REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA Acir Gurgacz comanda audiência pública da CRA que analisa relatório sobre novo marco da regularização fundiária Publicada em 07/04/2022 às 11:24 Pedro França/Agência Senado Mostrar a insegurança jurídica em que vivem os produtores à espera de regularização fundiária na Amazônia Legal, em especial no estado de Rondônia — colonizado por agricultores das Regiões Sul e Sudeste do Brasil nas décadas de 1960 e 1970 — foi a proposta da audiência pública promovida nesta quinta-feira (7) pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). Requerida pelo presidente da CRA, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), e pelo senador Lasier Martins (Podemos-RS), a audiência funcionou como mais um instrumento de embasamento para a análise, pelo colegiado e pela Comissão de Meio Ambiente (CMA), de projetos de lei sobre o tema. Em reunião conjunta das duas comissões em 8 de dezembro, o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) apresentou seu relatório às matérias que tratam da regularização fundiária. O relator optou pela aprovação do PL 510/2021, do senador Irajá (PSD-TO), na forma de substitutivo de sua autoria, com acatamento integral ou parcial de emendas dos senadores. Em seu texto, Fávaro deliberou pela prejudicialidade do PL 2.633/2020, proveniente da Câmara. — A necessidade de regularização fundiária, especialmente em Rondônia, é um tema de extrema relevância. Podemos falar de avanços, mas que estão longe dos benefícios que poderíamos levar ao homem do campo. (...) O objetivo dessa audiência é mostrar o que acontece quando não existe regularização e fazer um apelo para que possamos aprovar com urgência esse novo marco legal — afirmou Gurgacz. Segundo o presidente da CRA, em 2020 o Brasil registrou 1,5 mil conflitos de terra, recorde desde 1985; e houve aumento de 30% no número de assassinatos derivados desses conflitos. Documentação Secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luiz Antônio Nabhan Garcia, destacou o desbravamento das terras nortistas nas décadas de 1960 e 1970 por produtores sulistas. — Essa regularização fundiária tem o objetivo de cumprir a questão social. (...) No Norte do país não tinha estrada, não tinha comunicação, só área de florestas, esperando por essas famílias, que eu considero heroínas. Jamais o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] pode esquecer de regularizar essas famílias; muitas até perderam seus entes para doenças como a malária — disse o secretário, ao acrescentar que é favorável à aprovação de nova legislação. Diretor de Desenvolvimento e Consolidação de Projetos de Assentamento do Incra, Giuseppe Vieira reconheceu a necessidade de desburocratização dos órgãos que atuam com essa agenda — no caso o Incra, pelo Executivo federal —, assim como a necessidade de avanço da legislação. Vieira salientou as dificuldades de regulamentação, diante da necessidade de reanálise de documentos frequentemente questionados. Os avanços ocorrem com mais facilidade, segundo o diretor, principalmente nas novas titulações. — Não temos hoje na legislação uma forma simplificada para a resolução desses processos [mais antigos]. Desde 2019, foram emitidos pelo governo federal mais 237 mil documentos, sendo cerca de 15 mil em Rondônia, com regularização de muitas terras, segundo o diretor. Com a nova tecnologia implementada, por meio da Plataforma de Governança Territorial, foi possível avançar na titulação, afirmou o superintendente do Incra em Rondônia, Mário Moacir de Almeida. Entre janeiro e março de 2022, foram emitidos no estado mais de 1,4 mil documentos. — Estamos buscando o georreferenciamento para que possamos titular, e isso vai fazer com que avancemos bastante, tanto em assentamentos, como em terras públicas. Meio ambiente Para o coordenador fundiário e ambiental da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia, Edson Afonso Rodrigues, a regularização fundiária protege o meio ambiente. De acordo com Rodrigues, nova lei é necessária para facilitar a regularização das terras, o que não quer dizer que serão regulamentadas as ocupações ilegais. — Há uma confusão entre as leis fundiárias e ambientais. Lei fundiária boa é parte da solução ambiental. A regularização fundiária promoverá ainda elevação do produto interno bruto (PIB), segundo o coordenador. Em Rondônia, estima-se aumento de 40% em 5 anos. — A regularização dará dignidade para milhares de produtores rurais. Os processos fundiários nunca terminam, as ações são iniciadas e não continuadas. As alterações de normas obrigam a reanálise de processos e o caos fundiário gera conflitos agrários. Assessor técnico da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Henrique Pereira também enfatizou a preservação ambiental: no bioma amazônico, 84,1% estão preservados, disse, e há uso consolidado de 13,8% da região, dos quais 2,3% são destinados às lavouras, 10,5% às pastagens e 1% para as infraestruturas viárias e rurais. — A área real passível de regularização da Amazônia Legal representa 5% da área total. (...) A titulação promove a proteção ambiental e a recomposição de vegetação nativa, já desmatada, nos moldes do novo Código Florestal; identifica os infratores e garante a adequada regularização para o combate à grilagem de terras, às queimadas e aos desmatamentos ilegais na região. A CNA apoia o relatório do senador Fávaro, segundo Pereira. Ele destacou, em especial, a previsão de possibilidade de uso da tecnologia de sensoriamento remoto para pequenas e médias propriedades. Audiência pública A CRA aprovou requerimento para a promoção de audiência pública para debater a utilização de remineralizadores com alternativa de manejo e uso de solos. O debate está inicialmente agendado para 28 de abril. — Esse é um tema importante, pela guerra da Ucrânia e Rússia, pois estamos com dificuldades na importação de fertilizantes — disse Gurgacz. Fonte: Agência Senado Leia Também Acir Gurgacz comanda audiência pública da CRA que analisa relatório sobre novo marco da regularização fundiária Presidente da Assembleia Legislativa, deputado Alex Redano confirma mais investimentos para Monte Negro Guerra de toalhas: Lula e Bolsonaro disputam espaço em Rondônia até nas peças de banho Deputado Jean Mendonça solicita junto ao DER o recapeamento asfáltico da RO-494 que liga a RO-010 até Primavera de Rondônia Vereador Eliomar Monteiro agradece deputado Expedito Netto que garante caminhão caçamba e retroescavadeira para Nova Estrela Twitter Facebook instagram pinterest