OPINIAO DE PRIMEIRA Avante e Patriotas vão com Rocha; Ivo Cassol entra no jogo e mexe com a disputa; e Marcos Rogério reafirma caráter oposicionista Publicada em 08/08/2022 às 07:34 MUDANÇAS PROFUNDAS, GRANDES SURPRESAS: A SUCESSÃO ESTADUAL EM RONDÔNIA MUDA COMO MUDAM AS NUVENS Nunca a frase “política é como nuvem, muda a todo o momento”, teve tanto a ver com a realidade quanto neste período pré-eleitoral em Rondônia. Foram tantas as trocas, mudanças, transformações, surpresas, que o quadro de junho não teve nada a ver com o de julho e de agosto. Tudo começou a se movimentar de forma quase inesperada, nas últimas semanas. O governista União Brasil, por exemplo, anunciou um técnico pouco conhecido do público, o secretário Sérgio Gonçalves, como vice na chapa de Marcos Rocha, causando grande surpresa nos meios da política. Depois Vinicius Miguel, nome escolhido pela Frente Popular, para ser o candidato das esquerdas ao Governo, não é mais. Agora disputará cadeira na Câmara Federal. Daí, duas mudanças em uma: Daniel Pereira, que era candidato ao Senado, entrou no lugar de Vinicius e se tornou o nome do esquerdismo rondoniense para o Governo. Ainda: Expedito Júnior, nome de ponta na corrida pelo Senado, desistiu de concorrer, depois de se dizer desanimado com o momento atual da política. Na última quinta, a transformação veio verdadeiramente quase como um tsunami, no contexto da campanha. Uma decisão do STF colocou o empresário e atual senador Acir Gurgacz na briga pelo Senado e, pouco depois, outra decisão autorizou Ivo Cassol para ser candidato ao Governo, o que muda tudo nesta campanha cheia de surpresas e metamorfoses. No Podemos, o partido tinha fechado com Jaqueline Cassol para o Senado, mas tudo mudou. Jaqueline agora fica ao lado do irmão, Ivo Cassol, que disputa o governo pelo PP. Outra mudança: o PSD perdeu dois nomes fortes para a Câmara Federal, a ex-prefeita de Vilhena, Rosani Donadon e o médico de Ji-Paraná, Edson Aleoti. Os dois deixaram a convenção do partido, porque não aceitaram o acordo com Léo Moraes. Ambos apoiam Marcos Rogério. Mesmo depois de tudo isso que aconteceu, alguém aí tem coragem de dizer que não surgirão mais surpresas? Claro que não. Tanto do lado da situação, ou seja, do governo, como dos opositores, muitas peças podem ainda serem mexidas neste complexo tabuleiro de uma disputa política que tende a ser histórica. E ainda há perguntas sem resposta, mesmo depois das convenções. Quem será o candidato a vice de Ivo Cassol, por exemplo, é uma delas. Na ata da convenção, o nome colocado foi do seu ex-secretário de Finanças, José Genaro. Mas o que se ouve é que Cassol poderá vir com grande surpresa, em breve. Quem será o senador apoiado por Léo Moraes é outra. Como o ingresso de Cassol influirá na disputa? Quando todos os nomes forem encaminhados à Justiça Eleitoral, que tem até dia 15 para liberar ou não, quantos serão os que não receberão sinal verde para a disputa? As decisões que permitiram que Cassol e Acir Gurgacz concorram serão mantidas? Vários outros questionamentos ainda podem ser feitos. Algumas das respostas só se terá quando as urnas forem fechadas e os votos contados. Até lá, podem vir mais nuvens mudando de lugar... TRÊS DOS CINCO CANDIDATOS AO GOVERNO SÃO ALIADOS DE PRIMEIRA HORA DE BOLSONARO. A QUEM ELE VAI ESCOLHER? E agora, Bolsonaro? O presidente da República tem três dos cinco principais nomes na disputa pelo governo rondoniense como seus aliados. O primeiro deles é o governador Marcos Rocha, que entrou na disputa, em 2018, apenas para atender pedido do então candidato presidencial. Quando Bolsonaro estava fragilizado