Ataque fundamentalista islâmico mata pelo menos 11 soldados sírios

O ataque, que não foi noticiado pela imprensa oficial síria, ocorre em resposta aos ataques russos mortais de quinta-feira na região de Jesr el-Shughour, perto de Idlib, onde estão presentes muitos combatentes do Partido Islâmico do Turcomenistão (TIP), de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Onze soldados sírios foram mortos e 20 ficaram feridos quando combatentes do grupo Ansar al-Tawhid e do Partido Islâmico do Turquestão fizeram explodir túneis que tinham escavado sob posições do exército e realizaram um ataque simultâneo a partir de outros túneis no sul de Idlib", disse o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.

"Dois combatentes islâmicos morreram na dupla operação, enquanto violentos confrontos ainda estão em andamento, o que pode aumentar o número de mortos", disse a ONG com sede no Reino Unido, que tem uma ampla rede de fontes no país devastado pela guerra.

Os membros do TIP, em sua maioria da minoria muçulmana uigur da China, viajaram para a Síria após 2011 para ajudar os grupos fundamentalistas islâmicos, em particular o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), dominado pelo antigo ramo local da Al-Qaeda.

A última área de oposição armada inclui uma grande parte da província de Idlib, bem como territórios que fazem fronteira com as províncias de Aleppo, Hama e Latakia.

Na sexta-feira, sete combatentes do HTS, o principal grupo islâmico ativo nessas áreas, foram mortos pelas forças pró-regime, de acordo com o OSDH.

Nas últimas semanas, a região testemunhou um aumento nos bombardeios, incluindo da força aérea russa, em resposta aos ataques realizados pelo HTS, às vezes usando drones, contra as áreas controladas pelo exército sírio no noroeste, de acordo com o OSDH.

A região de Idlib está sujeita a um cessar-fogo negociado pela Rússia e pela Turquia após uma ofensiva do regime em março de 2020.

O compromisso é geralmente respeitado, apesar das repetidas violações.

A guerra na Síria já custou mais de meio milhão de vidas e levou vários milhões de pessoas a deixarem suas zonas de residência.