Operação policial afasta secretário; prefeitos reclamam; seria mais um caso de Lawfare?

Dionísio, Watergate ou mais um caso de Lawfare?

A coluna acertou em relação ao vídeo do governador Marcos Rocha (União Brasil) gravado na reunião com auxiliares no dia 21/11 (quinta-feira passada) sobre corrupção e divulgado no dia 26/11 (terça-feira), que era um ensaio para preparar a população rondoniense para o fato da operação deflagrada na manhã de hoje (28) por nome Dionísio, promovida pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e Combate à Corrupção (GAEC), com apoio do Grupo de Atuação Especial de combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Centro de Atividades Extrajudiciais (CAEX). A operação tem como foco apurar crimes de contratação direta ilegal; peculato na modalidade desvio; frustração do caráter competitivo de licitação; fraude em licitação ou contrato e de falsidade ideológica. O alvo foi a Secretaria da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer – Sejucel, no valor global de mais de 9 milhões de reais, para fins de realização da Expovel e outros eventos.

Afastado

O secretário Júnior Lopes da Sejucel foi afastado do cargo durante a Operação Dionísio e outra servidora pública que não teve o nome revelado. Ambos estão proibidos de frequentar as dependências do órgão público pelo período de 90 dias. Além de manter contato dos investigados com as testemunhas apontadas pelo Ministério Público.

Dioniso I

O nome da operação - Dionísio - faz alusão ao deus da antiga religião grega, dos ciclos vitais, das festas, do vinho, da insânia, do teatro, dos ritos religiosos e, sobretudo, da intoxicação que funde o bebedor com a deusa.

Dionísio II

A operação Dionísio será mais um caso de Lawfare para assassinar reputação devido à exposição midiática e fogo amigo para derrubar auxiliares do governo? Inclusive, atingir parlamentares estaduais? Ou será o fio da meada ou a ponta do iceberg da corrupção fatiada em várias pastas no Governo do Coronel Marcos Rocha (União Brasil).

Reunião

Voltando à reunião do governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil) com auxiliares para tratar do tema corrupção, colocou sob suspeita todos os ordenadores de despesas do seu governo. Ou seja, pode ser apenas o fio da meada e, repito, a ponta do iceberg. A reunião está parecendo o Caso Watergate, que derrubou o presidente dos EUA Richard Nixon.

Comentário I

Nos comentários do vídeo do governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil) sobre corrupção postado no Instagram, a mãe do secretário afastado Junior Lopes da Sejucel deixou um comentário em tom de desabafo. Em breve, teremos novos desabafos de outras mães, pais, esposas, filhos, familiares, parentes e a solidariedade de poucos amigos.

Comentário II

A senhora Roseli do Becão escreveu nos comentários da postagem do vídeo do governador sobre corrupção: “Boa noite, governador, tem muita gente invejosa nesse mundo que não pode ver o sucesso das pessoas, esse senhor que falou que meu filho vai ser preso deveria ter mais cuidado com o que fala”.

Comentário III

Segue o conteúdo do comentário da senhora Roseli do Becão: “Sou a mãe do Júnior Lopes e sei da lealdade do meu filho e sei o quanto ele trabalha incansavelmente para honrar o cargo que o governador confiou a ele. Tudo nesse mundo tem a lei do retorno.”

Lição

Hoje (28), o chão e o céu se abriram para a família de Júnior Lopes por conta da operação Dionísio. Cada notícia e cada ligação geram ansiedade, angústia e sofrimento. É uma ferida que demora a cicatrizar, depois ficam as marcas, mas que serve de lição para a vida toda, é pedagógico e didático para aprender a discernir em relação a decisões e escolhas, inclusive aprender que tem consequências.

Inferno I

Em análise fria de quem estuda estrutura de poder com base em Max Weber, Michael Foucault, Raymundo Faoro, Nicolau Maquiavel, Cardeal Mazarin, Carl von Clausewitz, Byung-Chul Han e Maria Isaura Pereira de Queiroz, os fatos dos últimos dias demonstram que o governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil) entrou no seu período de inferno astral.

