Encontro de candidatos ao Governo de Rondônia demonstra que o Marcos Rogério do discurso é diferente na prática

Porto Velho, RO – As regras de convivência e os pactos sociais convencionam o respeito em todas as situações da vida, especialmente em ambientes onde autoridades públicas se encontram para, democraticamente, tratar de assuntos inerentes à sociedade.

Esta situação é ainda mais vívida durante os períodos eletivos. Chegada a corrida eleitoral de 2022, sete postulantes ao Palácio Rio Madeira estiveram na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rondônia (OAB/RO).

A entidade realizou entre os pleiteantes a formalização oficial de um Pacto em Defesa da Democracia e Combate à Desinformação na última terça-feira (16).

Compareceram todos: Ivo Cassol, do Progressistas; Daniel Pereira, do Solidariedade; Val Queiroz, do AGIR; Marcos Rogério, do PL; Léo Moraes, do Podemos; Marcos Rocha, do União Brasil; e Pimenta de Rondônia, do PSOL.

Todos se comprometeram a lutar contra as famigeradas “fake news”; entretanto, o que chamou mais a atenção dos presentes e do público de modo geral fora um flagra patrocinado pelas lentes do jornalista Paulo Andreoli, do Rondoniaovivo.

O registro é a demonstração prática de uma obviedade: sim, as aparências enganam.

Os bolsonaristas Marcos Rogério, que é correligionário do morador do Alvorada; e seu xará, atual mandatário do Poder Executivo Estadual, amigo pessoal do militar regente da União, enfim, sentaram um ao lado do outro.

E não deu outra: a empáfia retórica do senador da República dos vídeos e locuções veiculadas em redes sociais foi reduzida à carismática conversa travada por  “comadres”.

Sorrisos estampados nos rostos de ambos os lados.

Certamente este jornal eletrônico não defenderia, sobremaneira, qualquer tipo de agressão física ou verbal. As animosidades discursivas geralmente são resolvidas nos debates.

Porém, as acusações apresentadas pelo congressista em períodos pré-campanha eram absurdamente sérias, e, na visão dele, inseriam Rocha num contexto de corrupção interminável especialmente na área da saúde por conta dos avanços regionais do Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2).

Isto sem contar a parte em que o político da legenda de Valdemar Costa Neto insinuava espécie de “conluio” com os 52 prefeitos, apontando para eventual “compra de votos” com recursos públicos destinados ao enfrentamento da doença.

Toda a ladainha ficou, claro, no plano da ilação; agora, a incoerência é sintomática.

Rogério parece se transformar quando identifica luzes, câmeras e microfones em sua direção. Indigna-se com coisas indigitáveis, de acordo com ele próprio; mas, sem saber que estava sendo observado por uma lente mais distante, entregou-se à “política da boa vizinhança”.

Repise-se: ofensas gratuitas são verdadeiros atentados contra a democracia. E não é este o objeto desta opinião. O ideia é, lado outro, “eviscerar” a diferença abissal  entre as palavras jogadas ao léu e o comportamento prático apresentado por determinados representantes da população.

Desta feita quem deu o exemplo de maneira mais clara foi Marcos Rogério; já Rocha, ofendido a torto e a direito, se jogou igualmente risonho na conversinha do adversário sem se importar muito com os rotineiros ataques à sua reputação enquanto administrador do Estado.

Política é isso. Eleição é isso.

E o (a) leitor (a) que se prepare para mais uma “virada de chave” comportamental nos próximos debates.