na CPI da C ovid, também conhecida como CPI do Circo, surgiu outro personagem que se tornou um dos ´políticos preferidos do Presidente: o senador Marcos Rogério, seu maior defensor na ocasião e que se tornou personagem nacional por sua fidelidade ao governo e à defesa que fez, lutando praticamente sozinho contra poderosos políticos da oposição ferrenha. Antes dos dois, Bolsonaro já conhecia Ivo Cassol. Ambos se conheceram quando o atual Presidente ainda era deputado e Ivo o governador de Rondônia. No Senado, Cassol sempre foi parceiro do governo, até perder o mandato. Mas a amizade e a proximidade do ideário político se mantiveram. Quando veio inaugurar a ponte sobre o rio Madeira, na Ponta do Abunã, em maio do ano passado, Bolsonaro chamou Cassol para seu lado e ambos tiveram uma longa conversa. Na volta para Brasília, a deputada federal Jaqueline Cassol foi convidada para retornar no avião presidencial. Num vídeo gravado, Bolsonaro mandou recado a Cassol: “não esqueça do que combinamos!”, embora a combinação nunca tenha sido trazida a público. E agora? Como o Presidente vai se portar, ante uma eleição com tantos amigos e aliados? Por enquanto, ele diz que só se pronunciará num segundo turno. E se forem os finalistas, dois dos seus parceiros mais próximos? CASSOL ENTRA NO JOGO, MEXE COM A DISPUTA AO GOVERNO E PODE TRAZER GRANDE SURPRESA À CAMPANHA A grande surpresa até aqui, na corrida pelo Governo de Rondônia, se confirmou na manhã da sexta-feira, quando a convenção do Progressistas (PP) confirmou oficialmente a candidatura de Ivo Cassol. Amparado numa liminar concedida pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), Cassol entra na batalha pelo Palácio Rio Madeira/CPA mexendo com toda a estrutura da disputa que já estava em curso, aparecendo com um nome fortíssimo, com chances reais de chegar lá. A primeira mudança importante já foi confirmada. Um dos nomes mais importantes na corrida pelo Senado, a deputada federal Jaqueline Cassol deixa a parceria que havia firmado com o Podemos de Léo Moraes e se torna a candidata de Ivo. Jaqueline, aliás, sempre deixou claro que, caso o irmão ex-governador e ex-senador entrasse na disputa, ela ficaria, claro, ao lado dele e sairia do projeto com o Podemos. Foi o que aconteceu. Ivo Cassol, desde que o STF deu aval provisório à sua candidatura, passou a conversar com outros partidos. Por isso não anunciou, ao menos até o final de semana, quem será seu vice. Nos bastidores, ouve-se que o nome que Ivo Cassol está confirmando, caso se concretize, vai mexer com a estrutura da política regional. A partir desta semana, certamente seus adversários vão à luta para tentar derrubar a liminar que garantiu sua candidatura. Vai haver, sem dúvida, uma batalha judicial, mas tanto Cassol quanto seus seguidores e, principalmente seus advogados, estão muito otimistas. Um deles disse à coluna: “Cassol entra na campanha, vai ganhar e governar!”. Esperemos para ver... MARCOS ROGÉRIO CONFIRMA CANDIDATURA COMO OPOSITOR AO GOVERNO E ANUNCIA FLÁVIA LENZI COMO SUA VICE O candidato ao Governo, Marcos Rogério, fez uma convenção daquelas para entrar na história. O Bingool Clube, no centro de Porto Velho, ficou superlotado na noite da sexta-feira, para receber o senador e lançá-lo oficialmente na corrida pelo Palácio Rio Madeira/CPA. Rogério apresentou também sua candidata a vice, a médica e presidente licenciada do Conselho Regional de Medicina, Flávia Lenzi. O anúncio foi surpresa para todos os que não leram este blog da sexta-feira, que anunciava que Flávia era um dos nomes mais cotados para ser a parceira de chapa do senador. Também foi