Inferno II

Que inferno astral é esse do governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil), eleito e reeleito entrou? Ele é o grande responsável por tudo que está acontecendo nas pastas da SESAU, SEDUC e na SEJUCEL.

Atenção

O governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil) se afastou das responsabilidades que o cargo exige, é viajem nacional e internacional quase toda semana com o argumento de que está divulgando os produtos de Rondônia. Basta olhar o Diário Oficial e suas redes sociais para compreender que entregou a gestão nas mãos dos outros enquanto o estado carece de sua atenção.

Cifra

O pior é que o governador Marcos Rocha (União Brasil) baixou um decreto que não podemos ter acesso às suas despesas nacionais e internacionais. Contudo, a boca miúda palaciana relata que os gastos com as viagens no âmbito internacional e nacional já ultrapassam a cifra de R$ 2 milhões de reais com diárias. Fica a pergunta: onde estão os resultados para a população rondoniense dessas viagens? No chão do Hospital João Paulo II? Na falta de estrada para os produtores rurais? Na falta de palavra em relação ao rateio das sobras do Fundeb para os professores?

Mantém

O governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil) diz que não admite corrupção e corruptos no seu governo. Então por que ele mantém investigados e denunciados, nomeados nos espaços de poder da SEDAM, SIPAT, SEOSP e SESAU? Por que não afastou ou afasta esses indivíduos?

Observo

Quando deixei Nova Mamoré e voltei para Porto Velho a convite do ex-deputado estadual Jair Montes (Avante), observo que antigamente, o nono andar do CPA era palco de diálogos – agora, a decisão acontece longe dos olhos do povo, e a transparência se dissolve no décimo primeiro andar.

Movimentos I

Causa-me espécie uma equipe norteada por movimentos de traições, ou seja, alguns secretários próximos do governador Marcos Rocha (União Brasil) orquestram manobras para derrubar o chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves.

Movimentos II

Os movimentos de traições e conspirações nas hostes do CPA ameaçam a governança, a governabilidade e a governamentalidade do próprio governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil). Olha, não sou muito fã do Júnior Gonçalves, mas é preciso reconhecer a sua capacidade de entrega e sua habilidade política para promover a harmonia entre os Três Poderes. 

Escuro

Desde sua reeleição em 2022, Rocha tem deixado empresários que o apoiaram no escuro, a exemplo de Chico Holanda, que representa o grupo empresarial “Pensar Rondônia”. Chico reclama da falta de diálogo do Governo de Rondônia com os setores empresariais no âmbito estadual.

Desconfiança

Prefeitos e lideranças políticas reclamam da ausência do governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil) nas bases e das promessas não cumpridas. Neste caso, gerando descontentamento e desconfiança entre aqueles que depositaram sua confiança no projeto de poder de continuidade do governo Rocha à frente do Palácio Rio Madeira.

Colapso

Os prefeitos e lideranças políticas prometem dar o troco ao governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil) nas eleições de 2026. Neste caso, a falta de atenção ao povo e aos aliados pode levá-lo a uma fragorosa derrota nas eleições de 2026 ao Senado.

Esperar

Como se não bastasse, o governador, com um histórico de incoerências e decisões precipitadas, tenta exonerar secretários com base em fofocas e boatos. O que será que vem a seguir? O que podemos esperar de um governante que se distancia das lideranças políticas, da população e das promessas firmadas? O inferno astral político se desenhou nos céus azuis de Rondônia.

Sério

Falando sério, a prática de Lawfare fere a paridade de armas no processo judicial, afronta a democracia e afeta o Estado de direito. Ao final, caso seja confirmada a existência de Lawfare que ofende a democracia, pilar do Estado de direito, e destrói as imagens dos envolvidos, quem vai ressuscitar a reputação assassinada?