JUSTIÇA STJ: provedor deve fornecer dados de quem atacou Marielle na internet Publicada em 23/11/2021 às 15:06 A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu hoje (23), por unanimidade, que empresas provedoras de internet são obrigadas a fornecer dados que identifiquem usuários responsáveis por publicar materiais ofensivas a Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro que foi assassinada em 2018. Prevaleceu o entendimento do relator, ministro Luís Felipe Salomão, que afastou a privacidade dos usuários diante da possibilidade de que tenham cometido ilícitos contra a honra e a memória da vereadora. Dessa maneira, o STJ atendeu a um pedido feito pela irmã de Marielle, Arielle Barboza, e sua companheira, Mônica Benício. Elas haviam solicitado à Justiça do Rio de Janeiro que as empresas fossem obrigadas a identificar os usuários responsáveis pelos IP´s (Internet Protocol, número que especifica a máquina ou roteador utilizados para acessar a internet) por trás das publicações, que já foram fornecidos por empresas como o Google. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) negou o pedido, alegando que para afastar o sigilo dos dados seria necessário a abertura de um procedimento criminal, e não em um processo civil, como é o caso da ação aberta pelas duas. Nesta terça-feira (23), Salomão afastou o argumento. Para o ministro, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPF) têm dispositivo que permitem a obtenção de dados sigilosos no âmbito de processos civis, visando a obtenção de indenização. “A privacidade do usuário, no caso concreto, não prevalece”, afirmou Salomão. O ministro destacou que a própria Quarta Turma do STJ já julgou antes ser necessário “identificar aqueles que fazem apedrejamentos virtuais, hoje conhecidos como fake news, com discursos de ódio”. O relator foi seguido por todos os outros quatro integrantes da Quarta Turma – Raúl Araújo, Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira e Marco Buzzi. A então vereadora Marielle Franco foi assassinada junto com o motorista Anderson Gomes em 14 de março, quando o carro em que estavam foi atingindo por tiros disparados de outro veículo, no bairro do Estácio, zona central do Rio. Até o momento, ninguém foi condenado pelo crime. Após o episódio, começaram a surgir publicações na internet associando o assassinato à uma suposta ligação da ex-vereadora com milícias ou o tráfico de drogas, conexão que nunca foi demonstrada por nenhuma prova ou indício. Fonte: Agência Brasil Leia Também STJ: provedor deve fornecer dados de quem atacou Marielle na internet Receita libera consulta a lote residual do IRPF de novembro Município terá que indenizar família de motorista que morreu ao cair em buraco no cruzamento da Dom Pedro Missão da Nasa tentará mudar curso de asteroide no espaço Ministro diz que resultado de leilão do 5G aumentará competitividade Twitter Facebook instagram pinterest