A vigilância nas unidades sentinelas de saúde em Rondônia registraram casos de gripe por Influenza, onde, na capital, duas pessoas foram a óbito com o tipo H1N1. Faltando duas semanas para o início da campanha de vacinação, a Agência de Vigilância em Saúde (Agevisa) trabalha com força tarefa para intensificar a divulgação da importância da imunização contra os vírus mais influentes e medidas de prevenção com medicação e cuidados básicos.
O vírus Influenza é um vírus respiratório, que em 2009 entrou configurado como pandemia no Brasil. Hoje, já considerado um vírus sazonal, fica disperso no ar e, no Estado, aumenta a probabilidade de infecções no período chuvoso, com maior circulação entre os meses de janeiro e maio. A Influenza tem dois tipos, A e B. O vírus de maior ocorrência de surtos e epidemias é o tipo A, que tem subtipos, onde a maior frequência é o tão conhecido H1N1.
A vigilância em unidades sentinelas é realizada nas capitais brasileiras e municípios com mais de 300 mil habitantes. Rondônia conta com duas, sendo o Hospital Infantil Cosme e Damião e a Policlínica Ana Adelaide. A gripe não é uma doença para notificação compulsória, mas, na unidade sentinela, todo caso de síndrome gripal deve ser registrado obrigatoriamente e, com atendimento e profissionais de saúde capacitados, deve ser coletado material de nasofaringe. As informações coletadas permitem a dedução da ocorrência de gripe para trabalhar com a identificação dos vírus e saber qual tipo está circulando com maior incidência ou a ocorrência de um novo vírus. “Essas informações são enviadas ao Ministério da Saúde e, com as amostras coletadas, é possível confirmar os três vírus que mais estão circulando no Brasil e trabalhar com a vacinação trivalente. Que para 2019 continua com a prevenção dos mesmos vírus: H1N1, H3N2 e Influenza B, porém com um reforço na proteção, pois o subtipo H1N1 sofreu uma mutação e apresentou reações diferentes no organismo da pessoa”, explicou Arlete Baldez, gerente técnica de vigilância epidemiológica.
Quando uma pessoa é contaminada com o vírus da Influenza, pode ser uma síndrome gripal leve, que pode agravar e, com complicações, causar internação e evoluir a uma forma grave e óbito. A vigilância da Influenza conta com duas avaliações distintas. Para a síndrome gripal, forma benigna da doença, é importante o atendimento nas unidades de saúde, para diferenciação dos sintomas, que deve considerar o resfriado, quadro gripal que não afasta a pessoa das atividades normais com sintomas mais brandos, e a gripe, se por influenza, apresenta sintomas mais fortes, como a febre alta, prostração, dor de cabeça, tosse, coriza, espirro, lacrimejamento, dor retro orbital e mialgia.
Em 2019, foram registrados nas unidades sentinelas 84 casos de síndromes gripais, segundo dados atualizados pela Agevisa até 25 de março. Com o vírus da H1N1 quatro casos foram notificados em Porto Velho, onde dois óbitos ocorreram, com uma pessoa em quadro de comorbidade e um bebê de sete meses. A maioria dos casos de gripes em Rondônia são provocados pelo vírus Sincicial Respiratório, que apresenta riscos para recém-nascidos, ou em bebês com problemas cardiopatas, participantes de programas de saúde com tratamento de prevenção específico. Outro vírus notificado é o parainfluenza, com um caso no Estado. As unidades sentinelas também notificaram 14 casos de síndrome respiratória aguda grave, doenças com ocorrência de complicações respiratórias. Todos os hospitais do Estado são obrigados a coletar exame de nasofaringe dos pacientes internados com histórico de gripe, que levou ao agravo na dificuldade em respirar, necessitando de suporte respiratório na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Em Porto Velho, nove casos foram notificados, sendo três com a H1N1, que gerou complicações com dois pacientes do grupo de risco, resultando em óbito.
A primeira grande medida de prevenção é a vacina, onde a campanha da vacina trivalente começa dia 10 de abril em todas as salas de vacinação e almeja a meta de imunização de no mínimo 90% de cada grupo com prioridade de pessoas com probabilidade de imunidade comprometida: crianças, idosos, gestantes, puérperas, indígenas, pessoas privadas de liberdade, servidores do sistema prisional e comorbidade: diabéticos, hipertensos, obesos, asmáticos, pessoas com problemas hepáticos, entre outros. Além do reforço para professores e profissionais de saúde, para que não sejam transmissores do vírus às pessoas do grupo de prioridade. Segundo a gerente epidemiológica, todos que foram vacinados ano passado, devem vacinar durante esta campanha.
“A vacina é feita com vírus morto, não tem a possibilidade de tomar e ficar gripado por causa da vacina. O que pode acontecer é ao tomar a vacina, com uma gripe com vírus em período de encubação, o sistema imunológico reage ao anticorpo presente no organismo”, reforça Arlete, devido aos boatos de resistência contra a vacina.
A segunda medida de prevenção, para pessoas vacinadas ou não, é o tratamento na incidência de gripe em estado avançado, com uma medicação antiviral chamada “tamiflu” (fosfato de oseltamivir), fornecida nas unidades de saúde, que combate o vírus da influenza e evita complicações, hospitalização e óbito. Para melhor eficácia, o paciente deve tomar o remédio em até 48h dos primeiros sintomas da gripe, indicado pelo profissional de saúde, considerando as prioridades do grupo de risco e pessoas comuns.
Para reforçar a prevenção, a orientação da Agevisa valoriza os cuidados básicos individuais, como evitar sair de casa com gripe, lavar as mãos com frequência e evitar tocar na boca, nariz e olhos, usar lenços descartáveis, espirrar com a limitação do braço na altura do nariz e boca, alimentação e hidratação, para melhores reações à gripe.
Autor / Fonte: Gaia Bentes/Secom
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