CRISE Assembleia geral da OEA começa com Nicarágua no centro das atenções Publicada em 10/11/2021 às 14:52 A Organização dos Estados Americanos (OEA) inicia, nesta quarta-feira (10), sua assembleia geral, num contexto turbulento depois que Daniel Ortega venceu as eleições na Nicarágua sem adversários de peso e com a pandemia muito presente pelo segundo ano consecutivo. O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, chamou as eleições na Nicarágua de "ilegítimas" e pediu que fossem tomadas medidas em face da "clara violação da Carta Democrática". Os Estados Unidos consideram que o país centro-americano se tornou uma "ditadura baseada no personalismo e no poder familiar", nas palavras de Ricardo Zúñiga, secretário adjunto para Assuntos das Américas do Departamento de Estado americano. "Regime autocrático", "fraude anunciada" e "pantomima" foram alguns dos termos usados pela comunidade internacional para descrever as eleições de domingo, nas quais Ortega enfrentou cinco candidatos direitistas desconhecidos, acusados de colaborar com o governo para validar o processo. Desde junho, as autoridades nicaraguenses baniram três partidos e prenderam 39 ativistas sociais, políticos, empresários e jornalistas - além dos 120 opositores presos desde os protestos de 2018 exigindo a renúncia de Ortega e que resultaram em centenas de mortes. Há poucas exceções dentro da comunidade internacional que apoiam Manágua. A Rússia estima que as eleições foram realizadas "de acordo com a lei", Cuba condenou uma "campanha cruel" contra o regime, a Bolívia acredita que a democracia foi fortalecida e a Venezuela pediu "a rejeição da ingerência de Washington na América Latina". Diante da crise da Nicarágua, a OEA pode adotar a suspensão do país centro-americano da organização. Em junho, Almagro declarou-se favorável à ativação dos mecanismos de aplicação do artigo 21 da Carta Democrática Interamericana. De acordo com este artigo, um Estado-membro pode ser suspenso se quebrar a ordem democrática e a diplomacia não tiver conseguido resolver o problema. Nesse caso, o país deve continuar cumprindo com suas obrigações de direitos humanos e a OEA continuará trabalhando para restaurar a democracia no Estado suspenso. A assembleia geral, que vai até sexta-feira, ocorre de forma virtual devido à pandemia covid-19, que expôs as desigualdades regionais na vacinação. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), os casos de covid-19 vêm diminuindo há várias semanas na região, onde o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento para este ano de 6,3%. A Guatemala é o país anfitrião desta Assembleia Geral, sob o lema "Por uma América renovada". Uma nova América onde a recuperação econômica só será possível dentro de um quadro de "plena vigência de direitos e liberdades", com governos de vocação democrática, com segurança jurídica, econômica e previdenciária, declarou Almagro na terça-feira durante fórum do setor privado anterior ao conclave. Para fortalecer a região, a Guatemala se compromete a adotar a Carta Empresarial Interamericana, cujo projeto de resolução consta na agenda da assembleia geral. Esta carta, promovida pela Colômbia, pode "constituir uma ferramenta muito importante para a aceleração da recuperação e da reativação econômica" em face da crise derivada da pandemia, destacou o ministro das Relações Exteriores da Guatemala, Pedro Brolo, no fórum. Fonte: AFP Leia Também Assembleia geral da OEA começa com Nicarágua no centro das atenções Após renúncia de premiê, Suécia pode ter primeira mulher como chefe de Governo Após aprovação na Câmara, Senado vai analisar impeachment de Sebastián Piñera IFRO prepara Feira Integrada de Estágio, Emprego e Oportunidades: Inscrições até 19/11 Ações de combate à covid-19 são investigadas pelo IBGE em municípios rondonienses Twitter Facebook instagram pinterest