avalizada pela convenção, a candidatura ao Senado do megaempresário do agronegócio, Jaime Bagattoli. Ao mesmo tempo, o PL apresentou nominatas para a disputa à Câmara Federal e ao Senado. Três outros partidos se uniram ao PL: PTB, DC e o Brasil-35. Marcos Rogério disse que o PL está formando uma aliança pelo bem de Rondônia. “Estamos formando uma aliança com partidos políticos que têm identidade com o projeto de Rondônia e com o projeto nacional”. Apresentando-se como grande aliado do presidente Bolsonaro, Rogério discursou como opositor ao atual governo rondoniense. Um outro aspecto merece destaque: tanto quanto no grupo do União Brasil, do governador Marcos Rocha, o ingresso de Ivo Cassol na disputa pelo Governo preocupou também os partidários de Marcos Rogério. Logicamente o assunto não foi tratado de forma oficial por nenhum dos demais candidatos, mas nos bastidores, era clara a preocupação sobre a chegada do nome forte de Cassol para entrar na briga. LÉO FAZ CONVENÇÃO COM BOM PÚBLICO, MAS AINDA NÃO ANUNCIOU O VICE E O CANDIDATO AO SENADO APOIADO PELO PODEMOS Público não faltou na convenção do Podemos, do deputado federal Léo Moraes, que foi oficializado como mais um postulante ao governo rondoniense. O evento, na casa de shows Talismã, teve um discurso emocionado do candidato, dança, festa e aplausos. Só não teve ainda a confirmação do nome do vice na chapa e nem o de quem o Podemos vai apoiar ao Senado. Nestes próximos dias, tais decisões deverão ser anunciadas. No dia anterior, o PSD de Expedito Netto confirmou parceria com o Podemos, inclusive para indicação do vice, mas isso ainda não ocorreu. O que se sabe é que o agora candidato Ivo Cassol teria procurado Léo Moraes para oferecer uma dobradinha, com Léo como vice, mas o jovem deputado federal não teria aceito, alegando que sua candidatura ao governo é irreversível. Claro que ninguém confirma oficialmente o assunto, mas sabe-se que a ex-vereadora e ex-presidente da Câmara de Porto Velho, Sandra Moraes, mãe de Léo, chegou a ser consultada e também não teria concordado com a proposta. Também houve tentativa do grupo de Léo, com ajuda de Sandra, para tentarem convencer Expedito Júnior a desistir da desistência de concorrer ao Senado e se aliar ao Podemos, com fez o filho de Expedito. As conversas entre candidatos e partidos continuaram neste final de semana. Pode ser que ainda nesta semana que se inicia, apareçam novidades em relação a tudo isso. Aguardemos, pois! PDT LANÇA ACIR AO SENADO E ENTRA NA FRENTE POPULAR, APOIANDO DANIEL PEREIRA AO GOVERNO Daniel Pereira, do Solidariedade para o Governo. Anselmo de Jesus do PT, para vice. Acir Gurgacz como candidato ao Senado. O professor Benedito Alves como primeiro suplente. Essas decisões foram tomadas na convenção do PDT, na manhã desta sexta-feira, em Ji-Paraná. No dia anterior, depois de uma longa espera e de uma batalha judicial que parecia sem fim, o STF acatou liminar do senador que preside o partido em Rondônia, autorizando sua participação na eleição deste ano. Como havia um acordo prévio sobre isso, ou seja, o PDT lançou Benedito Alves ao Senado, mas ele abriria mão para Acir, caso o atual senador fosse liberado para concorrer, o trato foi mantido. Empresário, um dos grandes líderes políticos do Estado, estava impedido de tentar a reeleição, por ter sofrido condenação num caso em que, desde que decidido, cheirou a uma grande injustiça. Agora, Acir assume a candidatura, na chamada Frente Popular, com Benedito como primeiro suplente, surgindo como um nome bastante forte. A corrida agora, com Acir, mas sem Expedito, será, sem dúvida, das disputas mais acirradas