A-hu! A-hu! A-hu! – Se os bandidos são espartanos, Marcos Rocha é o líder dos persas; só que o governo não produz flechas, apenas estende o tapete aos criminosos

A-hu! A-hu! A-hu! – Se os bandidos são espartanos, Marcos Rocha é o líder dos persas; só que o governo não produz flechas, apenas estende o tapete aos criminosos

Governo de Rondônia massageia o crime

Porto Velho, RO – Antes de qualquer coisa é preciso frisar que este jornalista tentou, em diversas oportunidades e sem sucesso, diga-se de passagem, entrar em contato com a Superintendência Estadual de Comunicação (SECOM) do Governo de Rondônia.

Nos contatos geral e da redação, o telefone toca até as ligações caírem; no número particular do colega jornalista Lenilson Guedes, responsável pelo setor, a mesma coisa. Tudo isso no horário de pico do expediente.

Portanto, não há como fugir à realidade: as reclamações dos profissionais de imprensa sobre o estado de sítio das informações oficiais são críveis, justas, e, pelo menos a meu ver, deveriam suscitar preocupação por parte da atual composição do Palácio Rio Madeira.

E por quê? Porque os nossos posicionamentos opinativos não denotam investidas deliberadas a fim de ultrapassar a linha da crítica essencial ao Estado Democrático de Direito; mas, sem a visão do outro lado, ou seja, do objeto relacionado às avaliações apresentadas, a tendência é que uma teia de informação unilateral seja expandida, por vezes enxergada pelo público como concepção tendenciosa acerca da realidade.

Com isso, questiono: como formar um quadro geral se o órgão do Estado destinado a prestar informações à sociedade e aos veículos de comunicação é omisso ao mundo externo?

Há perguntas sem respostas que precisam de respaldo por parte do governador Coronel Marcos Rocha (PSL) e seu estafe.

Existe um silêncio sepulcral incômodo escapando justamente das hostes governamentais que mais podem implicar a gestão liberal. Isto porque os últimos acontecimentos se desdobram de maneira absolutamente contrária às propostas de campanha expostas por Marcos Rocha enquanto candidato lá em 2018.

E a assunto vem a calhar, já que ontem, terça-feira (16), o superministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz federal Sérgio Moro, esteve em Porto Velho, Rondônia, porém, justamente por falta de justa provocação, não comentou nada acerca dos queijos suíços que costumam denominar como presídios nem das fugas em massa nessas unidades. Aliás, seria imprescindível saber qualquer coisa sobre eventual apoio – ou não – do governo federal em operações de recaptura, que provavelmente sequer existem.

O que se viu, infelizmente, foi um festival de tietagem traduzido tanto pelo compadrio de autoridades e até mesmo, e é aí que a coisa piora, quanto através do comportamento complacente de parte da imprensa.

Ilhados pelos próprios companheiros, vez que inacessíveis aos questionamentos independentes – os secretários de Justiça e Segurança Pública, respectivamente Etelvina da Costa Rocha e José Hélio Cysneiros Pachá, não se manifestam institucionalmente sobre as gravíssimas implicações relacionadas aos fatos abordados aqui.

São pelo menos 80 homens que, em pouco mais de quatro meses, saíram facilmente das instituições prisionais para ganhar as ruas novamente.

Determinado grupo deles chegou a gravar um vídeo debochado – veiculado pelo site de notícias Rondoniaovivo – urrando coletivamente em alusão aos espartanos; e se o bandido pé-de-chinelo que se comporta como porta-voz da horda criminosa tem coragem de se comparar ao Rei Leônidas, Marcos Rocha, com todo aquele tamanho e voz imponente, não pode ser outra figura senão a representação mítica de Xerxes concebida pelo cineasta Zack Snyder em 2006.

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Veja bem, nós não estamos ficando loucos. Os bandidos são os espartanos; já os mocinhos, persas. É surreal. Verdade seja dita: o contingente paupérrimo diante da numerosa força policial do Estado, a coragem e a ousadia dos fugitivos os credenciam ao papel, até porque contrastam sobremaneira com todo o aparato a municiar o governo.

Lamentavelmente, de persa mesmo, não há flechas para obscurecer o céu dos espartanos do crime, apenas um enorme tapete produzido pela excelente fábrica de tecelagem governamental, estendido por uma gestão negligente às incursões ilícitas de quem jurou combater.

A-hu! A-hu! A-hu!

 

 

Autor / Fonte: Vinicius Canova

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