ACUSAÇÃO Estados Unidos acusa sete cidadãos chineses por campanha de repatriação forçada Publicada em 21/10/2022 às 14:31 Sete cidadãos chineses foram acusados na quinta-feira (20) nos Estados Unidos de envolvimento em uma suposta campanha para forçar um compatriota residente nos EUA a retornar à China como parte de uma operação de "repatriação extralegal internacional" liderada por Pequim. O Departamento de Justiça disse que os réus estavam envolvidos na Operação Fox Hunt de Pequim, que segundo as autoridades americanas envolve "esquadrões de repatriação" extrajudiciais para forçar os expatriados a retornar à China. Pequim defendeu a operação como parte de uma campanha anticorrupção que busca levar fugitivos chineses suspeitos de todo o mundo para enfrentar acusações na China. Mas, segundo as autoridades americanas, em muitos casos são opositores do governo chinês. As sete pessoas indiciadas na quinta-feira supostamente vigiaram e atacaram a família de um cidadão chinês de "elite" no exterior que chamaram de John Doe-1, para forçá-lo a retornar. "Os réus se envolveram em ações unilaterais e descoordenadas de aplicação da lei em solo americano em nome do governo da República Popular da China, em um esforço para causar a repatriação forçada de um residente dos EUA para a China", disse o promotor Breon Peace ao anunciar as prisões. "Os Estados Unidos vão combater com firmeza essas violações ultrajantes da soberania nacional e processar indivíduos que agem como agentes ilegais de Estados estrangeiros", disse ele em comunicado. Wang Wenbin, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, condenou a acusação e disse que Pequim estava envolvida em "combater crimes, repatriar fugitivos e recuperar lucros ilegais" e isso é apoiado pela comunidade internacional. "Ao fazer essas acusações, o Estados Unidos nega fatos básicos e desacredita os esforços de aplicação da lei na China", disse Wang. "Nós nos opomos firmemente a isso", afirmou. Dois dos acusados, Quanzhong An, 55 anos, e sua filha Guangyang An, de 34, foram presos na quinta-feira, enquanto os outros cinco continuam foragidos. O Departamento de Justiça disse que Quanzhong An, a quem descreveu como um empresário de Nova York, era a principal ligação de Pequim nos Estados Unidos. Salientou que este homem admitiu atuar como agente da Comissão Provincial de Inspeção Disciplinar do governo chinês e acrescentou que se reuniu várias vezes com o filho de John Doe-1 para transmitir "várias ameaças" em nome das autoridades chinesas. "As vítimas neste caso tentaram fugir de um governo autoritário, deixando suas vidas e familiares para trás, para uma vida melhor aqui. Esse mesmo governo enviou agentes aos Estados Unidos para assediar, ameaçar e devolvê-los à força para a República Popular da China", disse o responsável do FBI que participou da investigação, Michael Driscoll, citado no comunicado. O grupo de direitos humanos Safeguard Defenders Foundation, com sede na Espanha, citou em um relatório em janeiro números oficiais para estimar que quase 10.000 cidadãos chineses foram repatriados à força desde 2014. Por meio de dois programas, Operação Fox Hunt e Operação Sky Net, essas pessoas foram pressionadas a retornar à China contra sua vontade por meio de sequestro, assédio e intimidação, segundo o relatório. Os Estados Unidos acusaram nove pessoas em julho de "agir e conspirar para agir como agentes não registrados" da China na Operação Fox Hunt. Outras oito pessoas foram acusadas pelo mesmo em outubro de 2020. Fonte: AFP Leia Também Estados Unidos acusa sete cidadãos chineses por campanha de repatriação forçada Deputado apoiador de Bolsonaro, diz que estudantes de universidades deveriam ser 'queimados vivos' Cosic/TCE-RO apoia e divulga guia da ANPD com orientações sobre “cookies” e proteção de dados pessoais TSE começa a julgar amanhã direito de resposta de Lula em anúncios de Bolsonaro Steve Bannon, ex-assessor de Trump, é condenado a 4 meses de prisão Twitter Facebook instagram pinterest