dos últimos anos. Estão no páreo também Mariana Carvalho, Jaqueline Cassol, Jaime Bagattoli, Léo Fachin e Cláudia Moura, entre outros nomes com chances menores. AVANTE E PATRIOTAS REÚNEM GRANDE PÚBLICO E CONFIRMAM ALIANÇA PELA REELEIÇÃO DE MARCOS ROCHA Foi só um susto, nada mais! Avante e Patriotas, dirigidos por dois deputados estaduais que sempre foram da base aliada do Governo (Jair Montes e Marcelo Cruz, respectivamente), chegaram a ensaiar uma cara feia para os lados do projeto de reeleição de Marcos Rocha, mas não passou disso. Na convenção conjunta dos dois partidos, realizada no auditório da Unopar, que não só superlotou o local, mas teve também muita gente que ficou do lado de fora, no estacionamento, a paz foi definitivamente selada. Com a presença do próprio Rocha, muito aplaudido no evento, foi oficializado o apoio das duas siglas a ele, na sua busca de mais um mandato. O Avante também oficializou a candidatura do ex-juiz e empresário do agronegócio Léo Fachin como candidato ao Senado. Os dois partidos lançaram também nominatas para a Câmara Federal (em destaque, o nome do advogado Breno Mendes) e para a Assembleia Legislativa, com Montes e Marcelo como os postulantes mais quentes. A tendência é que o PSC reafirme também o que já havia decidido em sua convenção e igualmente se mantenha no projeto de reeleição do atual Governador. Com isso, a parceria de Rocha, presidente regional do União Brasil, já tem o apoio oficializado do Republicanos, do PSC, do Avante e do Patriotas. Outras siglas ainda poderão ser incluídas neste rol de parceiros de Rocha. APENAS UMA PERIGOSA BRINCADEIRA? VÍDEO MOSTRA ESTUDANTES CHEIRANDO PÓ BRANCO NA SAÍDA DA ESCOLA Infelizmente, não é Fake News. Não é montagem. Não houve qualquer detalhe que estivesse fora da realidade. Pode ser apenas uma brincadeira, mas mesmo assim de muito mau gosto e extremamente perigosa, pelo mau exemplo, no mínimo. Estudantes, na saída das aulas da Escola Flora Calheiros, no bairro Esperança da Comunidade, fizeram um vídeo que bombou nas redes sociais, cheirando um pó branco, que, obviamente, se imaginaria ser cocaína. Provavelmente não é. Trata-se, ao que parece, de um produto chamado de “pó de corretivo”, que os jovens inventaram para fazer de conta que estivessem cheirando a droga. Não só o vídeo é digno de todas as críticas, como a posição da direção da escola, que disse nada poder fazer porque o vídeo foi feito fora da escola. Ninguém sabe qual a verdade sobre o produto ingerido, mas os personagens envolvidos são facilmente identificados. Seus rostos aparecem claramente nas imagens. A Flora Calheiros, com seus mais de 2.550 alunos, é uma das melhores escolas da Capital. Portanto, que ninguém lave as mãos e diga que nada tem a ver com o assunto. Tem sim. E tem que agir para acabar com essas brincadeiras (se é que foram), de apologia ao uso de drogas. PERGUNTINHA Algum dia o Brasil terá de novo artistas geniais como Chico Anísio e Jô Soares, que se foram e não deixaram sucessores nem perto do que eles representaram? Fonte: Sérgio Pires Leia Também Avante e Patriotas vão com Rocha; Ivo Cassol entra no jogo e mexe com a disputa; e Marcos Rogério reafirma caráter oposicionista Política é como nuvem. Você olha está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou Aprovado em convenção candidato ao governo Léo Moraes diz que sua gestão será um divisor de águas Empresa é condenada pela Justiça de Rondônia a pagar indenização de R$ 300 mil por morte de passageira Os três nomes de Jair Bolsonaro em Rondônia nas eleições de 2022: Marcos Rocha, Rogério e Cassol Twitter Facebook instagram pinterest