CONFLITO MPF acompanha situação de indígenas Cinta Larga e Sabanê em área do Parque Aripuanã, em Rondônia Publicada em 23/07/2024 às 09:12 O Ministério Público Federal (MPF) busca solução pacífica, participativa e consensual para a situação entre indígenas Cinta Larga e Nambikwara Sabanê. Na última sexta-feira (19), um grupo de cerca de cem indígenas Cinta Larga se descolou em direção à aldeia dos indígenas Sabanê com a finalidade de expulsá-los do local e foram parados pelas forças de segurança na BR-174, nas proximidades do Parque Indígena Aripuanã, a 30 quilômetros do município de Vilhena (RO). Após negociações, houve a desmobilização e dispersão dos indígenas. Segundo o MPF, a causa do iminente conflito foi a divulgação, pela imprensa local, de notícia informando que uma sentença da Justiça Federal, de 3 de julho, reconhecia o direito do povo Sabanê a uma área que está localizada dentro do Parque Indígena Aripuanã, terra demarcada do povo Cinta Larga. O procurador da República Leonardo Caberlon explica que a informação sobre o reconhecimento do povo Sabanê não procede. Ele relata que o povo Sabanê, há quase 20 anos, pede à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) a realização de estudos sobre sua tradicionalidade em uma área do Parque Indígena Aripuanã, mas não obteve resposta. A omissão da Funai em realizar os estudos causou o ajuizamento de uma ação pelo MPF (ação civil pública nº 1002052-25.2022.4.01.4103). Nela, o MPF pediu que fossem realizados estudos técnicos pela Funai a fim de identificar e delimitar as áreas ocupadas tradicionalmente pelo povo Sabanê e também definir se esses indígenas têm direito a habitar de forma definitiva o Parque Indígena Aripuanã, onde estão nesse momento, vivendo em quatro aldeias. Na decisão do dia 3 de julho, a Justiça Federal estabeleceu que a Funai deveria constituir imediatamente um grupo de trabalho para que no prazo máximo de 365 dias apresentasse os estudos sobre a área. Contudo, o conteúdo da sentença foi divulgado de forma equivocada, pois foi mencionado que a Justiça Federal já tinha reconhecido o direito ao povo Sabanê, o que não procede. Com o iminente conflito, a Funai pediu tempo para realizar mediação entre as etnias. Na última sexta-feira (19), em nova decisão, a Justiça Federal determinou a suspensão do processo por 90 dias a fim de que o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) faça a conciliação entre os povos Cinta Larga e Sabanê, buscando obter uma solução consensual sobre a disputa pelo território. Na última semana, o MPF acompanhou toda essa situação, participou de reuniões com os dois povos e com a Funai. Ele ainda esteve presente na região no último final de semana, nos dias 20 e 21. Também manteve prévio contato com a Polícia Federal, instituição que elaborou plano de ação que evitou o conflito. A ação contou com a participação da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal. O Ministério Público Federal ressalta que o uso da violência não é tolerado pelo Direito. As violações aos direitos dos povos indígenas não são toleradas e eventuais ilícitos praticados serão apurados. “A solução do conflito, antes de tudo, deve ser pacífica, consensual e contar com a participação dos dois povos. Os dois povos devem ser ouvidos e os seus argumentos considerados. O MPF continuará acompanhando os trabalhos da Funai e do MPI na conciliação a ser realizada nos próximos 90 dias, a fim de que cumpram as suas funções e mantenham diálogo próximo e atento aos dois povos indígenas”, finalizou o procurador. Fonte: MPF-RO Leia Também MPF acompanha situação de indígenas Cinta Larga e Sabanê em área do Parque Aripuanã, em Rondônia Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA) de Jaru abre matrículas para o segundo semestre de 2024 Tribunal de Contas do Estado fiscaliza unidades de saúde de 13 municípios do interior de Rondônia TCE aponta falhas graves na Unidade de Pronto Atendimento de Governador Jorge Teixeira Justiça de Rondônia suspende nomeações de Concurso Público em Pimenta Bueno; entenda o caso Twitter Facebook instagram pinterest