REPERCUSSÃO Coreia do Norte é acusada de forjar lançamento de "míssil monstro" Publicada em 30/03/2022 às 14:24 Autoridades militares sul-coreanas afirmam nesta quarta-feira (30/03) que o lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês), realizado pela Coreia do Norte na semana passada, teria sido falso. Segundo analistas, o objetivo da simulação teria sido evitar reações negativas dentro do país, após o fracasso da tentativa real de lançamento. A imprensa estatal norte-coreana exaltou o "milagroso" teste com o ICBM Hwasong-17, o chamado "míssil monstro", no dia 24 de março, com fotos e imagens de vídeo do líder norte-coreano, Kim Jong-un, supervisionando pessoalmente o lançamento. Segundo os norte-coreanos, o Hwasong-17 teria chegado a uma altitude de mais de 6.200 quilômetros, em um voo que durou 67 minutos e alcançado uma distância de 1.090 quilômetros, até atingir um alvo no mar. Mas, autoridades da Coreia do Sul e dos Estados Unidos concluíram que o míssil utilizado teria sido um Hwasong-15, um modelo menor e mais antigo, segundo informações do Ministério da Defesa sul-coreano. Washington ainda não se pronunciou publicamente sobre caso, enquanto o Pentágono ainda analisava as provas. A Coreia do Norte testou o Hwasong-15 em novembro de 2017, antes de suspender os testes com ICBMs até o lançamento na semana passada. Em abril de 2018, Kim Jong-un havia dito que Pyongyang "não precisava mais" testar mísseis de longo alcance e armas nucleares, antes de se reunir duas vezes com o então presidente americano Donald Trump. Pyongyang disse que o lançamento do Hwasong-17 iria "mostrará claramente o poder de nossa força estratégica para todo o mundo mais uma vez", e que a Coreia do Norte estava "totalmente pronta" para "conter quaisquer tentativas militares por parte dos imperialistas americanos". Mas, analistas independentes perceberam algumas discrepâncias nas imagens de vídeo e fotografias divulgadas pelo regime norte-coreano, afirmando que as sombras, as condições do tempo e outros fatores sugerem que se tratava de um outro teste, possivelmente, do lançamento frustrado de 16 de março. Um relatório do Ministério da Defesa em Seul, ao qual a agência de notícias Reuters teve acesso, afirma que "a escolha pelo Hwasong-15, mais confiável após o sucesso do teste em 2017, deve ter o propósito de impedir rumores e assegurar a estabilidade do regime, ao divulgar uma imagem de sucesso no prazo mais curto possível, após os moradores de Pyongyang testemunharem o fracasso do lançamento do dia 16 de março". O teste falso pode ter sido realizado com o objetivo de reforçar o status norte-coreano como potência militar e aumentar o poder de barganha nas negociações com a Coreia do Sul, os Estados Unidos e a comunidade internacional, diz o documento. Os analistas sul-coreanos e americanos disseram que testes realizados em 27 de fevereiro e 5 março, que envolveram o sistema Hwasong-17, seriam, provavelmente, uma preparação para um lançamento do míssil. Pyongyang, porém, jamais reconheceu publicamente a realização do lançamento do dia 16 de março ou o fracasso do teste. Teste fracassado Um parlamentar sul-coreano afirma que, após o teste fracassado, destroços do míssil teriam chovido sobre Pyongyang, e que isso levou o regime a contar uma "grande mentira" para tentar evitar uma imagem negativa junto à opinião pública. O Hwasong-17 foi revelado pela primeira vez em um desfile militar em outubro de 2020, mas seu primeiro lançamento deveria ter ocorrido em março deste ano, de acordo com o 38 North, um think tank sediado nos EUA. Um ICBM é um míssil guiado projetado para carregar ogivas nucleares com um alcance de 5.500 a 16.000 quilômetros, embora também possa levar outras cargas, e são muito mais rápidos e têm um alcance muito maior do que outros tipos de mísseis balísticos. Fonte: AFP Leia Também Coreia do Norte é acusada de forjar lançamento de "míssil monstro" Lira condena uso midiático das dependências da Câmara Presidente do STF marca julgamento de Daniel Silveira para 20 de abril Programas de iluminação pública seguem avançando em Porto Velho mesmo com período chuvoso Hildon Chaves “tenta acertar sozinho” e adota modelo de concessão do saneamento diferente do BNDES - por Itamar Ferreira Twitter Facebook instagram pinterest