O tucano, outrora outsider, ora insider, terá de encarar a inversão dos papéis enfrentando a postura inquisidora de novos nomes, agora no centro das ofensivas. A coroa já está em jogo
Porto Velho, RO – É inegável que lá atrás, em 2016, o então candidato à Prefeitura de Porto Velho Dr. Hildon Chaves (foto), do PSDB, fora subestimado, jogado lá embaixo nas cotações apresentadas oficialmente pelos cambaleantes institutos de pesquisa, incluindo aí no pacote dos tropeços estatísticos o desprestigiado Ibope cuja reputação entrou em declive por conta de seus próprios equívocos ciclicamente reiterados.
O tucano acabou vencendo a disputa contrariando as previsões e conferindo a essas empresas um ar de esoterismo furado, porquanto as projeções não insculpiam à realidade os dados trazidos em seus levantamentos.
Naquela época, a figura do peessedebista era o outsider da vez, o nome fora do jogo, o empresário alheio aos passos trôpegos travados às escuras da política, um homem respeitado, inclusive, pelo passado como promotor de Justiça: aquele que ousou abrir mão das benesses de um cargo estável e legalmente intocável para assumir os riscos do empreendedorismo.
No pleito passado, indubitavelmente, suas credenciais falaram mais alto, atraindo a atenção de um eleitorado majoritariamente cansado dos mesmos caciques de sempre, habituais representantes da velha política.
Agora, a situação se inverte com os eleitores de Rondônia mais uma vez demonstrando, e de novo em sua maioria, que a mudança de comportamento ocorre de maneira acelerada e conjunta. E isso ficou constatado quando, pelo bem ou pelo mal – regionalmente falando – aderiram ao bolsonarismo levando ao poder nomes apontados pelo indicador do presidente da República, a exemplo do governador Marcos Rocha e dos deputados Coronel Chrisóstomo e Eyder Brasil, federal e estadual, respectivamente.
Hildon Chaves, ora insider, ou seja, o cara de dentro, assumirá em 2020 o papel de vidraça: o centro das ofensivas; seus adversários – as pedradas, por outro lado, irão orbitá-lo de forma inquisitorial obrigando o atual prefeito a sair da zona de conforto. Será um enfrentamento retórico acirrado, no mínimo, pois há um bocado de gente querendo tirar a coroa do tucanato.
Especula-se com margens mínimas e razoáveis dentro do campo das possibilidades que a arena poderá contar com as presenças de Leo Moraes (PODE), derrotado por Hildon no segundo turno das eleições 2016; Vinícius Miguel (REDE), Hermínio Coelho (Sem partido), Roberto Sobrinho (PT), Aluízio Vidal (REDE), Coronel Charlon (PRTB), Daniel Pereira (PSB), Mauro Nazif (PSB), Lindomar Garçon (PRB), Pimenta de Rondônia (PSOL), e até mesmo com os já mencionados Coronel Chrisóstomo e/ou Eyder Brasil, a depender, no caso da dupla, de uma eventual bem-sucedida administração na gestão Marcos Rocha.
Outro panorama possível seria o quadro onde Hildon não disputaria a reeleição e, consequentemente, os tucanos lançariam Mariana Carvalho à batalha pelo comando da Capital.
Independentemente da variável aplicada no futuro, a coroa já está em jogo: quem deseja preservá-la ou arrancá-la do mandatário vigente daqui a menos de um ano terá de correr – e muito.
Autor / Fonte: Rondoniadinamica
Comentários