela, cujo semblante tranquilo escondia uma história trágica vivida nos últimos dias. Bertha relatou à AFP que perdeu o irmão no terremoto, seu marido está hospitalizado com as duas pernas atingidas pelos escombros e sobrou para ela a tarefa de cuidar sozinha da mãe, de 75 anos, ao mesmo tempo em que está grávida de quatro meses. “Estou com a mesma roupa desde sábado. Não posso me arriscar entrar em qualquer lugar para pegar alguma coisa. Lavo as minhas roupas íntimas e quando elas secam, lavo o meu vestido. É o que posso fazer, porque não me sobrou absolutamente nada.” Muitos países, como Estados Unidos, República Dominicana, México e Equador, já ofereceram ajuda com o envio de pessoal, alimentos e equipamentos médicos. O exército americano anunciou a criação de uma missão militar conjunta, assim como o envio de uma equipe para avaliar a situação na área de desastre. Quatro helicópteros foram mobilizados para o transporte. Fonte: RFI Leia Também Terremoto no Haiti: pessoas dormem na rua com medo de mais desabamentos IFRO Campus Calama abre 600 vagas para cursos de formação continuada a distância Nova Zelândia volta para o lockdown após 6 meses sem nenhum caso de Covid-19 TCE-RO incentiva gestores a aderirem ao Programa Nacional de Prevenção à Corrupção (PNPC) Talibã anuncia que afegãs não precisarão usar burca, poderão frequentar universidades e trabalhar Twitter Facebook instagram pinterest