TRÁFICO Brasileira é presa com cocaína em aeroporto na Indonésia; defesa diz que ela era 'mula' Publicada em 31/01/2023 às 11:35 A brasileira Manuela Vitória de Araújo Farias, de 19 anos, foi presa com cocaína na Ilha de Bali, uma das mais conhecidas da Indonésia. Na sexta-feira (27), ela foi indiciada por tráfico de drogas no país asiático, que prevê a pena de morte em caso de condenação. O advogado dela, Davi Lira da Silva, alegou que ela foi enganada por uma organização criminosa de Santa Catarina, que prometeu férias e aulas de surfe para ela no país asiático. O Itamaraty disse em nota que acompanha o caso: "O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Jacarta, tem conhecimento do caso e vem prestando a assistência consular cabível à nacional, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local". De acordo com a imprensa local, a mulher foi detida no aeroporto de Bali em 31 de dezembro com cerca de 3 quilos de cocaína em uma das bagagens. O advogado diz que que Manuela não sabia o que levava nas malas. "Ela foi aliciada por uma organização criminosa de Santa Catarina. De início, foi convidada a levar algo para a Indonésia. Perguntaram se ela tinha passaporte. Ela já tinha feito outra viagem internacional, com o namorado para Portugal. Perguntaram 'não quer levar um negócio para mim'? Prometeram um mês de férias na Indonésia, não falaram o conteúdo do que ela ia levar", diz. Ainda segundo Silva, a mulher tentou abandonar a ideia, mas foi obrigada pela organização a continuar. "Pensou em desistir, mas as pessoas forçaram. 'Não pode não ir, a gente já gastou R$ 16 mil, R$ 20 mil, agora tem que ir ou então tem que devolver o dinheiro para a gente'. Foi constrangida a viajar", reiterou. Prisão "Ela passou no aeroporto no Brasil e no Catar. Quando foi do dia 31 [de dezembro] para o dia 1º [de janeiro], foi detida no aeroporto da Indonésia", relatou o advogado. "Ela foi usada como 'mula', termo bem comum no Brasil. Na Indonésia, usaram o termo 'atravessadora'", completou. No Brasil, Manuela tinha duas casas. O pai mora no Pará e a mãe, em Santa Catarina. A jovem atuava como autônoma, vendendo perfume e lingerie. O advogado explicou que no país asiático não há nas normas uma distinção na pena para pessoas que atuem como "mulas". Havia a expectativa que a mulher não fosse indiciada. Na Indonésia, há pena de morte para o tráfico de drogas. "A família está muito preocupada por causa da pena capital", disse o advogado. No país asiático, ela é defendida por um defensor público. Silva reitera que não tem contato direto com a mulher. A comunicação é intermediada pela Embaixada do Brasil na Indonésia. Manuela está presa em um local de detenção provisória. Com o indiciamento, deve ser transferida para um presídio. Ela deve passar por um processo judicial, que dura, em média, oito meses. "A Manuela não é uma narcotraficante, ela não ostenta padrão de vida elevado, é mais uma vítima de organização criminosa. A família tenta fazer uma campanha, para levantar dinheiro para pagar um advogado especialista na Indonésia. A família está desesperada, mas tem esperança que ela não pegue pena capital, que seja demonstrado que ela foi usada [pela organização criminosa]", disse o advogado. Fonte: G1 Leia Também Brasileira é presa com cocaína em aeroporto na Indonésia; defesa diz que ela era 'mula' Operação Ressurreição: envolvida em esquema criminoso tem prisão preventiva mantida pela Justiça de Rondônia Planalto aciona AGU após jogador de vôlei Wallace fazer post sobre violência contra Lula Unidades de saúde da zona urbana e rural de Porto Velho recebem reformas e ampliações Paquistão enterra vítimas após explosão que matou 100 pessoas em mesquita Twitter Facebook instagram pinterest