EDITORIAL Subestimada, esquerda mais uma vez surge como possível ‘‘fiel da balança’’ nas eleições e pode decidir na Capital de Rondônia Publicada em 12/10/2024 às 10:25 Porto Velho, RO – A eleição de 2024 na capital de Rondônia pode repetir um fenômeno que tem se tornado cada vez mais frequente no cenário político: o peso decisivo da esquerda nas urnas. Embora frequentemente subestimada, a ala progressista tem demonstrado força ao agir como um fator chave em disputas polarizadas, especialmente quando o eleitorado se divide entre candidatos de direita. Em 2022, esse cenário se desenhou de forma clara. Marcos Rocha (União Brasil), um candidato de direita, se beneficiou de uma moderação estratégica que o afastou da extrema-direita representada por Marcos Rogério (PL). O ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade), candidato progressista, terminou a disputa em quarto lugar no primeiro turno, com 9,57% dos votos, mas sua presença no pleito foi suficiente para influenciar os rumos do segundo turno. Ao final, Rocha conseguiu se eleger, em grande parte, devido à rejeição a Rogério, cuja imagem exacerbada afastou eleitores de esquerda que, a contragosto, optaram por um candidato considerado menos radical. Esse padrão se repete em 2024, onde Mariana Carvalho (União Brasil) e Léo Moraes (Podemos) emergem como os principais nomes da disputa. Ambos, aparentemente, aprenderam a lição das eleições passadas e moderaram seus discursos, buscando atrair um eleitorado mais amplo. No entanto, a esquerda militante, que no primeiro turno apoiou Célio Lopes (PDT) — terceiro colocado, mas até então desconhecido para a maioria —, mantém um papel central. Lopes, que contou com o apoio do PT, brinca agora com seus adversários, mostrando-se confiante para futuras empreitadas políticas. Com a liberação dos votos por parte do PT, o destino de uma fatia significativa do eleitorado de esquerda permanece em aberto. A escolha por Mariana ou Léo Moraes pode ser feita de forma quase natural, mas não menos decisiva. O candidato que, de forma mais efetiva, conseguir se posicionar como defensor de direitos sociais, promotor da inclusão e com uma postura menos autoritária, tende a conquistar esse voto progressista. Essa fatia do eleitorado, embora pequena em números absolutos, tem o poder de desequilibrar a balança. Candidatos que repetirem o mantra de figuras como a vereadora Sofia Andrade (PL), que rejeitou publicamente os votos da esquerda em 2022, agando a própria bolha, correm o risco de afastar eleitores que, mesmo com reservas, poderiam ser decisivos para uma vitória. Numa disputa tão equilibrada, até mesmo os votos de Samuel Costa, da Rede Sustentabilidade, podem ser o fiel da balança que definirá o desfecho. Mariana Carvalho encerrou o primeiro turno à frente, mas, para garantir a vitória, precisará ampliar suas alianças e buscar reforços. Léo Moraes, por sua vez, terá que endurecer sua campanha e atrair mais parcerias se quiser superar o favoritismo de Mariana. O exemplo de Antonimar Amorim, eleito prefeito de Olho d’Água do Borges, no Rio Grande do Norte, por apenas um voto, é um lembrete claro de que, em uma eleição equilibrada, cada voto é decisivo. O cenário de 2024 em Rondônia pode muito bem ser decidido por um único voto, transformando a esquerda, mais uma vez, num possível fator decisivo entre a vitória e a derrota. Fonte: Rondoniadinamica Leia Também Sindsef comemora decreto que regulamenta avaliação dos servidores transpostos Surpresa nas eleições a prefeito em Rondônia somente em Ji-Paraná Subestimada, esquerda mais uma vez surge como possível ‘‘fiel da balança’’ nas eleições e pode decidir na Capital de Rondônia Eleições 2024: União Brasil e PL elegeram prefeitos nas 100 cidades mais ricas do agro Lula diz que “rico não precisa do governo” durante evento no Ceará Twitter Facebook instagram pinterest