EDITORIAL Prisão de Braga Netto reforça veia conspiracionista dos parlamentares conservadores de Rondônia Publicada em 14/12/2024 às 10:25 Porto Velho, RO – A prisão do general Walter Souza Braga Netto neste sábado (14), como parte das investigações da Polícia Federal (PF) no inquérito do golpe, reforçou um padrão de comportamento frequente entre parlamentares conservadores de Rondônia, especialmente do Partido Liberal (PL). VEJA: PF prende Braga Netto Ao invés de o senador Marcos Rogério e do deputado federal Coronel Chrisóstomo, por exemplo, analisarem as evidências que embasam a operação — que inclui grampos, depoimentos e documentos —, optam por fomentar discursos de perseguição política e conspirações infundadas contra adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro. LEIA MAIS EM: Congressistas bolsonaristas de Rondônia se manifestam sobre indiciamento do ex-presidente Senador de Rondônia contraria provas em relatório de 884 páginas e defende Bolsonaro, acusado de tentar um golpe de Estado Segundo a PF, o general Braga Netto estaria envolvido em um plano que visava executar autoridades como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Ainda assim, os discursos vindos da base bolsonarista em Rondônia insistem em classificar a investigação como uma suposta tentativa de “destruir” opositores ao governo federal. A retórica da perseguição política não é novidade entre os parlamentares do PL. Toda vez que figuras importantes do bolsonarismo são alvos de investigações ou operações policiais, a reação é a mesma: criar um cenário de conspiração que envolve as instituições republicanas, especialmente a PF e o STF. A própria insistência em atacar Alexandre de Moraes é sintomática desse padrão, considerando que ele foi um dos principais alvos do plano descoberto pela PF. Não há, na visão desses parlamentares, qualquer cenário em que a PF ou o STF estejam agindo dentro de suas prerrogativas constitucionais. Tudo é enquadrado como perseguição “política”, ignorando a coleta de evidências que dão sustentanção às operações. Essa postura tem sido reforçada nas redes sociais, onde as narrativas de suposta manipulação institucional ganham fácil aderência entre os apoiadores mais radicais. Essa estratégia de minar a credibilidade das instituições não se limita à defesa de aliados em apuros. Desde 2022, a bancada bolsonarista de Rondônia tem se destacado por investidas sistemáticas contra as bases democráticas do país. O STF, em particular, tornou-se um dos principais alvos. Os ataques contra Alexandre de Moraes, que é acusado de atuar com “viés político”, ignoram não apenas suas decisões embasadas em processos legais, mas também o fato de que ele foi o principal responsável por desmontar esquemas antidemocráticos que visavam desestabilizar o Estado brasileiro, vide o 8 de Janeiro. Parlamentares de Rondônia frequentemente reproduzem esse discurso em plenário, nas redes sociais e em eventos regionais. Em um momento em que o país enfrenta desafios econômicos e sociais, a insistência em narrativas de perseguição revela uma falta de compromisso com propostas que possam beneficiar diretamente a população do estado. Rondônia, que enfrenta problemas graves em áreas como infraestrutura, educação e saúde, acaba refém de representantes que gastam mais energia em cruzadas ideológicas do que em soluções concretas para o desenvolvimento regional. Enquanto os parlamentares conservadores de Rondônia seguem correndo atrás de uma “rabo ideológico”, os fatos continuam se acumulando. A investigação que levou à prisão de Braga Netto não é uma peça isolada. Faz parte de uma série de operações baseadas em provas robustas, incluindo interceptações de comunicações e relatos de envolvidos. Essas ações não têm como foco a perseguição de indivíduos, mas sim a preservação da ordem democrática. É imperativo que a sociedade de Rondônia reflita sobre o papel de seus representantes em momentos cruciais. Ao priorizarem narrativas conspiratórias e ataques infundados às instituições, esses parlamentares não só enfraquecem as bases democráticas, mas também deixam de cumprir seu papel fundamental: legislar em benefício de seus eleitores e promover o desenvolvimento do estado. Os fatos são claros, mas o compromisso com eles é uma escolha que, ao que parece, muitos ainda não estão dispostos a fazer. Fonte: Rondoniadinamica Leia Também Prisão de Braga Netto reforça veia conspiracionista dos parlamentares conservadores de Rondônia Alex Redano solicita manutenção do Ensino Médio matutino na E.E.E.F.M. Cora Coralina, em Ariquemes Deputados aprovam recomposição salarial e reestruturação de cargos da Defensoria Pública de Rondônia Deputado Estadual Luizinho Goebel faz a entrega de veículos em Cabixi Deputado Pedro Fernandes destaca a importância da nova Praça da Bíblia em Cujubim Twitter Facebook instagram pinterest