POLÍTICA Chile decide em plebiscito entre uma sociedade liberal ou mais solidária Publicada em 02/09/2022 às 15:43 O Chile decide neste domingo (4) se aprova uma nova Constituição para substituir a vigente desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que apesar de reformada durante a democracia, sobrepõe leis de mercado sobre a educação, saúde e aposentadoria além de limitar intervenções do Estado. Anadriel Hernández (18) e Tomás Ortega (19) vão votar pela primeira vez. Ortega vai optar pela rejeição porque discorda "da eliminação do Senado" e entende a proposta como "quase separatista em relação aos indígenas". Convencida pela aprovação, Hernández acredita que "a nova Constituição é um grande passo para começar a mudar a forma como o país é governado". Ambos consideram importantes as reformas no meio ambiente, educação e saúde, mas para Ortega o texto foi muito longe em algumas pontos e se absteve em outros. O texto submetido ao voto de mais de 15 milhões de pessoas foi escrito durante um ano por uma assembleia eleita com paridade e inclusão de indígenas. Com tom progressista, foi elogiado por economistas como Thomas Piketty e Mariana Mazzucato, filósofos reconhecidos internacionalmente, mas polarizou a elite política, muito desacreditada nas ruas. As pequisas divulgadas até 20 de agosto, sem exceção, apontam para uma vitória de sua rejeição. Nas ruas, a campanha pelo voto negativo não mobilizou seus partidários. Ao contrário, entusiastas da aprovação convocaram multidões em festas de bairro e praças do país. "Com a aproximação do dia do plebiscito, se confirmam dados de que haverá um grande número de eleitores", explicou à AFP a cientista política Claudia Heiss, da Universidade do Chile. Será a primeira eleição com voto obrigatório em uma década em um país com altas taxas de abstenção nas últimas consultas. O instituto Criteria indicou nas últimas horas que 84% (12,6 milhões) dos eleitores tinham intenção de comparecer às urnas, o que pode significar uma "revolução na participação". O último levantamento sobre o texto realizado pelo Criteria indicou que 42% dos entrevistados reprova seu conteúdo, segundo o que ouviu falar ou leu. Cerca de 28% o aprova, ainda que o considere mediano, e 26% o considera excepcional. Seus defensores acreditam que a nova Carta é capaz de mudar um país outrora conservador e com evidentes divisões sociais étnicas e econômicas. Eles também consideram que as novas regras são a base para um Chile mais igualitário. Já seus detratores temem que estas mudanças podem levar o Chile para o abismo. Fonte: AFP Leia Também Chile decide em plebiscito entre uma sociedade liberal ou mais solidária Soberania e história da Independência do Brasil foram destaques na abertura da Semana da Pátria Israel receberá quatro aviões de abastecimento de seu aliado EUA Derretimento do manto de gelo da Groenlândia fará o mar subir pelo menos 27 cm Trabalhos de reparos da iluminação pública e implantação de lâmpadas LED continuam Twitter Facebook instagram pinterest