Ainda há quem diga que as eleições gerais (presidente da República, governadores, duas das três vagas ao Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas) ainda estão distantes. Basta fazer as contas para constatar que não, pois estamos apenas a 19 meses do primeiro turno que ocorrerá no dia 2 de outubro de 2018.
E já tem muita gente se preparando para as eleições que não deverão ter como candidatos vários figurões da política regional e nacional em razão da Operação Lava-Jato, que apesar de todas as dificuldades vem ajudando a depurar a política nacional retirando de circulação os políticos ligados à corrupção, que são muitos. Mas a Lava-Jato está fazendo a diferença.
Hoje (18) Ciro Gomes está lançando sua pré-candidatura e presidência da República e deve se eleger presidente nacional do PDT. É o primeiro passo, pois as convenções para escolha dos candidatos ocorrerão no período de 20 de julho a 5 de agosto do próximo ano e o prazo para filiação a partidos políticos para viabilizar a candidatura não é mais de um ano, mas seis meses.
A propaganda eleitoral também estará liberada apenas a partir do dia 15 de agosto do próximo ano e o Horário Eleitoral Gratuito para os 35 dias anteriores as eleições. Os prazos são curtos.
O quadro em Rondônia ainda está indefinido. Pré-candidatos declarados apenas dois: presidente da Assembleia Legislativa (Ale), Maurão de Carvalho (PMDB) e o senador Acir Gurgacz, que preside o PDT no Estado. Vários pretendentes ainda não “abriram o jogo”.
Há nomes novos. O prefeito de Porto Velho, Velho Hildon Chaves (PSDB), que se elegeu em circunstâncias adversas é um deles. Dois dias antes das eleições em primeiro turno as pesquisas, inclusive do Ibope o colocavam fora da disputa do segundo turno, pois tinha menos de dois dígitos de intenção de votos. Aberta as urnas chegou à frente e venceu o segundo turno com um pé nas costas. É um fenômeno eleitoral.
Admitam ou não Hildon é um nome a ser considerado para as eleições de 2018, na sucessão do governador Confúcio Moura (PMDB). Ainda não está conseguindo impor seu ritmo administrativo, mas como assumiu um município carente de tudo, o pouco que fizer até as convenções poderá credenciá-lo a uma investida a patamares superiores. Inclusive, bem antes do previsto por ele.
O PSDB ainda tem o ex-senador Expedito Júnior, um eterno candidato ao governo, que lembra cavalo paraguaio: sai na frente, mas não consegue manter a dianteira. É um nome que não pode ser descartado, apesar de estar sendo induzido a disputar o Senado onde as chances são bem maiores.
Os tucanos têm ainda a deputada federal Mariana Carvalho quem tem espaço político, pois foi a terceira mais bem votada em 2012. É carismática, o irmão (Maurício) preside a Câmara de Vereadores de Porto Velho, maior colégio eleitoral do Estado e o pai já foi vereador na capital, deputado federal e vice-governador. Tem chances.
Das lideranças mais antigas, mas ainda expressiva há o ex-governador José Bianco, do DEM. Tem rejeição, o que é natural para quem já foi governo, porém não pode ser descartado. No mínimo para uma composição de peso político considerável.
Por enquanto, ainda correndo por fora, pois tem problemas com a Justiça está o senador Ivo Cassol, do PP, que já governou Rondônia em dois mandatos seguidos. Desde que assumiu o Senado, em 2010, nunca deixou de trabalhar sua volta ao governo de Rondônia. Se conseguir viabilizar sua candidatura é “osso duro de roer”.
Inviabilizado, Cassol tem opção, a irmã, Jaqueline, que ficou em terceiro lugar nas eleições ao governo do Estado em 2014, com mais de 15% dos votos válidos. Para quem nunca disputou uma eleição, sem experiência política e conhecida como “irmã do Cassol” fez muito voto. É o nome –forte– que Cassol tem e com chances reais de chegar.
O PT está fragilizado no Estado. Suas principais lideranças estão praticamente fora da disputa de cargos mais expressivos nas eleições de 2018. O ex-prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho tem problemas com a Justiça e a ex-senadora Fátima Cleide está à margem da política. A maior liderança do partido no Estado, o saudoso ex-deputado federal Eduardo Valverde, foi embora “muito antes do combinado”.
Duas novas lideranças estão em condições de disputar o governo do Estado. O prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires (PSB), que está no segundo mandato e o deputado estadual Laerte Gomes, do PSDB, que já administrou (bem) o município de Alvorada do Oeste.
Jesualdo teria um compromisso de apoiar Acir ao governo em 2018. Quem preside o partido no Estado é o ex-prefeito da capital Mauro Nazif, que não conseguiu se reeleger e teve a parceria de Acir, que colocou a ex-vereadora Ana Negreiros (PDT) candidata a vice. Sem sucesso.
Laerte é um político de enorme habilidade. Mesmo sendo do PSDB, partido presidido por Expedito Júnior, que foi adversário de Confúcio nas eleições de 2014 é o Líder do Governo na Assembleia Legislativa, função que vem desempenhando com eficiência.
Pela força do partido e apoio de lideranças como Expedito, candidato ao Senado e da deputada Mariana na reeleição à Câmara Federal, Laerte tem chances reais de se consolidar como uma liderança estadual.
Os argumentos que “as eleições estão distantes” não são verdadeiros. Estão próximas e exigem mobilizações das lideranças, porque quem chega à frente bebe água limpa. Mesmo com o quadro podre da política nacional.
Autor / Fonte: Waldir Costa/ Rondoniadinamica
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