Editorial – Na ceia do Réveillon de Porto Velho, uma Câmara insossa de destaques dietéticos

Editorial – Na ceia do Réveillon de Porto Velho, uma Câmara insossa de destaques dietéticos

Porto Velho, RO – A figura do vereador de Porto Velho, salvo raríssimas exceções, poderia compor sem receio algum o recheado rol de personagens folclóricos brasileiros.

Entretanto, diferencia-se por uma simples questão: muitos cidadãos sabem exatamente a descrição e o porquê da existência do Curupira, Saci-Pererê, Iara, Negrinho do Pastoreio, Boitatá e companhia.  

Transita entre uma espécie de Solimões da dúvida onde, em um dos lados, é tratado como ser mitológico; no outro, visto como lenda. Lá e cá toca o barco da vida coexistindo entre nós como alguma coisa desconexa e pouco palpável, de resultados ínfimos.

Por isso encalacrou-se a dúvida nas pessoas, incorporada principalmente às não ligadas direta ou indiretamente à política partidária.

– Para que serve o vereador de Porto Velho e a Câmara Municipal?

O questionamento sintetiza e ecoa o que pensam e querem saber munícipes desprendidos, não arrebatados pelo furor da idiossincrasia perdulária.

Sem paixonites temporárias – que duram uns quatro anos em média – e o bajulismo que nutrem o palato dos que mamam, há perguntas seculares sem respostas ainda conservadas por quem chora e está longe do peito.

Por que tantos títulos honoríficos? Por que audiências públicas sem publicidade, a rigoroso toque de caixa? Por que aprovar projetos do Executivo sem saber sequer o conteúdo? Por que tantas viagens? Por que tantas diárias? Por que no litoral do Nordeste e no final de ano? Por que largar o mandato agora já visando outro cargo eletivo?

Por quê? Por quê? Por quê? E, enfim, por quê!?

E se a mesa da ceia do Réveillon de Porto Velho está farta de pratos insossos com tantos vereadores ganhando pomposa remuneração que varia, só em dezembro, dos quase R$ 38 mil brutos percebidos pelo presidente aos R$ 25 mil absorvidos pelos demais, espera-se muito mais que as ações dietéticas praticadas pelos maiores destaques de 2017.

Não basta posicionar-se atrás do prefeito em fotografias desesperado para demonstrar que colaborou com obras; não é suficiente viver no Facebook fazendo “lives” inspecionando buracos e alardeando o caos; pouco importa, ainda, se você “devolveu” o dinheiro público que nunca usou sabendo que o montante regressa ao bolo comum e será gasto do mesmo jeito, mas por outra (s) pessoa (s).

O tempo da demagogia exauriu-se. Que em 2018 o banquete servido à população tenha mais gordura saudável e temperos da largura da boca cidadã. E que os vereadores reais, de fato, de carne e osso, façam com que o Legislativo entre de dieta. 

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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