ECONOMIA Alckmin diz que taxa de juros atual 'não justifica' e que 'inflação não pode voltar' Publicada em 20/03/2023 às 14:37 Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, criticou nesta segunda-feira (20) a atual taxa de juros no Brasil. “Não há nada que justifique 8% de juro real acima da inflação quando não há demanda explodindo e de outro lado quando o mundo inteiro está praticamente com juro negativo”, declarou. Desde agosto, a taxa básica de juros, a Selic, está em 13,75%, e o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) decidiu mantê-la na última reunião, em fevereiro — a partir de então, o presidente Lula vem constantemente criticando o BC pela ata. O colegiado se reúne novamente a partir desta terça-feira (21), quando discutirá se altera ou não a taxa. Apesar de criticar o patamar atual da taxa de juros, Alckmin afirmou que a inflação — que o Banco Central busca controlar por meio da taxa Selic — não pode voltar. “Não pode voltar inflação. A inflação não é socialmente neutra: ela tira do mais pobre e põe para o mais rico”, afirmou Alckmin. O Brasil é o país com a maior taxa de juros reais (descontada a inflação) do mundo, segundo levantamento feito pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management em fevereiro. O país se mantém na liderança deste ranking desde maio do ano passado. Alckmin elogiou a ancoragem fiscal, que deverá ser divulgada nos próximos dias, que contempla a curva da dívida, o superávit e o controle de gastos. “Temos inúmeros desafios, entre eles imposto e o custo do dinheiro, os juros altos. Mas o governo Lula está muito empenhado em fazer a reforma tributária. Vai simplificar cinco tributos em um único imposto, o IVA, que vai reduzir o custo Brasil”, explicou o vice-presidente. O vice-presidente disse também estar muito otimista com o avanço da reforma tributária. “Simplifica tributos e tira a cumulatividade. Vai estimular a exportação e também reduzir o custo Brasil”, explicou. Alckmin veio ao Rio de Janeiro para participar, na sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do seminário “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século 21”. Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante recebeu também José Pio Borges, presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), e Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Mercadante também criticou os juros altos, o que, segundo ele, deixa o cenário pouco competitivo para investimentos em energia limpa. “Nós estamos aguardando um novo arcabouço fiscal. O ministro [Fernando] Haddad pode esperar de mim e do banco total lealdade e parceria, ao contrário das especulações que são publicadas”, disse Mercadante. “Nós não estamos aqui para outra razão, não temos expectativa de substituir ninguém, muito menos de competir; agora, não nos peçam para deixar de dizer o que nós pensamos e ajudar o governo a acertar, a encontrar o melhor caminho, a buscar as melhores práticas. É para isso que nós estamos aqui”, prosseguiu. “Esse banco esteve historicamente e vai voltar. Aquele banco acanhado acabou. Ele vai debater, vai investir e vai impulsionar o crescimento do país”, emendou. Sustentabilidade Para Alckmin, o Brasil é “a bola da vez” no mercado de créditos de carbono. “Onde é que eu fabrico bem e barato e consigo compensar a emissão de carbono? E aí o Brasil, como disse o Mercadante, passa a ter uma oportunidade extraordinária para atrair investimentos de energia limpa e de redução de emissões”, prosseguiu. O vice-presidente disse ainda que “o mundo vai depender de três países”: “Brasil, Congo e Indonésia, o BIC, onde estão as três florestas tropicais que podem segurar as mudanças climáticas.” Alckmin citou “a postura firme do governo combatendo o desmatamento ilegal”. “Na Amazônia, o desmatamento é absurdo. Se somarmos o escapamento da moto, do carro, do ônibus, do caminhão, da lancha, do trem, do avião, a chaminé de todas as fábricas, o lixão, o esgoto, é a metade. A outra metade é só o desmatamento. Um hectare de mata queimada são 300 toneladas de carbono lançadas na atmosfera. E não é agricultor que faz desmatamento, é grileiro de terra”, descreveu. “O grileiro desmata na esperança de que amanhã o governo vá lhe dar o título dessa terra. Falta o poder de cumprimento da lei. E a postura do governo Lula tem sido de total compromisso com a sustentabilidade, com o desenvolvimento inclusivo de não deixar ninguém para trás”, emendou. “Aqui foi muito bem lembrado o salário mínimo: 70% dos aposentados e pensionistas do Brasil vivem com um salário mínimo. Imagine o idoso, sem casa própria, viver com R$ 1.302?”, questionou. Fonte: G1 Leia Também Alckmin diz que taxa de juros atual 'não justifica' e que 'inflação não pode voltar' Prefeitura recupera trechos de estradas rurais em União Bandeirantes e Rio Pardo Reino Unido aplica sanções ao Irã por violação dos direitos humanos MPF abre investigação para apurar se municípios de Rondônia estão cumprindo Novo Marco Legal do Saneamento Organização das Nações Unidas pede ação urgente contra aquecimento para salvar futuro Twitter Facebook instagram pinterest