DISCURSOS Milei com "agenda Woke", ONU "morrendo" e Irã "moderado": os pontos do 1º dia de discursos na Assembleia Geral Publicada em 25/09/2024 às 09:46 O primeiro dia de discursos de chefes de Estado na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (24), foi marcado por uma série de críticas às Nações Unidas. Além disso, os conflitos no Oriente Médio e entre Ucrânia e Rússia foram citados várias vezes. O encontro reúne 193 autoridades de Estados-membros da ONU e continua até o dia 30 de setembro. Cada chefe de Estado tem direito a um discurso de 15 minutos. No entanto, os oradores costumam usar um pouco mais de tempo. Mais de 20 autoridades foram escaladas para discursar no primeiro dia do "Debate Geral". Veja a seguir alguns destaques: A ONU foi duramente criticada por vários chefes de Estado. A falta de representatividade no Conselho de Segurança e a ineficácia da organização para atingir metas globais foram citadas. Enquanto o presidente Lula disse que o planeta estava "farto de acordos climáticos não cumpridos", o líder da Turquia afirmou que o "sistema das Nações Unidas está morrendo". O Oriente Médio foi citado várias vezes. O emir do Catar e o presidente do Irã afirmaram que está ocorrendo um genocídio em Gaza, enquanto o presidente da Colômbia chamou o primeiro-ministro de Israel de "criminoso". O Irã tentou adotar uma postura mais moderada ao fazer um aceno ao Ocidente. O país também disse estar pronto para retomar as negociações para um acordo nuclear. Javier Milei, da Argentina, fez um discurso mais político e ideológico. Ele disse que a ONU quer impor um modelo de governo "socialista", além de citar a "agenda Woke". ONU no olho do furacão Como já era esperado, a ineficácia da ONU para evitar ou parar guerras foi citada em vários discursos. O presidente Lula, que foi o primeiro a discursar, também inaugurou as críticas às Nações Unidas. Além de citar os conflitos, Lula defendeu mudanças na estrutura da organização e ressaltou a falta de esforços na agenda climática. "O planeta já não espera para cobrar da próxima geração, e está farto de acordos climáticos que não são cumpridos. Está cansado de metas de redução da emissão de carbono negligenciadas, do auxílio financeiro aos países pobres que nunca chega", disse. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi mais além. Ele citou o conflito na Faixa de Gaza e a morte de civis palestinos para reprovar o trabalho da ONU. "Junto com as crianças em Gaza, o sistema das Nações Unidas também está morrendo. A verdade está morrendo, os valores que o Ocidente afirma defender estão morrendo. As esperanças de a humanidade viver em um mundo mais justo estão morrendo uma a uma", afirmou. Oriente Médio no radar A questão do Oriente Médio foi o grande destaque dos discursos de terça-feira. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, citou a escalada envolvendo Israel e o Líbano. Para o democrata, negociações ainda são possíveis. "Uma guerra total não é do interesse de ninguém. Mesmo que a situação tenha escalado, uma solução diplomática ainda é possível", disse. Enquanto os Estados Unidos se posicionaram como aliados de Israel, outros países preferiram por fazer uma abordagem mais dura ao governo israelense. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, relacionou a desigualdade com os conflitos mundiais e a situação em Gaza. Ele chamou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de criminoso. “É nessa desigualdade alcançada — a maior da nossa história como espécie — que você pode encontrar a lógica da destruição em massa desencadeada na crise climática e a lógica das bombas lançadas por um criminoso como Netanyahu em Gaza. Netanyahu é um herói para o um por cento mais rico da humanidade, porque ele é capaz de mostrar que os povos podem ser destruídos sob bombas.” Já o emir do Catar, Tamim Bin Hamad al Thani, disse que o território palestino é alvo de um genocídio. Atualmente, o país é um dos mediadores do conflito e negocia com Israel e o Hamas para um cessar-fogo. "A agressão flagrante contra o povo palestino na Faixa de Gaza hoje é a mais bárbara, abominável, extensa, violadora dos valores humanos e das convenções e direitos internacionais. Não é uma guerra que respeita o conceito de guerra, mas um crime de genocídio." Irã 'moderado' O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, também classificou o conflito em Gaza como genocídio de palestinos. Por outro lado, o governante adotou uma postura mais moderada a fazer um aceno ao Ocidente e propor a retomada de negociações para um acordo nuclear. "Estamos prontos para nos envolver com os participantes do acordo nuclear de 2015. Se os compromissos do acordo forem implementados integralmente e de boa-fé, o diálogo sobre outras questões pode seguir." Pezeshkian disse ainda que o Irã defende o fim do conflito militar na Ucrânia e que o país busca por paz. Vale lembrar que o Irã e a Rússia são aliados. Além disso, o governo iraniano apoia o grupo extremista Hezbollah, no Líbano. Milei e a 'agenda Woke' O presidente da Argentina, Javier Milei, aproveitou o espaço dele para dizer que o país está abandonando uma política histórica de neutralidade, para defender a liberdade. O discurso de Milei teve um tom mais político. Ele citou a crise na Argentina e fez críticas a movimentos de esquerda. Segundo ele, a ONU também deseja impor um modelo de "governo supranacional socialista". "A postura moral da 'agenda Woke' colidiu com a realidade e já não têm soluções credíveis para oferecer aos problemas reais do mundo", disse. A 'agenda Woke' é um termo usado por críticos para descrever pessoas que querem impor ideias progressistas por meio de métodos coercitivos. Geralmente, é usado de forma pejorativa contra pessoas de esquerda. Milei encerrou o discurso com sua frase tradicional: "Viva a liberdade, caralho". O jornal "La Nación" classificou o discurso de Milei como "atípico" e disse que o presidente virou as costas para a agenda de desenvolvimento, ficando "solitário na frente do mundo". Fonte: G1 Leia Também Milei com "agenda Woke", ONU "morrendo" e Irã "moderado": os pontos do 1º dia de discursos na Assembleia Geral Serviço de inteligência alerta Trump sobre ameaças "concretas" de morte vindas do Irã, diz campanha 3ª Cavalgada ‘Comitiva os Brutos da PV8’, terá a saída da Fazenda SK Nelore no próximo dia 28/09 e um Costelão no Sítio Sempre Verde Brasileiros no Líbano: saiba como Itamaraty presta assistência em meio a conflitos na região Criticada por Lula pela falta de mulheres, ONU pode escolher 1ª chefe em 2026 Twitter Facebook instagram pinterest