MERCADO FINANCEIRO Ibovespa tem maior alta no primeiro dia pós-eleição desde 1994, mostra levantamento Publicada em 01/11/2022 às 15:59 O dia seguinte à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais ficou marcado como o melhor resultado do mercado financeiro no dia seguinte à escolha de um novo mandatário para o Executivo dentre todas as eleições em que o real era a moeda brasileira. O levantamento foi realizado pelo economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, e mostra a variação percentual de bolsa de valores e dólar no Brasil, na segunda-feira após a decisão de quem seria o próximo presidente do país. Ibovespa Na última segunda-feira (30), o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, fechou em alta de 1,31%, a 116.037 pontos. O dia após a terceira vitória de Lula para chefiar o país registrou o maior crescimento percentual dentre todas as eleições do período. A bolsa brasileira, inclusive, só teve alta no dia seguinte à eleição após a vitória de primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010. Naquele dia, o Ibovespa teve alta de 1,26%. Já o pior desempenho do Ibovespa foi na eleição de segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando a bolsa caiu 4,47%. Veja abaixo os resultados. "Essa reação relativamente benigna dos mercados domésticos aos desenvolvimentos políticos está, em boa medida, associada às sinalizações de que o governo eleito no domingo está construindo alianças num arco amplo do espectro político", diz Imaizumi. "A escolha do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, para coordenar a equipe de transição, anunciada nesta terça-feira, reforça essa percepção", afirma. O economista também comparou os resultados dos pregões com o índice S&P 500, para checar a influência dos mercados externos. Apenas na eleição de Lula em 2006 e de 2022, o S&P deu resultado inverso ao Ibovespa. Em 2006, o índice das 500 principais empresas norte-americanas subiu 0,04%, enquanto a bolsa brasileira caiu 1,09%. Já em 2022, o S&P registrou queda de 0,75%, com o Ibovespa marcando a alta de 1,31%. "Parece ter sido um movimento totalmente interno mesmo. Vale notar, por exemplo, que no dia seguinte às eleições a nossa moeda registrou relevante valorização ante o dólar norte-americano, na contramão do comportamento observado pela maioria das divisas mundiais.", diz o economista. Real versus dólar Imaizumi também testou a reação do real no "day after" das eleições presidenciais. Também em 2022 houve a melhor resposta da moeda brasileira frente ao dólar à vista, com queda de 2,21%. Apenas na primeira eleição de FHC houve resultado parecido do real, com queda de 0,47%. Como foi o pregão Apesar da reação negativa à vitória de Lula no início do pregão, os agentes financeiros recuaram do mau humor para aguardar as primeiras sinalizações sobre as políticas e principalmente a equipe econômica do petista. Em seu primeiro dia como presidente eleito, Lula foi acionado pelas principais lideranças mundiais e deu sinais de que recorrerá ao diálogo com o Congresso para avançar com sua agenda em 2023. É uma sinalização que Lula pode estreitar parcerias comerciais e trabalhar por um ambiente político menos turbulento. Enquanto se desenrolam os primeiros passos, Marco Tulli, superintendente da Necton/BTG Pactual, disse nesta segunda que a percepção entre outros agentes financeiros é de que pode haver dificuldades e a necessidade de um trabalho muito grande de conciliação política para seguir com a administração do país em várias esferas. Tulli chamou atenção para o efeito nas ações da Petrobras, dado o histórico da gestão petista na petrolífera estatal. Papéis da companhia listados em outros mercados já sinalizavam uma reação bastante negativa no pregão brasileiro. Como mostrou o g1, as ações da petroleira destoaram do clima do pregão e a empresa perdeu R$ 34,2 bilhões em valor de mercado. As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) tiveram queda de 7,32% aos R$ 33,16, enquanto as preferenciais (PETR4) caíram 8,75%, a R$ 29,72. Outra estatal, o Banco do Brasil seguiu curso parecido: queda de 4,87% dos papéis, a R$ 36,93. O valor de mercado caiu, portanto, R$ 5,1 bilhões. Com a vitória de Lula, analistas do JPMorgan cortaram a recomendação de Petrobras para "neutra" e reduziram o preço-alvo das preferenciais de R$ 53 para R$ 37, enquanto a equipe do BTG Pactual, que já tinha classificação "neutra" para os papéis, diminuiu o preço-alvo de R$ 40 para R$ 35,7. Rodolfo Angele e equipe do JPMorgan destacaram em relatório que os rumos estratégicos da Petrobras mudam com as mudanças na liderança política do país, e o presidente eleito criticou abertamente a forma como a empresa tem sido administrada e também discutiu prováveis mudanças na companhia. "As principais (mudanças) devem ser na alocação de capital e na política de preços dos combustíveis vendidos no mercado interno", estimam, acrescentando que o plano de governo do PT prevê que a Petrobras invista em refinarias para permitir que o Brasil dependa menos do combustível importado. Os analistas do banco norte-americano ainda apontam que o mesmo plano também prevê a implementação de um mecanismo que crie um "preço brasileiro" para os combustíveis. Para eles, muitas dessas incertezas já estão no preço das ações e a governança e o escrutínio do público em geral desempenharão um papel importante na empresa. No entanto, avaliam que as cotações não refletirão totalmente os fundamentos até que investidores tenham clareza sobre exatamente o que mudará na empresa. Fonte: G1 Leia Também Ibovespa tem maior alta no primeiro dia pós-eleição desde 1994, mostra levantamento Campus Cacoal comemora reconhecimento da Indicação Geográfica “Matas de Rondônia” pela BSCA – Cafés Especiais do Brasil Urna eletrônica comprovou eficácia mais uma vez, diz relatório da OEA sobre 2º turno das eleições Presidente do Egito convida Lula para conferência do clima das Nações Unidas Regularização fundiária das unidades de conservação de Rondônia é tema de reunião no TCE-RO Twitter Facebook instagram pinterest