CRISE POLÍTICA Peru: em meio a protestos, nova presidente tenta formar governo após queda de Castillo Publicada em 09/12/2022 às 09:28 A nova presidente do Peru, Dina Boluarte, continuará nesta sexta-feira (9) as negociações para a formação de um novo governo após a destituição e detenção de Pedro Castillo, acusado de tentativa de golpe de Estado. Parte da população que apoia o ex-presidente foi às ruas exigir a sua libertação e a convocação de novas eleições. Dois dias após sua fracassada tentativa de golpe, o líder esquerdista, que assumiu o poder há 16 meses, divide um centro de detenção com o ex-presidente Alberto Fujimori, na base das forças especiais da polícia, localizada ao leste de Lima. O Ministério Público o acusa de rebelião e conspiração e um tribunal superior ordenou sete dias de prisão preventiva. As manifestações em várias cidades geram dúvidas sobre a possiblidade de Dina Boluarte conseguir concluir seu mandato em 2026, como ela mesma anunciou ao tomar posse na quarta-feira. Os protestos incluíram ações violentas, como o bloqueio da rodovia Pan-americana Sul na região de Ica e Arequipa com pedras, troncos e pneus em chamas. Todos os olhares também estão voltados nesta sexta-feira para uma cerimônia do exército peruano que lembra o 198º aniversário da Batalha de Ayacucho, que selou o fim do domínio colonial espanhol na América Latina. Boluarte deve comparecer a esse evento e fazer um discurso para os militares, que tiveram um papel fundamental na queda de Castillo ao não apoiar o regime de exceção proposto por ele. Castillo tentou dissolver o Legislativo e governar por decreto, mas suas ordens foram ignoradas pelo Congresso e pelas Forças Armadas. "Traidora" Milhares de manifestantes exigiram na quinta-feira a renúncia da nova presidente, a primeira mulher a liderar o Peru e que alguns esquerdistas chamam de "traidora" por assumir o cargo. Em Lima, um protesto de cerca de mil pessoas marchou em direção ao Parlamento, onde foi dispersado pela polícia com gás lacrimogêneo e pelo menos três manifestantes foram presos. Protestos também foram registrados em vários departamentos e cidades do interior do Peru, como Chota (Cajamarca, cidade natal de Castillo), Trujillo, Puno, Ayacucho, Huancavelica e Moquegua. Rebelião Na audiência do tribunal na quinta-feira, Castillo, parecia exausto e sem expressão. Ele vestia a mesma jaqueta azul que usou quando foi preso. Visivelmente nervoso, ele se recusou a usar o direito de defesa para responder às acusações, cedendo a palavra a seus advogados. "É claro que o crime de rebelião não foi configurado aqui" porque não se concretizou, alegaram. Se for considerado culpado, ele pode pegar entre 10 e 20 anos de prisão. Depois de anunciar a dissolução dos poderes e declarar estado de exceção na quarta-feira, Castillo foi detido por sua própria escolta quando se dirigia à embaixada mexicana em Lima para pedir asilo político. Fonte: RFI Leia Também Peru: em meio a protestos, nova presidente tenta formar governo após queda de Castillo Coronavírus: Rondônia registra 05 óbitos e 320 casos nas últimas 24 horas; números atualizados Curso de Nivelamento e Cartilha de Boas Práticas sobre Tratamento de Dados Pessoais é promovido pelo Governo de Rondônia Irã enfrenta condenação internacional e mais protestos após execução polêmica Irã promete punição rigorosa para responsáveis por motins e ataques durante os protestos Twitter Facebook instagram pinterest